Sítio pré histórico. Arte rupestre paleolítica ao ar livre. Gravuras incisas, picotadas, abradidas, ou combinando as várias técnicas, de motivos zoomórficos naturalistas, escalonando-se entre o Gravettense final/ Solutrense inicial e o Magdalenense final. No contexto da arte do Vale do Côa é um dos três maiores núcleos, juntamente com o fronteiro sítio da Penascosa e a Canada do Inferno ( v. 0914170034 ), apresentando gravuras de todas as épocas de gravação do Paleolítico Superior ( Gravettense final ao Magdalense ). A Rocha 1, designadamente, apresenta toda esta longa estratigrafia figurativa tendo por isso servido aos investigadores ( BAPTISTA, 1999 ), juntamente com a Rocha 1 da Canada do Inferno, a Rocha 2 de Piscos e a Rocha 3 da Penascosa para a compreensão da evolução artística da arte rupestre paleolítica do Côa. Está aqui representada uma característica rara na arte paleolítica, a animação das figuras com várias cabeças ( Rocha 3 ), bem como, uma técnica igualmente rara, o veado obtido por picotagem da superfície ( Rocha 2 ). Figura neste núcleo o único capríneo do Côa ( Rocha 3 ) apresentando o motivo em arame farpado ( BAPTISTA, 1999 ).
Constituído por cerca de vinte e quatro rochas que ocupam uma extensão de cerca de 350m, cujos painéis verticais na sua maioria virados ao curso do Côa serviram de suporte à gravação de motivos zoomórficos picotados e abradidos e raros motivos incisos. Apenas duas destas rochas, as Rochas 2 e 3, foram integralmente estudadas. A rocha 2, junto à foz da Ribeira, apresenta um veado de grandes dimensões, picotado e abradido e todo ele picotado no interior, ao qual foram gravadas duas cabeças, uma das quais desapareceu por fractura do xisto de suporte. Nesta rocha foram também gravadas algumas pequenas cabras picotadas a traço tosco ( CNART, 1999 ). A rocha 3, que se ergue para montante na Ribeira, apresenta um painel pequeno e relativamente recatado com três cabras gravadas por picotagem e abrasão, restando de uma delas apenas a parte posterior, por fractura da rocha. Um dos capríneos, gravado na parte inferior do painel, é uma fêmea, ao passo que o animal que ocupa a parte central do mesmo painel é um macho com duas cabeças apresentando o que os investigadores designam por motivo em arame farpado ( BAPTISTA, 1999 ). A Rocha 1, também na foz da Ribeira, actualmente em estudo, apresenta o maior conjunto de sobreposições até agora identificado no Vale do Côa, tendo sido gravadas no mesmo painel, pelo menos quatro dezenas de gravuras, todas elas motivos zoomórficos picotados, alguns dos quais abradidos ( CNART, 1999 ).
Materiais
Xisto
Observações
*1 - O Parque Arqueológico Vale do Côa encontra-se em processo negocial em ordem à aquisição dos terrenos; *2 - Não é possível determinar por não ter sido ainda objecto de estudo sistemático.