Arquitectura residencial, setecentista. Casa de habitação de planta rectangular simples e dois pisos, com águas furtadas e logradouro, de volumetria simples, ritmada por vãos com molduras de cantaria, portas e janelas, no piso térreo, a que correspondem, no piso superior, janelas de sacada com guardas metálicas, todas em arco abatido. A fachada principal possui remate em cornija e cunhais apilastrados. A regularidade da fachada principal também se manifesta na posterior, onde surge uma mansarda.
Planta rectangular simples e regular, de volumetria paralelepipédica simples com disposição horizontal, evoluindo em dois pisos, com cobertura homogénea em telhado de duas águas, com água furtada. Fachadas rebocada e pintadas de rosa, flanqueadas por cunhais apilastrados, seccionadas em dois registos por friso de cantaria e rasgadas por vãos com molduras simples de cantaria de calcário. Fachada principal virada a NO., rematada por friso, cornija e platibanda plena, capeada. No piso inferior é rasgada por três vãos em arco abatido, todos entaipados, que formavam uma porta central e duas janelas de peitoril, encimadas por três janelas de sacada, com bacia de cantaria, com guarda metálica de ferraria ornamental e vão em arco abatido. Entre duas das janelas, surge uma lápide em cantaria de calcário com a inscrição: "A MEMÓRIA DO ERUDITO ESCRIPTOR JULIO DE CASTILHO, VISCONDE DE CASTILHO QUE NESTA CASA SE FINOU EM 8 DE FEVEREIRO DE 1919. CONSAGRAM ESTA LAPIDE OS SEUS AMIGOS 30-IV-1919". Fachada lateral esquerda, virada a NE., rematada em empena, com duas frestas de arejamento ao nível do sótão, com cano de algeroz simples que escoa a água do telhado, tendo, no piso térreo, dois janelos quadrados gradeados, fresta rectangular jacente e janela de peito em arco abatido, protegida por ferraria ornamental; no piso superior, duas janelas de peitoril, ambas entaipadas, uma fresta rectangular jacente e uma janela de sacada semelhante à da fachada principal, e também entaipada. Fachada lateral esquerda adossada e, na fachada posterior, ao nível do piso superior, duas janelas de peitoril rectilíneas e de dimensões diferentes, entaipadas a tijolo. INTERIOR não observado *1. No logradouro, possui poço e tanque de cantaria.
Materiais
Estrutura em alvenaria mista, rebocada; pilastras, cornijas, sacadas e modinaturas em cantaria de calcário; vãos entaipados a tijolo; guardas das sacadas em ferro forjado e fundido; cobertura exterior em telha.
Observações
*1 - António Miranda numa análise historico-patrimonial a cargo da Divisão do Gabinete Técnico da Ameixoeira / R. do Lumiar / Charneca / Olivais Velho referiu que no interior existiam, no piso térreo, azulejos azuis e brancos de figura avulsa de influência holandesa e, no piso superior, no salão nobre, ao qual se acedia por escadaria com corrimão com pequeno silhar de azulejos pombalinos, tecto de masseira e lambris de azulejos polícromos pombalinos. *2 - Júlio de Castilho nasceu em 1840 e faleceu em 1919; filho de António Feliciano de Castilho, foi governador civil da Horta, cônsul em Zanzibar, bibliotecário da Biblioteca Nacional de Lisboa e professor do príncipe real D. Luís Filipe; afirmou-se como dramaturgo, historiador, arqueólogo e memoralista, mas sobretudo como olisipógrafo, sendo o responsável pelas obras "Lisboa Antiga" (1879-1890) e "Memórias de Castilho".