Arquitectura educativa, modernista. A solução arquitectónica caracteriza-se por um conjunto de corpos sujeitos a uma ordenação geométrica, organicista e articulados entre si por amplas galerias de circulação e espaços polivalentes.
Conjunto definido por 4 edifícios de dominante horizontal, articulados entre si através de galerias de circulação. Compõe-se de um edifício principal, edifício da piscina "Mário da Silva Marques", edifício primitivo e lar. O edifício principal, de planta rectangular, apresenta 2 pátios interiores, cobertura em terraço e em telhado de 2 águas na ala S.. Fachadas de 1 registo, em betão evidenciado, ritmadas por largos contrafortes de alvenaria de pedra irregular, em cunhal e recuados; remate em platibanda. Fachada principal a N., com pano murário enclinado e avançado a E., entre frestas envidraçadas horizontais e verticais, com acesso demarcado ao centro. A fachada S. apresenta largos vãos envidraçados com alpendres entre contrafortes e frestas horizontais centradas na cobertura, entre águas desencontradas. O interior é organizado segundo um corredor de circulação em volta do pátio principal, partindo de um vestíbulo, onde se encontra a recepção. Este corredor dá acesso às várias salas de aula, sala de professores, bar e auditório. Os lados E. e O. do corredor, com pavimento em calçada portuguesa, são cobertos por abóbada em fibra de vidro. Adossado a E. encontra-se o edifício da piscina, em patamar inferior, com as fachadas E. e S. compostas por largos vãos envidraçados separados por duplos contrafortes ligados por faixas de vidro. Cobertura em terraço, cujo espaço foi aproveitado para campo de jogos. No interior, espaço único com piscina olímpica, ladeada por galeria ritmada por círculos rasgados no interior dos contrafortes, fazendo-se a circulação através destes. A O. do edifício principal encontram-se dois edifícios dispostos em torno de pátio aproveitado para campo de jogos. O edifício primitivo de planta irregular é composto por 5 corpos. Um corpo rectangular, a S., que comunica a E. com o edifício principal, e que se liga por estreito corpo com galeria de circulação sob terraço ao ginásio, no centro do pátio, com capela adossada a E.. O ginásio e a capela possuem cobertura em telhado de 2 águas e acesso pela fachada S.. A fachada N. do ginásio é rasgada superiormente por janelas, encimadas por frestas ao nível da cobertura em pano murário recuado. O corpo rectangular dispõe, na fachada virada para o pátio, de galeria suportada por pilares trapezoidais em betão à vista, que se liga à galeria existente no lar. Existe um segundo piso em construção. Interior com cozinha que comunica com o refeitório, à data em obras. O ginásio apresenta espaço único, com galeria superior que percorre a parede N. e O.. Este edifício articula-se, a N., através de galeria superior, com o lar, de planta em "L", que comunica por corredor exterior com o extremo O. do corpo rectangular do edifício primitivo. Fachadas voltadas para o pátio, com 2 registos, tendo ao nível do 1º registo, uma ampla galeria de circulação suportada por duplos pilares trapezoidais em betão à vista, rasgados por círculos. Piso superior, ritmado por portas e janelas com varanda entre pano murário enclinado.
Materiais
Betão armado, alvenaria, calcário, marmorite, ferro, alumínio, tijolo, madeira de pinho, telha, mosaico hidráulico, azulejos, vidro.
Observações
*1 - o Colégio de Surdos - Mudos e Cegos foi fundado em 1823 na Luz. *2 - inicialmente, o edifício seria provisório, com paredes exteriores de tijolo e cobertura de placas de fibrocimento, sendo posteriormente abandonada a ideia. *3 - o edifício inicial, de planta em H, era constituído por 3 corpos: corpo com bloco de aulas a N., corpo central com instalações sanitárias e sala de professores e corpo a S. com sala de aulas, arrecadação, lavabos, copa e refeitório. Existia ainda um recreio coberto constituído pelas galerias de ligação entre os vários corpos.