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Santuário de Nossa Senhora da Lapinha

Santuário de Nossa Senhora da Lapinha

O ponto de interesse Santuário de Nossa Senhora da Lapinha encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Serzedo e Calvos no municipio de Guimarães e no distrito de Braga.

Santuário mariano com igreja construída no séc. 20, oscilando entre influências medievas, visível no recurso aos vãos de perfis apontados, e elementos de inspiração barroquizante, na estrutura da igreja e na estrutura e decoração do retábulo-mor. Tem acesso por amplo escadório, tendo, no terreiro o templo, a casa da irmandade, instalações sanitárias e altar exterior, estando envolvido por denso arvoredo, implantado sobre o vale do Rio Vizela. A igreja de planta poligonal composta por nave, capela-mor mais estreita e sacristia na fachada posterior, com coberturas interiores em falsas abóbadas de berço, iluminada uniformemente por janelas em arcos apontados. Fachada principal do tipo harmónico, composta por corpo rematado em empena, com os vãos rasgados em três eixos, compostos por portal e postigos em arco apontado, encimados por ampla loggia, de invocação românica, com influências italianizantes, assente em cachorros sem decoração, e óculo. Está ladeada por duas torres, a do lado direito inacabada, de dois registos e com ventanas em arcos apontados. O interior é austero, destacando-se as capelas laterais com amplos vãos em arcos apontados, contendo mesas de altar, encimadas por pequena estrutura de talha, de influência neo-gótica, particularmente visível nos baldaquinos que encimam as imagens dos oragos, com decoração flamejante. Contrastando com estas estruturas, o retábulo-mor com três panos definidos por colunas de inspiração coríntia, com tribuna de perfil curvo e trono ornado por motivos vegetalistas, rematando em espaldar curvo, de talha pintada, revivalista, de inspiração barroca. No exterior, mantêm-se um cruzeiro seiscentista, invocando o seu patrocinador em inscrição numa das faces do plinto.

Planta poligonal regular, composta por nave e capela-mor mais estreita, tendo duas torres sineiras adossadas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos de cantaria, flanqueadas por cunhais de cantaria e rematadas em frisos e cornijas. Fachada principal virada a S., rematada em empena com cruz latina no vértice, rasgada por portal e duas janelas em arcos apontados e molduras de cantaria, sobrepujadas por loggia em cantaria, sustentada por pilares de arestas biseladas, e guarda vazada por elementos cruciformes; a estrutura é sobrepujada por óculos quadrifoliado. No lado esquerdo, a torre sineira, de dois registos separados por frisos e cornijas, o inferior rasgado por óculos de perfis diversos, surgindo, no topo, quatro ventanas em arcos apontados. A estrutura remata em frisos, cornijas, pináculos e pelos mostradores do relógio, recortados e em cantaria. No lado esquerdo, corpo torreado, com um único registo, rasgado por óculos semelhantes aos da torre e rematada em balaustrada. As fachadas laterais são semelhantes, rasgadas por duas janelas em arcos apontados no corpo da nave, surgindo, no da capela-mor, duas portas que centram uma janela com o mesmo perfil, a esquerda de acesso à sacristia. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por lambril de cantaria, com coberturas em falsas abóbadas de berço, rebocadas e pintadas de branco, percorridas por arcos torais em cantaria, ornadas por elementos geométricos, assentes em cornijas. As janelas, emolduradas a cantaria, estão protegidas por vidro colorido formando elementos geométricos. Confrontantes, dois altares laterais, dedicados a Nossa Senhora de Fátima (Evangelho) e ao Sagrado Coração de Jesus (Epístola). No lado do Evangelho, púlpito quadrangular com bacia em cantaria de granito, assente em mísula, com guarda plena de talha pintada de marmoreados fingidos, com colunelos angulares e decoração em apainelados, formando cruz grega; remata em cornija e encontra-se desativado, O arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras e com fecho saliente, dá acesso por um degrau à capela-mor. Sobre supedâneo de três degraus de cantaria, a mesa de altar e o ambão, de talha pintada de marmoreados fingidos, ornada por elementos fitomórficos. Na parede testeira, retábulo-mor de talha pintada de marmoreados fingidos, de planta reta e três eixos definidos por quatro colunas com o terço inferior marcado, assentes em altos plintos paralelepipédicos, com as faces ornadas por almofadados recortados. Ao centro, tribuna de perfil curvo e moldura saliente com fecho vegetalista, contendo trono de três degraus, encimado por maquineta de perfil recortado, de inspiração borromínica, contendo a imagem. Os eixos laterais formam recortados, encimados por acantos, que enquadram mísulas com imaginária, tendo na base as portas de acesso às tribunas e sacristia. A estrutura remata em espaldar curvo com decoração vegetalista, enquadrado em falso frontão semicircular que se adapta à estrutura da cobertura. Altar paralelepipédico encimado por sacrário embutido, com decoração saliente recortada e composta por acantos.

Materiais

Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; socos, modinaturas, frisos, cornijas, pináculos, cruzes, loggia, base do púlpito, degraus das escadas em cantaria de granito; portas de madeira e de ferro; janelas com vidros coloridos; púlpito, retábulos, mesa de altar, ambão de talha pintada; coberturas em telha cerâmica.

Observações

*1 - estas freguesias eram as de São Cristóvão de Abação, Calvos, Costa, Fareja, Gémeos, Infantas, Matamá, Mesão Frio, Penteeiros, Pinheiro, São Faustino, São Paio, Serzedo, Tabuadelo, Guimarães e Vila Fria (p. 73).