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Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

O ponto de interesse Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa encontra-se localizado na freguesia de Alvalade no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura de saúde, modernista. Complexo hospitalar composto por um edifício principal composto por vários corpos rectangulares articulados, rasgados uniformemente por vãos rectilíneos. No interior, surgem amplos vestíbulos, de acesso aos corredores e escadas de circulação. No local funciona a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, destacando-se a sala do Anfiteatro de Anatomia que se reveste de importância por constituir um exemplo de manutenção de um espaço de origem do edifício, que por si só assume relevância por se tratar do primeiro complexo hospitalar de tamanha envergadura construído em Portugal. Permanece idêntico à época de construção, mantendo a função de espaço para aulas teóricas, mesmo tendo-se adaptado às modernas tecnologias de ensino. Constitui um elemento patrimonial digno de realce, que importa preservar, sobretudo devido à utilização praticamente diária. No anfiteatro, existem várias colecções de que importa reter o seu carácter histórico, dada a antiguidade de muitas delas e a proveniência, inclusive, da antecessora Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Por outro lado, refira-se a importância das colecções enquanto instrumentos de estudo e investigação, contribuindo para o avanço da ciência médica em Portugal.

Complexo hospitalar composto por vários corpos, sendo o principal formado pela articulação de dois volumes rectangulares irregulares, pela existência de vários panos salientes, dispostos paralelamente e unidos por cinco braços perpendiculares, três deles, os centrais, mais elevados. Possuem coberturas diferenciadas em terraço. No lado E., o edifício da Morgue, de planta ultrasemicircular e, no lado oposto, dois edifícios da Faculdade de Enfermagem. A fachada principal, virada a N., é composta por três panos, estando destacados os extremos, adossando-se ao central três volumes sensivelmente cúbicos, interligados por um corpo de planta rectangular. A caixa murária apresenta-se ritmada por janelas rectangulares ao longo dos vários pisos, em número de 8 no central e 9 nos panos extremos. Os panos são percorridos por socos de cantaria e são visíveis os remates de vários módulos em entablamento. O corpo principal, com acesso em rampa parabólica delimitada por balaustrada, apresenta no piso térreo, protegido por pala, duas janelas tríforas. A eixo abre-se porta de acesso, encimada por três janelões rectangulares. Associado a este corpo, existe um piso parcialmente enterrado, apenas com acesso visível, servido por escadaria descendente. Apresenta uma galeria definida por pilares de secção quadrangular e uma estrutura de dois pisos envidraçada, com porta a eixo. As demais fachadas apresentam módulos semelhantes, sendo regularmente rasgadas por janelas rectilíneas. O INTERIOR do corpo principal apresenta dois amplos átrios sucessivos, o primeiro com acesso nos extremos com escadaria de lanços rectos e um segundo átrio também rectangular, mas de orientação transversal em relação ao primeiro. Consiste num espaço ritmado por pilares de secção circular guarnecidos a mármore, com janelas laterais, derivando nua zona de circulação segmentada por guarda-ventos. A compartimentação interior organiza-se segundo grandes eixos de circulação e distribuição, formando amplos corredores, com escadas em determinados pontos. No interior do Hospital Escolar, existem quatro anfiteatros, dos quais se destaca o Anfiteatro de Anatomia Professor José António Serrano *1, originalmente designado como "Espectatório", e que mantém a sua estrutura praticamente inalterada, com lotação para 200 pessoas. Tem um pé direito elevado e constitui-se como anfiteatro bastante inclinado, rodeado por bancos de madeira para os alunos e, ao centro, a mesa do professor assente sobre um estrado de madeira. Na escadaria que dá acesso à Faculdade de Medicina, encontra-se uma escultura de vulto em bronze (375 cm alt.), sobre um elevado plinto, representando o galardoado especialista em Neurologia Egas Moniz. Trata-se de uma figura hierática em escala aumentada, marcada pela idade, apresentando o rosto um olhar vago. Egas Moniz enverga o traje de professor catedrático, beca e capelo, segurando na mão direita a barretina com borla; merecem destaque os pormenores de tratamento do vestuário e as texturas conferidas.

Materiais

Estrutura em betão armado e alvenaria mista e de tijolo, rebocada e pintada; socos, pilares, modianturas e remates em cantaria de calcário; pavimentos em mármore; guardas e portões em ferro fundido; revestimentos a azulejo industrial.

Observações

EM ESTUDO *1 - tem correspondência à ficha de inventário da Universidade de Lisboa (UL): UL_FM_IM001. *2 - tem correspondência às fichas de inventário da Universidade de Lisboa (UL): UL_FM_OBJ001 a UL_FM_OBJ008 e UL_FM_COL001 a UL_FM_COL029.