Arquitectura infraestrutural, oitocentista. Chafariz urbano, adossado a um troço de um ramal do Aqueduto, ligado à distribuição de água a Lisboa, pelas Águas Livres, do tipo caixa de água, de planta rectangular e volume paralelepipédico, flanqueado por pilastras toscanas, sobrepujadas por pináculos piramidais, rematado em friso, cornija e platibanda plena, centralizada pelas armas da cidade. Possui três bicas, que vertem para dois tanques, indo os sobejos para um frontal, um de lavar, no lado esquerdo e um bebedouro para animais, todos rectangulares e de bordos simples. O seu esquema é simples, mas semelhante aos Chafarizes de Entrecampos (v. PT031106040206) e do Intendente (v. PT031106310126).
Chafariz com estrutura em alvenaria mista e em cantaria de calcário lioz aparente, de planta rectangular formando um volume paralelepipédico, assente numa plataforma de dois degraus, também rectangular mas com os ângulos arredondados. Fachadas percorridas por embasamento saliente de cantaria, rematadas em friso e cornija, encimada por pequena platibanda plena, com pináculos piramidais nos ângulos e, ao centro da fachada principal, silhar de cantaria, ornado por medalhão circular emoldurado, onde surgem representadas as armas da cidade de Lisboa. Fachada principal parcialmente rebocada, sendo de cantaria nos 2/3 inferiores, flanqueada por cunhais em forma de pilastras toscanas. Na zona rebocada, surge uma lápide rectangular, de ângulos côncavos, parcialmente fragmentada, onde surge a inscrição incisa "CML 1867". Na zona revestida a cantaria, surgem três bicas, duas em forma de flor e uma discóide, que vertem para dois tanques em cantaria rectangulares, parcialmente reforçados com chapas de ferro, pouco profundos e com vestígios das antigas réguas de ferro, de apoio ao vasilhame; os tanques estão ladeados por um bloco de cantaria para colocação do vasilhame. Fachada lateral esquerda com uma fresta jacente com moldura saliente, actualmente entaipada, possuindo, adossado, tanque rectangular, de ângulos curvos, com os bordos inclinados, servindo de lavadouros. A fachada lateral direita tem porta de verga recta, com moldura saliente, encimada por bandeira, actualmente entaipada, protegida por uma folha metálica pintada de verde. Frontal ao chafariz e num plano mais baixo, à cota da zona envolvente, surge um quarto tanque, rectangular, com os bordos simples e com a face posterior mais elevada, criando um pequeníssimo espaldar simples, reforçado por chapa de ferro e possuindo vários gatos do mesmo material; ao centro, possui um escoadouro que verte para um tanque lateral, de pequena altura, servindo de bebedouro aos animais, também rectangular e de bordos lisos.
Materiais
Estrutura em cantaria de calcário lioz e em alvenaria mista, rebocada; pilastras, pináculos, tanques, bicas, modinaturas e cornija em cantaria; gatos e réguas de ferro; porta em metal.
Observações
*1 *1 - Por decreto do Ministério da Cultura (dec. nº 5/2002 de 19 de Fevereiro) foi alterado o Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que designava o imóvel como "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte redacção: "Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa". *2 - DOF: Zona Especial de Proteção conjunta aos imóveis: Museu Nacional de Arte Antiga, Igreja de São Francisco de Paula, Túmulo da rainha D. Maria Vitória, Palácio do conde de Óbidos, Chafariz das Janelas Verdes, Teatro da Casa da Comédia, Edifício da rua das Janelas Verdes n.º 78 - 78, Cinema Cinearte, Chafariz da Esperança, Convento das Trinas, Casa de António Sérgio, Palacete do viscondes e condes dos Olivais e da Penha Longa, Troço do do Aqueduto das Águas Livres, Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo. *2 - o Aqueduto das Janelas Verdes, ramificação do das Necessidades (um dos cinco que abastecia Lisboa) situa-se entre este e o chafariz das Janelas Verdes; este ramal segue ainda hoje enterrado até à Calçada das Necessidades onde sai para o exterior e continuava pela actual Avenida Infante Santo, em arcada, demolida para a construção daquela via, e continuava pela Travessa do Chafariz das Terras até à Rua de São Caetano; a partir daí segue por conduta subterrânea até às Janelas Verdes.