Portal Nacional dos Municípios e Freguesias

Palácio Belmonte

Palácio Belmonte

O ponto de interesse Palácio Belmonte encontra-se localizado na freguesia de Santa Maria Maior no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura residencial. Palácio urbano. Edifício integrado na cerca moura. No interior, notável conjunto de azulejos do primeiro quartel do séc. 18.

Conjunto de planta irregular composta, edificado em torno de pátio, ocupando um terreno de configuração rectangular. Adossado à Alcáçova a construção do edifício absorveu a O. uma torre de secção quadrada, na ala NO. as fundações de uma torre romana que estabelece a ligação entre a Alcáçova e a Cerca Moura, e a E. uma torre de secção pentagonal. O edifício, de volumetria escalonada, tem 6 pisos, com aproveitamento desigual de áreas: os pisos 0, 1, 2, 3 e 4 têm um total aproveitamento de superfície, o piso 5 corresponde apenas ao topo da torre romana (actualmente Suite Padre Himalaya) e anexos (actualmente Suite Agostinho da Silva e Suite Bartolomeu de Gusmão) que se destacam no conjunto de coberturas em telhado de 1, 2, 3 e 4 águas; o piso 6 tem unicamente o quarto da Suite Padre Himalaya e o terraço Bartolomeu de Gusmão que corresponde à torre romana. A entrada principal faz-se pelo pátio (de cima), vendo-se à esquerda de quem entra no pátio o corpo principal do edifício, encostado à muralha da alcáçova e virado a S. Tem portal seiscentista, em arco abatido ladeado por pilastras em cantaria, caneladas, onde assentam uma arquitrave e uma janela, ladeada de volutas e pináculos. Por cima da janela destaca-se o brasão dos Figueiredo - cinco folhas de figueira em aspa em campo, com a legenda "Pro Deo e Pro Patria P.N.A.M". Ladeando o portal, abrem-se duas janelas de peito encimadas por dois vãos cegos. Continuando no mesmo pátio, em frende, ergue-se a fachada poente, construída sobre a Cerca Velha e marcada por fiada de três janelas de sacada encimadas por fiada de janelas cegas; neste corpo, à esquerda, abre-se uma passagem abobadada que liga o pátio de cima ao pátio de baixo. Á direita do pátio (de cime), uma passagem estabelece a ligação com o jardim. Deste lado, ergue-se a fachada S., marcada por uma varanda na qual se destacam cinco janelas de peitoril também encimadas por vãos cegos que correspondem ao pé direito dos salões nobres. Esta fachada articula-se em ângulo com o corpo O., construído posteriormente ao terramoto de 1755. A fachada E. virada para o rio e para o pátio de baixo, evidencia as sobreposições e acrescentamentos a que o edifício foi submetido ao longo dos séculos; notam-se nitidamente os seis pisos que constituem o edifício, destacando-se o amplo terraço do piso 2 ou andar nobre. INTERIOR: correspondendo às sucessivas construções, amplos salões constrastam com pequenas divisões, corredores, patamares e escadas em caracol numa disposição labiríntica; destacam-se as salas dos piso 1, 2 e 4, com um notável conjunto de painéis de azulejo, formando silhares, do primeiro quartel do séc. 18. São azulejos monocromos, azul de cobalto em fundo branco, de temática figurativa: cenas campestres e marítimas; cenas de música; cenas de refeição; cenas bíblicas: José do Egipto; história de Eneias; episódios das Metamorfoses de Ovídio. Os corredores do piso 2 têm silhares de azulejo de figura avulsa, azul e branco, os tectos são apainelados.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, azulejos

Observações

Em Janeiro 2001 foram roubados os painéis das 3 salas ditas Egas Moniz. Ficaram apenas fragmentos da guarnição e quatro painéis incompletos. Os painéis 2 e 3 do salão nobre formavam na origem um só painel que foi cortado e transformado em dois painéis no ano 2000 para se poder abrir uma porta no meio desta parede, sendo tiradas as guarnições laterais dos painéis. A ordem do episódio foi invertida: o painel 6 constituía a primeira parte do painel 7. No painel 6 (salão nobre) a barra horizontal inferior (azulejo de padrão azul e branco) não é de origem.