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Igreja de Santa Luzia

Igreja de Santa Luzia

O ponto de interesse Igreja de Santa Luzia encontra-se localizado na freguesia de Santa Maria Maior no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura religiosa, barroca. Igreja de planta em cruz grega, tendo dois anexos adossados à capela-mor e a torre sineira na fachada posterior. Coberturas interiores em abóbadas de lunetas, com cúpula cega e assente em pendentes, sobre o cruzeiro do transepto, iluminada intensa e unifromemente por janelas rasgadas nas fachadas laterais e na principal. Fachada principal rematada em frontão contracurvo, de inspiração borromínica, com os vãos rasgados em eixo, composto pelo portal e janelão em arco abatido, o primeiro com remate em cornija e o segundo com moldura recortada. Fachadas com cunhais apilastrados e rematadas em cornija e beirada simples. A sineira apresenta três registos divididos por friso, o intermédio de menores dimensões, rematando em coruchéu bolboso. Os anexos possuem dois pisos, rasgados por janelas rectilíneas. Interior é marcado por portas de verga recta e molduras simples, que dinamizam o espaço, com tampas de sepultura epigrafadas e monumentos funerários localizados na nave, capela-mor e transepto. A capela-mor possui altar simples paralelepipédico, tendo tribuna rectilínea e ampla rasgada no lado da Epístola, possuindo guarda de madeira, com acesso por sala com tecto de masseira, pintado com temática neoclássica, ostentando "putti" e a cruz de Malta. Capela de duplo orago, pertencente à Ordem de Malta, pela qual terá sido construída nos primórdios na nacionalidade, tendo desaparecido com o terramoto, construindo-se uma nova estrutura, de planta em cruz grega, mas com os braços transversais mais curtos que os longitudinais, com falsa cúpula no cruzeiro, revelando tendências neoclássicas que se começavam a impôr, contrastando com o tratamento da fachada, rematada por frontão contracurvo, de inspiração borromínica, que os arquitectos do séc. 18 utilizaram largamente na reconstrução da Baixa Pombalina, nomeadamente Mateus Vicente de Oliveira, na Igreja de Santo António, situada nas proximidades. Possui o interior com ar palaciano, rasgado por inúmeras portas e janelas, estas com um perfil distinto no interior, em arco abatido, que contrasta com o exterior, onde se assumem rectilíneas; algumas janelas foram entaipadas. Possui uma interessante tribuna, no lado da Epístola, cujo acesso tem pintura de cariz neoclássico. Na parede testeira, um simples altar-mor, constituindo um espaço religioso bastante despojado.

Igreja de planta em cruz grega, possuindo os braços transversais ligeiramente mais curtos que os longitudinais, possuindo dois anexos e torre sineira adossados à capela-mor, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em duas águas na nave, transepto e capela-mor e a seis no cruzeiro, sendo de três e uma nos anexos. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento em cantaria de clacário, flanqueadas por cunhais apilastrados, em cantaria aparente na fachada principal e rebocadas e pintadas nas demais fachadas, rematadas por cornija e beirada simples. Fachada principal virada a O. rematada em frontão de perfil contracurvo, de inspiração borromínica, rematada por volutas, que centram um plinto galbado com cruz latina em ferro, possuindo, no tímpano, almofadados e um medalhão oval com a cruz de Malta. É rasgada por portal em arco abatido e moldura simples, rematado por frontão interrompido, assente em pequenas mísulas, ligando-se a um janelão, também em arco abatido, com moldura recortada e orelhas, com caixilharia de madeira pintada de branco e protegido por grades em ferro. Os panos de muro formam almofadados negativos. Fachada lateral esquerda, virada a N., com o corpo da nave rasgado por duas janelas rectilíneas, com molduras simples e protegidas por grades de ferro, encimadas por duas entaipadas; o braço do transepto tem, na face S., uma janela semelhante às anteriores, encimada por uma cega, sendo a face N. em empena simples e cega, sendo a capela-mor rasgada por duas janelas rectilíneas, com molduras simples de cantaria. O corpo anexo, de dois pisos, é rasgado por quatro janelas de peitoril sobrepostas, com molduras de cantaria simples. a fachada é prolongada por um muro, rebocado e pintado, que fecha o perímetro do Miradouro, onde se inscreve um painel de azulejo em monocromia, azul sobre fundo branco, representando a cidade de Lisboa. Fachada lateral direita, virada a S., com a nave, transpeto e capela-mor semelhantes à fachada anterior, surgindo no corpo da nave um painel e um registo de azulejo, o primeiro representando o Terreiro do Paço e o segundo a imagem de um dos oragos, São Brás. No corpo do transepto, surge um pequeno chafariz, composto por taça em forma de concha, para onde verte uma bica, formada por delfins entrelaçados. O corpo adossado, com dois pisos, é rasgado por vãos rectilíneos, correspondendo a uma portas e duas janelas de peitoril, todos com molduras simples, em cantaria. Possui painel de azulejo, representando a "Conquista de Lisboa aos mouros". Fachada posterior marcada pela empena da capela-mor, na qual se embebe a torre sineira, de três registos divididos por friso e cornija, o inferior rasgado por fresta, o intermédio, de menores dimensões, e igualmente com fresta, surgindo, no superior, quatro ventanas em arco de volta perfeita, assentes em impostas salientes. A estrutura remata em friso e cornija, com pináculos galbados sobre os cunhais e cobertura em coruchéu bolboso. Em cada um dos corpos adossados, surgem janelas de peitoril rectilíneas e com molduras de cantaria. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, com coberturas em abóbada de lunetas cegas, a da nave com o escudo português pintado, surgindo, sobre o transepto uma cúpula cega, assente em pendentes e pilastras angulares, com pavimento em lajeado de calcário. Portal axial protegido por guarda-vento de madeira encerada, sendo a nave marcada por quatro portas confrontantes em arco abatido e moldura simples em cantaria, surgindo, no transpeto, duas semelhantes; são todas encimadas por janelas em arco abatido, com molduras de cantaria, que se prologam inferiormente, formando falsos brincos. Capela-mor com quatro portas confrontantes, as do Evangelho encimadas por janelas cegas; entre as portas, surge um arcosólio de volta perfeita e fecho saliente, integrando túmulo em forma de essa, em calcário branco e vermelho, de João de Sousa, Francisco de Sousa e Violante Mascarenhas. No lado oposto, uma tribuna ampla, com vão rectilíneo, com guarda de madeira plena, formando almofadados, protegida por cortinas de veludo vermelho. Esta tem acesso por uma sala com tecto em masseira, pintado com elementos decorativos, pequenos painéis em "grisaille" e, ao centro, vários "putti" que sustentam uma cruz de Malta. Sobre supedâneo de um degrau, altar paralelepipédico, em cantaria, com banqueta dourada, sobre a qual surge um sacrário em forma de templete, de talha dourada. No interior, surgem dez tampas de sepultura epigrafadas.

Materiais

Estrutura em alvenaria de calcário rebocada e pintada; modinaturas, cunhais, pavimentos, altar, pilastras, cornijas, frisos, túmulo em cantaria de calcário; portas, caixilharias, pavimentos e guarda da tribuna em madeira; janelas com vidro simples e protegidas por grades de ferro; painéis de azulejo industrial nas fachadas laterais; coberturas em telha.

Observações