Arquitectura religiosa, gótica, barroca, rococó e neoclássica. Igreja conventual gótica, de cruz latina e 3 naves de 4 tramos, com cabeceira tripla. Claustro quadrangular de 2 pisos, com arcarias largas assentes sobre pares de colunas num esquema vulgar entre fins do séc. 14 e inícios do 15 e que também se vê no convento de Leiria, Santo Tirso e outros. Portal de remodelação barroca. Sofreu grandes remodelações nos séc. 18 e 19. Rosácea do séc. 19. O retábulo-mor é de influência neoclássica. O órgão, rocaille, é obra de um entalhador vimaranense. O cadeiral setecentista é de transição do rocaille para o neoclássico. Arquitectura gótica mendicante com reminiscências românicas e remodelações barrocas e neoclássicas.
Planta composta por igreja, em cruz latina, de 3 naves e 4 tramos, cruzeiro sensivelmente saliente, cabeceira de 3 capelas, sacristia rectangular, torre e claustro quadrangulares. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de 1 e 2 águas. Igreja com fachada principal orientada a O., escalonada em 3 panos, mostrando divisão espacial interior, reforçada por contrafortes; pano central terminado em empena, rasgado por portal, entre pilastras decoradas, 2 delas com imagens de S. Francisco e S. Domingos em nichos, e encimado por frontão recortado, cartelas, meninos e fogaréus, e rosácea com intradorso decorado. Alçados laterais com cornija sobre modilhões. Interior com naves separadas por arcos apontados, sobre colunas adossadas a pilares, e clerestório na central; pavimento de lajes e tectos de madeira. Absidíolos com retábulos de talha e tecto em abóbada de nervuras. Capela-mor profunda, com cadeiral de dupla fila na primeira metade, tendo espaldar alto decorado com laçarias e flores e órgão de tubos sobre atlantes sobreposto no lado do Evangelho; na parede testeira, retábulo de talha com trono central. A Sacristia, antiga capela de Stª Maria Madalena, possui arcazes, retábulo de mármore com pedra de armas e volutas superiores e tecto em abóbada de serviço sobre ampla cornija. Claustro com 2 alas de 2 pisos e outras 2 só com arcaria do 1º, desenvolvendo-se à volta jardim. É de tipo contínuo, tendo no 1º arcarias largas, de arco apontado, sobre pares de colunas, de capitéis esculpidos, assentes num muro, e no 2º piso janelas separadas por pilaretes, sendo as dos cantos e as 2 centrais encimadas por lintel decorado por arco trilobado; a separação dos 2 pisos faz-se por cornija coberta de telha. Na quadra, organiza-se jardim de buxos com cruzeiro central.
Materiais
Paredes em cantaria de granito; cobertura de telha assente em estrutura de madeira; pavimento em lajeado de granito; caixilharias em madeira.
Observações
*1 - Em 1910 foi classificado como Monumento Nacional o claustro da Igreja de São Domingos, enquanto que a própria igreja só o viria a ser, mas como Imóvel de Interesse Público, em 1959, pelo Decreto nº 42 255. *2 - O cadeiral oculta um arcossólio gótico com túmulo da fundadora da capela, D. Branca de Vilhena, filha do conde de Seia e alcaide-mor de Sintra. O arcossólio, de arco quebrado, tem a parede testeira forrada a azulejos hispano-mouriscos e o intradorso pintado com motivos vegetalistas. A arca tumular tem na tampa inscrição entre dois brasões. Segundo Pedro Dias, a cabeceira encontra-se totalmente modificada. *3 - Embora no início o museu tivesse albergado unicamente um primeiro núcleo de objectos recolhidos nas escavações da citânea de Briteiros, as espécies foram aumentando com o decorrer dos anos, sendo actualmente constituído por secções de escultura antiga e epigrafia latina, industrias pré e proto-históricas, numismática, esfragística e medalhística, etnografia e arte contemporânea.