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Edifício Pombalino de gaveto entre a Rua da Prata, n.º 150 a 160 e a Rua da Vitória, n.º 26 a 30

Edifício Pombalino de gaveto entre a Rua da Prata, n.º 150 a 160 e a Rua da Vitória, n.º 26 a 30

O ponto de interesse Edifício Pombalino de gaveto entre a Rua da Prata, n.º 150 a 160 e a Rua da Vitória, n.º 26 a 30 encontra-se localizado na freguesia de Santa Maria Maior no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Edifício residencial multifamiliar e comercial pombalino, integrado nos planos de reconstrução da zona da Baixa, disposto de gaveto, com estrutura em gaiola, com estabelecimentos comerciais no piso térreo, sobrelojas e cinco pisos de habitação com um fogo cada um, à excepção do último, de águas-furtadas, que tem dois fogos, desenvolvendo-se a caixa da escada ao centro. Fachada principal seguindo o esquema de uniformidade e simplificação arquitectónica, devido à necessidade de construir rapidamente, rasgada por vãos rectilíneos a ritmo regular, os do terceiro piso, o nobre, com janelas de sacada, e as restantes de peitoril, quase todas com bandeira e molduras de cantaria que, nos quarto e quinto pisos, se prolongam inferiormente formando falsos brincos rectos. Na zona de habitação, desenvolve-se interiormente um fogo por andar, com três portas de ligação à escada, dependências intercomunicantes voltadas para a fachada principal e lateral direita, amplamente iluminadas, a principal, no ângulo das fachadas, com pinturas murais, de ornatos geométricos e vegetalistas, e uma pintura alegórica, inserida num medalhão do tecto; e zona de serviços voltados para o saguão, nas traseiras do imóvel.

Planta rectangular, com caixa de escadas central, iluminada por clarabóia, com escada de lanços paralelos e patamares intermédios, de acesso aos fogos, um por piso, e dois nas águas-furtadas. Massa simples, disposta na vertical, com cobertura em telhado de quatro águas. Fachadas idênticas, ainda que a fachada lateral direita, voltada a S., para a R. da Vitória, seja mais estreita que a principal, voltada a O., para a R. da Prata; possui sete pisos, o inferior, de lojas, revestido a placas de mármore cinzento, o segundo, de sobrelojas, revestido a azulejos monocromos verdes e os restantes a azulejos de padrão verde, branco e azul, com pilastras toscanas de ordem colossal nos cunhais, seccionadas por friso de cantaria entre a sobreloja e o piso superior. As fachadas são rasgadas a ritmo regular por seis eixos de vãos rectilíneos na fachada principal e quatro na lateral direita, os vãos inferiores alternadamente de montra e porta envidraçada, encimados por toldos; os da sobreloja, dispostos na horizontal e de menor dimensão que os dos restantes pisos, têm molduras de verga trapezoidal e inferiormente pano de peitoril em cantaria; os do terceiro, quarto e quinto pisos têm molduras de cantaria levemente recortadas nos ângulos superiores, sendo os primeiros de sacada, com guarda de ferro, os segundos de peitoril com falsos brincos rectos, na fachada principal, e de sacada, na lateral direita, e os do quinto igualmente de peitoril, mas de verga interior abatida e com caixilharia de guilhotina; no sexto piso, sensivelmente recuado, terminado em cornija de massa e beirado simples, desenvolve-se sacada corrida sobre a cornija que percorre as fachadas, com guarda de ferro e para onde se abrem as janelas, de moldura simples; na fachada lateral apresenta papagaios, em ferro. As águas-furtadas, mais estreitas que as fachadas, com cunhais de cantaria e terminadas em cornija sobreposta por beirado simples, são rasgadas por janelas de sacada, também de moldura simples, com guarda de ferro. O terceiro e quarto piso separam-se dos restantes por frisos de cantaria. INTERIOR: as lojas do piso térreo são amplas e possuem arrumos, instalações sanitárias e escada de acesso à cave, nas traseiras. Pela porta central da fachada principal, acede-se ao vestíbulo rectangular, que conduz às escadas de comunicação entre os vários pisos, com os primeiros degraus em cantaria e o restante em madeira, e com guarda plena em alvenaria. Três portas dão acesso aos apartamentos. Cada um dos pisos de habitação têm planta semelhante, excepto o das águas-furtadas, estruturados em torno de corredor que circunda a caixa de escadas, com duas áreas distintas, uma de permanência, de planta em L, que se desenvolve ao longo da fachada principal e da fachada lateral direita, e uma de serviços, nas traseiras. A área de permanência tem sete dependências intercomunicantes, com portas de verga recta e bandeira envidraçada, cinco das quais voltadas para a R. da Prata, a última do lado direito, de ângulo, com janelas voltadas para a R. da Vitória, as restantes duas voltadas para a R. da Vitória. A sala de esquina do andar nobre, a de maior área, tem pintura no tecto, inserida em cartela central, representando uma figura feminina alegórica ao Comércio e à Abundância, com trajos romanos, empenhando, na mão esquerda, um caduceu e segurando, na direita, um cesto de frutas e cereais; da cartela partem quatro raios que interligam à moldura definidora do tecto. Nas paredes detectam-se ainda vestígios de pinturas murais com ornatos geométricos e vegetalistas, simples. A área de serviço é menor, com janelas voltadas para o saguão, apresentando uma cozinha com despensa e instalações sanitárias. Águas furtadas de planta rectangular, estruturada em torno de corredor em L, com quatro assoalhadas, cozinha e instalações sanitárias. Os pavimentos são em soalho nas salas e cerâmico nas dependências de serviço; os tectos são planos, em madeira, e rebocados.

Materiais

Estrutura de gaiola preenchida a alvenaria, rebocada e pintada; frisos, pilastras e molduras dos vãos em cantaria calcária; cornijas de massa; vidros simples; portas e caixilharias de madeira; pavimento cerâmico e de madeira; grades de ferro; rodapés e revestimento das paredes de chaminés em azulejos; pinturas murais; cobertura de telha.

Observações