Arquitectura religiosa, maneirista. Capela de planta longitudinal simples, com fachada principal terminada em empena, de cunhais apilastrados e vãos em eixo, composto por portal de volta perfeita, encimado por friso e cornija, a que se sobrepõe uma janela emoldurada, tendo ainda ao lado do portal janela quadrangular. Fachada lateral esquerda terminada em beiral duplo, rasgado por porta travessa, de verga recta encimada por friso e cornija, e por uma janela. Interior com cobertura de madeira e, na parede fundeira, estrutura maneirista de cantaria com arco de volta perfeita integrando ao centro retábulo de talha dourada.
Planta longitudinal simples, com cobertura em telhados de duas águas sobre beiral duplo. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais apilastrados e embasamento de cantaria. Fachada principal orientada a E. terminada em empena de friso e cornija, sobrepujada por cruz de Cristo. Portal de arco de volta perfeita sobre pilastras, ambos molduradas, e com inscrição "1683 A" gravada na chave, com seguintes em ponta de diamante, encimado por friso e cornija e ainda por uma janela alta, com moldura de cantaria e tapa-sóis fasquiados pintados de verde. Do lado esquerdo, ladeia o portal, janela quadrangular, com moldura de cantaria e portadas de madeira. Fachada lateral S. rasgada por porta de verga recta sobre pilastras, encimado por friso e cornija, e ainda por uma janela moldurada a cantaria e com tapa-sóis fasquiados pintados de verde. INTERIOR com paramentos rebocados e pintados de branco, pavimento com grandes lajes de cantaria e cobertura de madeira com travejamento à vista. Junto à porta, do lado da Epístola, pia de água-benta, de feitura simples, em cantaria cinzenta. Na parede testeira, estrutura embutida na parede, de cantaria cinzenta, em arco de volta perfeita encimada por friso e cornija, sobrepujado por um tímpano curvo em gesso, com baixo relevo decorado ao centro, com um ramo de oliveira e querubins laterais, em substituição do estuque original; integra ao centro retábulo-mor em talha dourada, de planta rectangular e um eixo.
Materiais
Estrutura de basalto, rebocada, com elementos estruturais de cantaria cinzenta e vermelha da região, portas e tapa-sóis de madeira, janelas de vidro simples, retábulo de talha dourada e policroma, trabalhos de estuque e cobertura exterior de telha romana.
Observações
*1 - Desconhece-se actualmente a quem era dedicada esta capela, sendo as invocações mais prováveis a de Nossa Senhora da Saúde do Monte Olivete associada ao morgadio instituído, em 1675, por Pedro Lopes de Vasconcelos, ou a de Nossa Senhora da Redenção e a das Mercês do Carmo, fundada por Manuel Gomes Bulhões, em 1655. O Mapa de Reinaldo Oudinout refere a capela como de N. S. da Oliveira. Actualmente, a capela é conhecida popularmente como da Boa Viagem, tomando o nome da rua onde se localiza, topónimo que se liga às figuras dos mercadores do Funchal em 1471, Martim Anes e Fernão Nunes da Boa Viagem. Segundo o investigador Pe. Fernando Augusto da Silva, a capela será dedicada a Nossa Senhora da Redenção e Mercês do Carmo, fundada em 1655, pelo Capitão Gomes de Bulhões, Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz, que serviu na Baía de 1645 a 1655. Segundo o mesmo autor, a capela da Boa Viagem foi fundada por Bento da Veiga. *2 - O retábulo de talha foi emprestado para a inauguração do Solar de D. Mécia, no entanto ele ainda não foi reposto na capela.