Edifício residencial multifamiliar modernista. Edifício onde Pardal Monteiro retoma as suas directrizes modernistas com cobertura em terraço (no projecto original), varandas curvilíneas de linhas simples e fachadas caracterizadas pela geometricidade.
De planta em V com cobertura em terraço rematado por gradeamento de ferro. 4 pisos mais um que é cave na fachada NE. mas torna-se 1º piso a SO. onde é feito o acesso ao interior do imóvel. A S. garagem com portão de ferro ladeado por duas colunas listradas de cantaria. Piso de cave revestido a cantaria formando embasamento que percorre as fachadas. No ângulo do vértice, cunhal em varandas circulares no 2º, 3º e 4º piso com remate em cornija circular. Ao nível do 1º piso, janela de peito quadrangular integrada no friso preenchido a tijoleira que caracteriza e percorre a fachada NE. e a primeira janela de peito da fachada principal em todos os pisos. Fachada principal: orientada a NO. 5 janelas de peito sendo as 3 mais a S. enquadradas por pilastras emparilhadas duas a duas pelo remate superior. Último piso caracterizado por mansarda, de construção posterior, com 4 janelas de sacada com moldura de frontão triangular por fachada enquadradas por varanda que remata as outras inferiores no cunhal. No alçado posterior, escadas de serviço e vãos que servem as zonas de serviço. INTERIOR: Piso de cave de menores dimensões sendo o denominado "piso de porteira", nos restantes pisos, fogos compostos por 4 quartos e duas salas a dar para as fachadas dianteiras e a zona de serviços na zona traseira do edifício.
Materiais
Alvenaria mista, pavimentos de betão, cantaria, revestimento cerâmico, madeira, telha marselha, vidro
Observações
EM ESTUDO O piso de mansarda que é construído pouco depois da construção do edifício, em 1947, é possível pois havia uma autorização prévia da CML para aumento de fogos do edifício. Segundo pardal Monteiro "A construção deste andar justifica-se por diversos motivos: Em primeiro lugar porque sendo o local muito visível da esplanada da praça Rio de Janeiro (Príncipe Real) contribuirá para melhorar o arranjo local, pois deixará de se ver o desagradável espectáculo das modestas casas mal conservadas e pátios mal tratados que daquele local se vêem*1, em segundo lugar porque representando uma melhoria não afecta as condições estéticas do prédio, cuja composição anterior se mantém integralmente; e, em terceiro lugar porque o actual terraço do prédio, servindo de estendal dos inquilinos produz um péssimo efeito, quando vistos dos pontos altos que o circundam" (Monteiro, P.P., Memória Descritiva).*1- esta zona da cidade não era objecto de grande atenção camarária à época da construção deste imóvel nem de ascensão social como eram as Avenidas novas e a Alameda onde Pardal Monteiro projectava na mesma década de 40. (CALDAS, J.V., P.Pardal monteiro Arquitecto, pp. 79)