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Castelo de Chaves e restos da fortificação abaluartada na cidade

Castelo de Chaves e restos da fortificação abaluartada na cidade

O ponto de interesse Castelo de Chaves e restos da fortificação abaluartada na cidade encontra-se localizado na freguesia de Santa Maria Maior no municipio de Chaves e no distrito de Vila Real.

Do antigo castelo medieval conserva a torre de menagem, de planta quadrangular, com fachadas sigladas, terminadas em parapeito e ameias prismáticas, tendo no topo balcões rectangulares e nos ângulos balcões circulares, assentes em mísulas escalonadas e com matacães, rasgadas por frestas simples e bíforas, acedida a nível elevado, por portal em arco de volta perfeita, encimado pelas armas de Portugal, e troço de muralhas de planta rectangular a envolver parcialmente a torre, com adarve e balcões. Da fortaleza abaluartada, de planta irregular, conserva visíveis algumas cortinas, com a escarpa exterior em talude, em aparelho de cantaria irregular e cunhais em aparelho regular, possuindo cordão e terminando em parapeito, tendo nos ângulos do baluarte da Amoreira balcões poligonais salientes e no baluarte do Castelo guaritas poligonais assentes em mísulas escalonadas e a escarpa interior, transformado em jardim. No interior da torre de menagem possui as frestas bíforas com conversadeiras, fogão de sala, canalização em pedra das águas pluviais para a cisterna e um piso com cobertura em abóbada de berço. A torre de menagem do castelo e os troços da muralha que a envolvem, parcialmente, mantêm o traçado e as características primitivas, de acordo com o desenho de Duarte de Armas. Na torre detectam-se várias fases construtivas, como é visível no diferente tipo de frestas, umas rectangulares muito simples e outras já bíforas, de arco apontado e com conversadeiras no interior, de construção posterior, e a modinatura dos portais da fachada principal, sendo o do terceiro piso também posterior. O próprio remate da torre com balcões rectangulares em cada uma das faces e circulares nos ângulos, todos com matacães, aponta para uma época de construção mais tardia, provavelmente no séc. 14 / 15. No troço da muralha subsistente envolvendo a torre, destaca-se o amplo balcão circular no ângulo, assente em grande mísula também circular de toros escalonados. No interior salienta-se a subsistencia das condutas de abastecimento de água da cisterna com as águas pluviais, salientes da caixa murária e actualmente raras nas torres com cisterna e um terceiro piso com cobertura em abóbada de berço, seccionada por arcos diafragmas, e com lareira.

Do CASTELO, constituído por uma cerca de planta rectangular, com um perímetro de cerca de 860 m, na qual se integrava a torre de menagem, conserva-se apenas esta última e parte do recinto defensivo interior, composto por muralha construída no prolongamento dos ângulos N. e S. da torre e envolvendo-a de NO. e SO.. Antiga torre de menagem de planta quadrangular e cobertura em telhado de quatro águas, circundada por passadiço, com chaminé de pedra. Fachadas em cantaria de granito, com aparelho em fiadas regulares, com pedras sigladas, de cinco registos, rasgadas por frestas em arco de volta perfeita e terminadas em parapeito encimado por ameias de corpo estreito piramidais, apresentando no topo, nos ângulos, balcões semicirculares assentes em mísulas escalonadas e com matacães circulares e, ao centro, balcões rectangulares, igualmente assentes em mísulas escalonadas, ambos com parapeito coroado por ameias piramidais. Fachada principal voltada a SE., rasgada no segundo piso por portal em arco de volta perfeita, de aduelas largas, com moldura em toro e fecho saliente, encimado por escudo com as armas de Portugal, circunscrito por moldura rectangular, relevada, sendo acedido por escada de pedra, disposta paralelamente à fachada, com guarda de pedra, com chanfro, formando balcão, assente em cornija. No terceiro piso, abre-se descentrado portal em arco de volta perfeita, assente nos pés-direitos, com balcão rectangular, nos extremos assente em mísulas escalonadas e com matacães, de comunicação com o adarve da muralha, e frestas bíforas, em arco apontado; ao nível do quarto piso, abrem-se também frestas bíforas, com arco apontado. No prolongamento dos ângulos N. e S. da torre e envolvendo-a de NO. e SO., desenvolve-se muralha em cantaria de granito, com aparelho em fiadas irregulares, rasgada por porta em arco ligeiramente apontado, na fachada SO. ao nível do solo, e terminada em adarve com comunicação à torre, através de passadiço, pelo terceiro registo; num plano intermédio, a fachada possui orifícios marcando antigo corpo adossado. O adarve é provido de balcões rectangulares, assentes em mísulas escalonadas, com matacães, nas fachada NO., SE. e SO. e, no ângulo O., balcão de ângulo, circular, assente em mísula composta por vários toros escalonados, esta com parapeito vazado por troneiras cruzetadas. Da restante muralha medieval apenas conserva dois pequenos lanços incorporadas nas traseiras de habitações na R. do Bispo Idácio, a NO. e na R. do Poço, a SE. INTERIOR em cantaria de granito aparente, com pedras sigladas, iluminado pelas frestas simples e bíforas, as quais alargam para o interior, formando abóbada de berço, e sendo as últimas providas de conversadeiras. Possui cinco pisos, de espaço único, com vitrines e expositores albergando armas e objectos de cariz militar, comunicando entre si por escada de ferro e degraus de madeira. Entrada ao nível do segundo piso em cujo pavimento, lajeado, se rasga vão quadrangular, protegido por grade de ferro, de acesso à cisterna. Esta, ocupando todo o primeiro piso, recebe as águas pluviais conduzidas desde o telhado por conduta de pedra, adossada à parede, de secção octogonal, no segundo piso. No terceiro piso abre-se porta que através de passadiço estabelece a ligação ao adarve da muralha. O quarto piso, provido de fogão de sala, possui cobertura em abóbada de berço, de pedra, seccionada por arcos diafragmas, sobre possantes mísulas. O último piso tem balcão de pedra a proteger a abertura das escadas, saco da chaminé e conduta das águas pluviais, de secção quadrangular, em pedra, escada de madeira de acesso ao telhado e tecto de quatro águas, com travejamento à vista, apoiado, a toda a volta, nas linhas de asnas que assentam em mísulas, algumas esculpidas. Pavimento do segundo piso em lajes de granito e do terceiro, quarto e quinto pisos em tijoleira. Da antiga FORTIFICAÇÃO ABALUARTADA que envolvia a cidade, conservam-se troços das cortinas, numa extensão de cerca de 400 m, entre o ângulo da R. do Sol com a R. 25 de Abril, local em que se implanta o baluarte da Amoreira, e o final da Av. da Muralha, integrando o Postigo das Caldas, na confluência da Tv. das Caldas com a R. do Sol, assim como o baluarte do Castelo, fronteiro à torre de menagem; um outro lanço a O., na Av. Xavier Teixeira, integrando parte do meio maluarte de Nossa Senhora das Brotas, e a continuação deste troço na R. de Maria Rita. O reparo levantado, apresenta a escarpa exterior em talude, em aparelho de cantaria irregular, com os cunhais em aparelho regular, possuindo cordão e terminando em parapeito; nos dois ângulos do baluarte da Amoreira tem balcões poligonais salientes. Fronteiro à torre de menagem desenvolve-se o baluarte do Castelo, com guaritas poligonais nos vértices, assentes em mísulas escalonadas e terminadas em urna. A escarpa interior, encontra-se actualmente transformado em jardim formal e integrando peças de artilharia das antigas defesas da vila. O horneveque da Madalena, que defendia a entrada da ponte na margem esquerda do Tâmega, está muito afectado, encontrando-se a maior parte do traçado subsistente integrado em habitações.

Materiais

Estrutura em granito; portas de madeira; escadas metálicas com degraus de madeira; pavimento do segundo piso da torre em lajes de granito, do terceiro, quarto e quinto em tijoleira; tecto do segundo e terceiro pisos em madeira e do quarto em abóbada de berço, de pedra; cobertura exterior de madeira telhada.

Observações

*1 - A classificação inclui os restos de muralhas militares existentes na cidade e os Fortes de São Neutel (v. PT011703500116) e de São Francisco (v. PT011703500100), ambos edificados durante as Guerras da Restauração.