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Solar da Ponte

Solar da Ponte

O ponto de interesse Solar da Ponte encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Briteiros São Salvador e Briteiros Santa Leocádia no municipio de Guimarães e no distrito de Braga.

Quinta barroca e vernacula, composta por casa e anexos agrícolas, constituídos por eira e sequeiro, currais, casa de caseiros e moinho hidráulico. Solar de planta rectangular alongada, de dois pisos. Fachadas percorridas por embasamento, com cunhais apilastrados e cornija sob beiral no remate. Fachada principal marcada axialmente por escadaria semicircular, portal principal de verga recta e ressalto semicircular na cornija, com portas e janelas, rectangulares, e janelas de sacada com grades de ferro forjado. Fachada lateral com escadaria de pedra com arranque volutado. Interior com lojas e lagares, no primeiro piso, e salas e cozinha, no segundo, possuindo janelas com conversadeiras. Dependências agricolas vernáculas, com moinho hidráulico de rodízio.

Planta composta por solar de planta rectangular, alongada, com diversas estruturas de apoio à propriedade agrícola, nomeadamente alpendre, curral, sequeiro, espigueiro com eira e casa do caseiro, dispostas lateralmente e posteriormente, em relação ao solar, em torno de terreiro. SOLAR de massa simples horizontalizante, com cobertura em telhado quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco percorridas por embasamento pintado de cinzento, pilastras nos cunhais e remates em cornija sob beiral. Fachada principal voltada a NO., marcada axialmente por escadaria em leque, de acesso a portal principal de verga recta encimado por ressalto semicircular acima da cornija de remate. No primeiro registo, do lado esquerdo, rasga-se porta de verga recta e duas janelas rectangulares, e do direito duas portas, também rectangulares. No segundo registo, em cada um dos lados, duas janelas rectangulares, ladeando janela de sacada com guarda em ferro forjado. Sob a sacada do lado esquerdo encontra-se lápide com inscrição. Fachadas laterais dissemelhantes, tendo a voltada a SO. duas janelas, rectangulares, em cada um dos registos, e a voltada a NE. janela jacente rectangular, no primeiro registo, e porta de verga recta e janela, também rectangular, no segundo, com escada de pedra de um lanço, com arranque volutado e grade de ferro. Fachada posterior com três panos estruturados por pilastras toscanas colossais, sendo o central definido, axialmente, por escadaria de pedra de lanço recto com grades de ferro de acesso a porta de verga recta. De cada lado, duas portas de verga recta, no primeiro registo, e três janelas, rectangulares, no segundo. Os panos laterais, semelhantes, são rasgados por porta de verga recta encimada por janela de sacada com guarda de ferro forjado. INTERIOR *1 com lojas no primeiro piso, mantendo os lagares de pedra. Acesso ao segundo piso por escada de cimento, onde se distribuem distribuem-se salas, tendo algumas janelas com conversadeiras, cozinha com lareira e forno e instalações sanitárias. DEPENDÊNCIAS AGRICOLAS em ruínas com fachadas em alvenaria de granito conjugando aparelho irregular com alguns panos de aparelho regular. MOINHO de planta rectangular, massa simples com cobertura em telhado duas águas. Fachadas em alvenaria de granito em fiadas de aparelho irregular. Fachada principal voltada a E. rasgada por porta estreita, rectangular. Fachada lateral N. cega, marcada pelo caleiro que transporta a água do açude até ao rodízio. Fachada lateral S. com dois pisos, sendo o cabouco rasgado por amplo vão, protegido por portão de ferro, de acesso ao rodízio, e o sobrado por janela, rectangular. Fachada posterior a O. com janela rectangular. INTERIOR com paredes de granito argamassadas a cimento, tendo no primeior piso rodízio de madeira e, no segundo piso, soalhado, a "moenda", constituída pelo "pé" e "andadeira", em granito, e a "moega", de madeira.

Materiais

Estrutura do solar e dependências agrícolas e mós do minho, em granito; portas, janelas, interior do moinho, nomeadamente o pavimento, forro do tecto, estrutura de suporte, "moega", veio e rodízio, em madeira; sacadas das janelas, e portão do cabouco do moinho, em ferro forjado; coberturas exteriores de telha cerâmica, de meia cana.

Observações

*1 - O interior aguarda obras de beneficiação, no âmbito da adaptação do edifício a Museu da Cultura Castreja; *2 - Camilo Castelo Branco descreve a casa como "A meia légua das Taipas, tem Francisco Martins uma quinta, chamada de Briteiros. Na casa magnífica da Quinta vivia um par de cônjuges decrépitos, antiquíssimos criados de pais e avós do meu amigo. A extensão das salas, câmaras, corredores em longitude e forma conventual, de tudo me senhoreei. Escolhi o quarto, cujas janelas faceavam com um recortado horizonte de arvoredos, e a cumeeira chã dum serro onde se divisam as relíquias de antiga povoação, que lá dizem ter sido Citânia, cidade de fundação romana."