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Estação Ferroviária de Campanhã

Estação Ferroviária de Campanhã

O ponto de interesse Estação Ferroviária de Campanhã encontra-se localizado na freguesia de Campanhã no municipio de Porto e no distrito de Porto.

Arquitectura de equipamento e transportes, oitocentista. Estação ferroviária de grande dimensão, sendo actualmente a principal estação da cidade do Porto. É constituída por um edifício de planta rectangular, formado por cindo corpos, sendo os laterais reentrantes, apresentado alternadamente um e dois pisos. O edifício engloba os escritórios, área de passageiros, dormitórios, oficinas, sanitários, plataformas de embarque e vias-férreas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais, platibanda, frisos, cornijas, molduras de vãos e pano central do edifício principal em cantaria de granito aparente; rasgadas simetricamente por vãos em arco de volta perfeita.

Fazem parte da estação o edifício de passageiros e algumas construções de apoio técnico, como as instalações sanitárias, os cais cobertos e a cocheira de carruagens. Edifício principal de planta rectangular irregular, composta por cinco corpos, dispostos paralelamente à linha. Corpo central, rectangular, destacado e ligeiramente avançado, constituído por dois pisos, ladeado por dois corpos, também rectangulares, de um só piso, seguidos nos extremos por mais dois corpos quadrangulares, de dois pisos. Volumes articulados com coberturas escalonadas em telhados de quatro águas no edifício central e nos laterais situados nos extremos N. e S., e duas águas nos edifícios intermédios, de um só piso. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, embasamento, molduras e pano central do corpo principal, cunhais apilastrados e remates em friso, cornija e platibanda plena, encobrindo o início dos telhados, em cantaria de granito. Todas as fachadas são rasgadas regularmente por vãos em arco de volta perfeita, ou abatido, intercalados no corpo central por pilastras com capitéis jónicos ao nível do piso térreo e compósitos no piso superior, sendo os do segundo piso de sacada, com moldura recta e chave saliente. Fachada principal orientada a O., dividida em cinco panos, apresentando o central parcialmente revestido a cantaria de granito aparente, com silharia fendida, pisos separados por friso e cornija, esta encimada por friso ao nível do segundo piso, pontuado por almofadas salientes, apresentado as três centrais as inscrições PORTO CAMPANHÃ PORTO e sob a cornija REFER; e terminada em beirada simples, possui frontalmente tabela quadrangular, integrando relógio circular, ladeado de aletas, e terminada em frontão semicircular com ampla chave fitomórfica. No piso térreo abrem-se três portais de volta perfeita, moldurados, com caixilharia integrando bandeira e duas janelas de cada lado; no piso superior abrem-se seis janelas de sacada, envolvidas por moldura de verga recta, de fecho saliente e encimadas por cornija. Estas são protegidas por balaústres no pano de cantaria e grades de ferro nos laterais. Os panos intermédios são rasgados por seis vãos idênticos aos do piso térreo do pano central. Fachadas principais dos corpos extremos, rasgadas por duas janelas e uma porta central, ao nível do piso térreo e três janelas de sacada no piso superior; fachadas laterais com esquema idêntico, sendo no entanto visível um mezzanino entre os dois pisos, e sob o friso de remate painel de azulejos, azuis e brancos, com a inscrição PORTO CAMPANHÃ. Fachada posterior, rasgada simetricamente por numerosos vãos de composição idêntica aos da fachada principal, com alpendre adossado a todo o comprimento, assente sobre a cornija do remate e colunelos de ferro assentes em plintos de granito, apoiados na plataforma de embarque.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito rebocada e pintada de branco; elementos estruturais, molduras dos vãos, frisos, cornijas, platibanda e pilastras em cantaria granito aparente; portas, caixilharias dos vãos, e estrutura da cobertura em madeira; vidros simples nas portas e janelas; pavimentos em lajeado de granito e mosaico; tectos em estuque; cobertura exterior em telha cerâmica.

Observações

*1 - Inicialmente designada de "Estação de caminho de ferro do Pinheiro", a estação de Campanhã veio ocupar os terrenos da Antiga Quinta do Pinheiro e das Quintas do Valado. *2 - Manuel Afonso de Espregueira, Natural de Viana do Castelo, licenciado em matemática pela Universidade de Coimbra, tendo também concluído os cursos de Infantaria e de Estado-Maior na Escola do Exército. Mais tarde frequentou também a École Imperiale des Ponts et Chaussées, de Paris, onde foi um dos melhores alunos e colega de figuras importantes, como Sadi Carnot, mais tarde Presidente da República Francesa. Em 1880 abandonou o exército e entrou para os quadros do Ministério das Obras Públicas, onde desempenhou vários cargos e desenvolveu vários projectos, como o porto artificial de Leixões, melhoramentos da Barra do Porto e da Figueira da Foz, entre outros. Foi Director da 1ª Divisão Hidráulica do Reino, onde tutelava todos os portos e barras ao Norte do Mondego, excepto Aveiro. Mas foi como Director-Geral da Companhia Real dos Caminhos-de-ferro Portugueses, que conseguiu um maior reconhecimento, por ter solucionado o problema de atravessamento do rio Douro pela linha-férrea do Norte. *3 - Foi nomeado responsável pelos estudos do traçado da 5ª Secção da Linha do Norte - atravessamento do Douro, para conclusão da linha e ligação com a rede do Minho e Douro.