Arquitectura industrial, ecléctica.
Edifício de planta rectangular com pátio ao centro. Coberturas em telhados articulados por cérceas de apenas um piso para a R. Mouzinho de Albuquerque e Av. Menéres. Um torreão de dois pisos no gaveto entre a Av. Menéres e R. D. João I com cobertura em telhado de quatro águas. Nesta última R. o edifício desenvolve-se articulando zonas de dois pisos com torreões de três pisos e coberturas de duas águas ou quatro águas respectivamente. Adossado a este corpo na quase extensão do pátio um corpo de r/c de cobertura em telhado de duas águas. No pátio localizam-se duas construções destinados outrora a armazéns / depósito, de planta rectangular de apenas um piso com cobertura em telhado de duas águas. A fachada principal orientada a N. deste conjunto possui um torreão na esquina a O., onde se localiza a entrada marcada pela interrupção dos edifícios de r/c para dar lugar a um portão e um muro encimado por uma grade de ferro. O espaço interior destes edifícios é caracterizado por um despojamento decorativo, com grandes paredes de alvenaria de pedra, coberturas inclinadas com a estrutura de suporte à vista. A maioria das aberturas são janelas de duas folhas sem qualquer moldura, à excepção das voltadas para as ruas envolventes, ora com ombreira e padieira em tijolo, ou um friso contínuo em relevo a percorrer a fachada sobre as aberturas.
Materiais
Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocado; Colunas em ferro fundido; Cobertura apoiada em asnas de madeira revestida a telha de barro do tipo marselha; Caixilharias exteriores de madeira pintada; Friso de remate junto ao beiral em azulejos; Peitoris em tijolo maciço; Grade e portão de entrada em ferro fundido; Pátio revestido a cubo de granito.
Observações
Nos finais do séc. 19, no 1º Plano de Urbanização de Matosinhos previa no chamado Areal do Prado a ocupação por uma malha ortogonal regular, composta por quarteirões com dimensões de 112 x 66m e estrutura viária não hierarquizada com largura de 10 metros. O Plano de reconversão de Matosinhos S. prevê a readaptação deste complexo para actividades culturais. Este complexo fabril não eram na verdade uma fábrica, mas sim uma unidade constituída por armazéns onde se efectuava a análise química laboratorial, a rotulagem, a embalagem e expedição de vinho. Este edifício possui uma tanoaria a vapor, uma das primeiras na região. Neste edifício a linha férrea teve em tempos o seu terminus. Esta unidade industrial tinha ligação directa às docas do porto de Leixões por três linhas férreas. Constitui a 1ª unidade industrial a instalar-se na zona. A sua importância é comprovada pelo nome da R. que lhe dá acesso: Menéres. Actualmente esta unidade fabril é das únicas que ainda mantem uma implantação aproximada à da malha estabelecida pelo Plano de Urbanização original.