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Paiol de Marte

Paiol de Marte

O ponto de interesse Paiol de Marte encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Valença no municipio de Valença e no distrito de Viana do Castelo.

Paiol geral construído no séc. 18, por promoção régia, à prova de bomba, no interior da praça, junto à gola de um baluarte da coroada. Possui planta em T, composta por dois corpos retangulares desiguais, o armazém, e a casa de recebimento, interiormente com abóbadas de berço, envolvidos por alto muro corta-fogo. Este é capeado a cantaria e possui maior cuidado decorativo na frontaria, onde se rasga portal, em arco, sobreposto pelas armas do então governador das Armas do Minho, entre pilastras sustentando entablamento com as armas reais. A fachada principal do edifício é em talude, fazendo-se o acesso ao interior lateralmente, conforme preconizado pela tratadística militar. O armazém, percorrido por bailéu, conserva o sistema de ventilação com respiradouros em chicana em todas as faces, não seguindo as orientações da tratadística, nomeadamente de Azevedo Fortes, que sugeria não se abrir frestas do lado sul, devido à humidade que daí advinha.

Planta em T, composta por dois corpos retangulares, correspondendo ao armazém, a sul, e à antecâmara ou casa de recebimento, disposta a norte e mais pequena, envolvidos por alto muro corta-fogo. Volumes articulados com coberturas em telhados de quatro águas, na célula de armazenamento, e de três, na antecâmara, rematados em beirada simples. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco, com cunhais em cantaria. A fachada principal surge virada a nordeste, tendo o muro corta-fogo capeado a cantaria, com cornija em garganta reversa, rasgado por portal em arco de volta perfeita, encimado pelo brasão dos Ataídes, ladeado por pilastras que suportam cornija, friso convexo e cornija reta, sobreposta por brasão com as armas reais, entre aletas e com coroa. Na fachada posterior o muro corta-fogo possui ao centro pilar de sustentação do antigo para-raios. O edifício possui as fachadas rematadas em friso e cornija, sendo ritmadas, sensivelmente a meio, por gárgulas, e tendo inferiormente frestas de arejamento; a fachada principal tem ligeiro talude. O acesso ao interior processa-se na fachada lateral esquerda da antecâmara, por porta de verga reta, moldurada, existindo na lateral direita janela retangular. Na fachada posterior da célula de armazenamento dispõem-se dois contrafortes salientes, em cantaria. Nas obras recentes de adaptação, foram construídos, entre o muro corta-fogo e a antecâmara, corpo em U, com estrutura metálica envidraçada. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento em lajes de granito e cobertura da antecâmara e célula de armazenamento em abóbada de berço, de cantaria. A comunicação entre estes dois espaços é feita por dupla porta, rasgada ao centro da face norte, de verga reta. A célula de armazenamento é percorrida por bailéu e possui, em todas as faces, frestas de arejamento, molduradas a cantaria.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, rebocada e pintada; cunhais, frisos, cornijas, portal, molduras dos vãos, capeamento do muro corta-fogo, revestimento dos pilares em cantaria de granito; pavimento em lajes de granito; cobertura de telha.

Observações

*1 - João Vitória Miron de Sabione, oficial suíço, em 1766 recebeu a incumbência de fazer o artilhamento da praça de Valença, em 1768 foi governador substituto da praça-forte, e em 1775 fundou a Aula Real de Artilharia, que se instalou no edifício do Governo Militar, aí lecionando Matemática, Fortificação, Tática, Artilharia e Desenho (Soromenho, 1991).