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Praça de Touros do Campo Pequeno

Praça de Touros do Campo Pequeno

O ponto de interesse Praça de Touros do Campo Pequeno encontra-se localizado na freguesia de Avenidas Novas no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura cultural e recreativa, revivalista neo-árabe. Edifício de espectáculos de planta circular, possuindo vários torreões adossados que dinamizam o exterior, criando uma planta contracurva, ajudando a contrafortar os arcos de estribo que sustentam as bancadas, entre as quais surgem dependências e vários corredores de circulação. É construído em tijolo, com as coberturas em cúpulas bolbosas metálicas e rematando em ameias decorativas escalonadas. Os vãos são em arco de volta perfeita ou ultrapassados, acentuando o carácter neomourisco. No interior, um recinto para espectáculos, que se transforma em arena, possuindo cobertura amovível e na base da arena, uma galeria comercial, tudo de execução recente. Constitui o edifício mais expressivo do chamado estilo neo-árabe a ser edificado nos finais do séc. 19 em Lisboa. Sendo um edifício monocromático, o movimento é dado pelo ritmo das formas do grande número de aberturas em arco ultrapassado e molduras reentrantes, inspirado na desaparecida Praça de Touros de Madrid (de Emilio Rodriguez Ayuso) e que acusa o revivalismo neo-mudéjar espanhol.

Núcleo edificado composto pela antiga Praça de Touros, transformada numa Sala de Espectáculos multiusos, tendo, no sub-solo, um parque de estacionamento, uma galeria comercial com dois pisos, área de restauração, um supermercado e oito salas de cinema, com acesso por duas rampas rolantes e por quatro elevadores, dispostos nos ângulos, surgindo, ainda, um acesso de serviço na zona posterior, existindo, no edifício, propriamente dito, vários restaurantes e bares. A Praça é constituída por uma parede exterior, assente numa fundação contínua e em três fiadas circulares de raios decrescentes de pilares, ligados entre si por arcos de alvenaria, onde se apoiam as bancadas e camarotes. A PRAÇA é de planta circular, a que se adossam quatro torreões, circulares ou poligonais, virados aos quatro pontos cardeais, construída em alvenaria de calcário e tijolo, com coberturas em cúpulas bolbosas metálicas, nos torreões, onde se rasgam olhos de boi, e em cobertura amovível na arena, rematada por merlões decorativos escadeados, pintados de amarelo. As fachadas são percorridas por embasamento de cantaria e por paredes de tijolo. O torreão principal está virado a O., rematando em empena em pinhão, rasgada por janela lobulada, que permite a iluminação do interior da cúpula, estando flanqueado por dois torreões circulares, rematados por pequenas cúpulas, também pintadas de azul, divididos em quatro panos, dois de maiores dimensões, por pilastras colossais, sendo rasgada, sucessivamente, por vãos semicirculares, constituindo as bilheteiras, por dois arcos ultrapassados, parcialmente entaipados, só abertos na zona superior, protegida por grades pintadas de vermelho, por dois pequenos arcos ultrapassados e, superiormente, por dois ajimez sobrepostos. O acesso ao interior processa-se por amplo arco em ferradura, protegida por grade metálica, encimado por janelas. As faces laterais do torreão, que embebe no corpo principal, possui três panos divididos por pilastras colossais, o cenral de maiores dimensões, com porta em arco de ferradura, encimado por dois ajimez sobrepostos, tendo, nos panos laterais, uma sucessão de janela em arco de ferradura, uma pequena janela com o mesmo perfil e duas janelas amplas em arco de ferradura. Os torreões secundários são poligonais, formando um rectângulo, com os ângulos exteriores em chanfro, tendo, nas três faces exteriores, flanqueadas por pilastras colossais, portas em arco de ferradura, a central de maiores dimensões, encimadas por elemento almofadado, e, divididas por friso corrido, um ajimez em cada um dos pisos superiores. As faces laterais, divididas em três panos, são rasgadas por respiradoures circulares, a que se sucedem uma janela de ferradura, uma pequena janela com o mesmo perfil e mais duas amplas janelas de ferradura, todas divididas por frisos salientes. Entre cada torreão, existem panos de muro côncavos, todos iguais, compondo sete panos divididos por pilastras colossais, possuindo, nos níveis superiores, dois ajimez sobrepostos em cada pano, surgindo, na zona inferior, um esquema intercalado de portas em arco de ferradura e duas janelas em arco de ferradura, encimadas por pequenos vãos com o mesmo perfil. INTERIOR *1 composto por vários arcos de estribo que sustentam os dois corredores de circulação, cada um com três metros de largura e que permitem a saída rápida dos espectadores. Possui várias salas nestes espaços, nomeadamente a zona do Museu Taurino. Possui cobertura amovível, já prevista no projecto inicial, mas nunca concretizada, com a arena executada sobre uma laje constituída por uma malha de vigas, sobre a qual existe 1 metro de terra, vedada por uma trunqueira de madeira, com corredor de circulação interna. Este espaço é transformável em recinto de espectáculos, formando uma plateia e zona de palco. No piso inferior, surge uma galeria comercial com várias salas de cinema e recinto de restauração.

Materiais

Estrutura de arcos e abóbadas em alvenaria, pavimentos em laje de vigotas de ferro e abobadilhas; arena com vigas de betão; cobertura em estrutura metálica revestida a zinco e telhas; pano exterior em tijolo de burro; portadas e portas de madeira; janelas com caixilharias metálicas e vidro simples.

Observações

*1 - antes das obras do séc. 21, o interior tinha um recinto central, circular, com 80 m. de diâmetro, coberto com areia, vedado por uma cerca em madeira separada das bancadas por um corredor; estas estão dispostas em círculo, divididas em catorze talhões com 4000 lugares, e duas bancadas superior de cinco filas com estrutura de ferro, tendo, respectivamente, 2100 e 860 lugares. São encimadas por camarotes e galerias, tendo capacidade para 8438 espectadores que se distribuíam pelas duas ordens dos 165 camarotes e galerias.