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Edifício na Avenida Álvares Cabral, n.º 30 a 32

Edifício na Avenida Álvares Cabral, n.º 30 a 32

O ponto de interesse Edifício na Avenida Álvares Cabral, n.º 30 a 32 encontra-se localizado na freguesia de Campo de Ourique no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Edifício residencial multifamiliar, modernista.

Planta rectangular, com r/c e 6 pisos, sendo o último recuado. Cobertura em telhado de duas águas. O desnível do terreno permite o aproveitamento parcial de uma cave para a instalação da casa da porteira e de uma passagem de serviço. O acesso a este espaço faz-se através de uma entrada secundária aberta na frontaria, dispondo a casa da porteira de comunicação interna ao átrio de entrada do edifício e prolongando-se a referida passagem, pelo limite do prédio, até ao logradouro desenvolvido em socalco e de onde partem as escadas de serviço. A fachada principal, voltada a SE., apresenta uma composição simétrica, criada a partir de um eixo central e tendo por base um jogo de linhas horizontais, onde a marcação dos pisos através de frisos ou o prolongamento das molduras além do recorte dos vãos, tem papel determinante. De um pano central ligeiramente avançado, onde se rasgam vãos rectangulares (um por piso) sobre um friso intermédio e uma decoração geométrica saliente, partem as varandas que se quebram, para uma linha mais recuada, acompanhando a fenestração lateral (uma porta e uma janela para cada lado). O recurso a uma guarda de ferro, composta por três largas barras de linhas rectas, em detrimento de um simples remate sobre uma superfície maioritariamente de betão, introduz um franco contraste com a opacidade do corpo central. Conforme à prática usual do arquitecto, tanto o piso correspondente ao r/c como o terminal recebem tratamento diferenciado: no primeiro caso, temos o revestimento em cantaria, distinguindo-se assim das demais superfícies de reboco pintado, para um pano que recua, nele se inscrevendo a fenestração simples dos andares térreos, com a porta principal ao centro, dignificada pela altura do vão - sobe até ao limite inferior do primeiro piso - e pela caixilharia em ferro de desenho geométrico. Este desenho repete-se na porta de acesso à cave, de dimensões menores, localizada no topo NE. da frontaria e recria o motivo ornamental base aposto na fachada, piso a piso, e ao centro; o coroamento do edifício faz-se por uma platibanda em betão, falso remate pois oculta o andar recuado rematado pela guarda de ferro do primitivo terraço. A fachada posterior tem um tratamento uniforme, salientando-se as superfícies envidraçadas contínuas das marquises, de caixilharia de ferro desdobrada em múltiplos rectângulos, em alguns andares já substituída por alumínio. INTERIOR: a organização do espaço obedece de alguma forma ao formulário tradicional. A divisão faz-se a partir de um corredor longitudinal, com os quartos (dois ou três) projectados para a frente, a zona de estar (sala e saleta) contígua à cozinha na parte posterior da casa, tendo pelo meio um quarto e uma casa de banho iluminados pelo saguão e um espaço interior para arrumos encaixado entre a cozinha e o vão da escada com ascensor. Esta planta conhece variações, com redução de áreas, no último piso, por ser recuado, beneficiado no entanto por um terraço, e no r/c esquerdo, onde o átrio de entrada anula a divisão que o lado esquerdo dispõe a mais que o direito, com a clássica saída independente para a escada. Embora a ocupação doméstica do espaço seja hoje tendencionalmente outra, a decoração interior primitiva, observável ainda em alguns andares e divisões, confirma, pela diferenciação, a preferência inicial de um "modus" de habitar: entre os tectos e frisos estucados, ornamentados com motivos geométricos, a maior elaboração recai na divisão posterior, junto à saleta e cozinha, pre-anunciando o cenário mais social da casa. Ainda quanto à decoração merece destaque o átrio de entrada do edifício, revestido a mármore, com pilastras a ladear o vão existente entre a escada de lanço único com corrimãos de parede em latão e o patim do r/c, bem como a escada que envolve o ascensor, esta de madeira e com lambril do mesmo material.

Materiais

Observações

EM ESTUDO *1 - do processo não constam, para anos mais recentes, quaisquer pedidos de licença para obras. Geralmente, com a constituição da propriedade horizontal e venda das respectivas fracções, os andares conhecem obras de adaptação, encontrando-se entre as mais comuns, a renovação das instalações sanitárias, da cozinha, e conversão de outros espaços interiores; este edifício decerto não ficou excluído de semelhantes intervenções; a avaliação da situação implica estudo "in situ", andar a andar.