Arquitectura financeira, ecléctica. Fachada em pedra de gosto classizante e utilização do ferro no interior (pátio e andares).
Planta rectangular, organizado em 3 pisos, volumetria paralelepipédica, cobertura composta por telhados a duas águas, com clarabóia para iluminação interior. Disposição vertical de massas, marcada por grandes panos de fachada separados por seis colunas salientes de base alta.A fachada principal, a O., em mármore, simétrica e regular divide-se em cinco tramos recuados (embora inicialmente apresentasse apenas três).A cornija remata a parte nobre da fachada.No piso térreo, cinco vãos de volta inteira e seis cabeças de leão a sustentar inscrições nos pedestais das colunas, em cujos capitéis se desenvolvem âncoras - com ligação às volutas que se desenrolam no friso - com motivos ornamentais representando serpentes enroladas a um ceptro alado com asas de Mercúrio.1º andar ritmado por varandas de pedra circulares com guarda-corpos de balaústres, assentes em consolas em forma de gomos, coroadas com frontões triangulares com decoração vegetalista, sendo que o que se situa no 2º pano (sentido N./S.) é um frontão interrompido com inscrição das armas reais.Por cima das varandas, cinco vãos de janelas tripartidas.No andar superior, por cima da cornija e assente sobre um pequeno terraço, cinco janelas de mansarda recuadas, com moldura de cantaria e ática ornamentada, sendo a restante decoração constituída por elementos vegetalistas. INTERIOR: no rés-do-chão um pequeno vestíbulo de planta rectangular, com chão e paredes de mármore de Sintra e Chão de Maçãs, dá acesso pelo lado direito à agência bancária e em frente através de porta giratória a um átrio quadrangular de triplo pé direito. Com chão forrado a mármore, este último, constitui-se como gerador / distribuidor dos espaços circundantes, rematado e iluminado superiormente pela grande cúpula estruturada em ferro e vidro.Interior do piso térreo com cota superior ao nível da rua, núcleo de escadas e elevador à esquerda, zona de auditório em frente e sala de espera à direita em redor da qual se organiza zona de circulação em U em cujo extremo se localiza o acesso ao edifício contíguo ao banco.Primeiro piso de organização similar ao piso térreo subdividido em zonas de gabinetes da administração e sala de reuniões no mesmo alinhamento da sala de espera do piso térreo.Terceiro piso com igual zona de gabinetes com especial destaque para sala de reuniões com tecto em caixotões.Quarto, quinto e sexto piso, de intervenção posterior, compostos por zonas de trabalho com divisórias amovíveis, vazados por pátio interior rematado por segunda clarabóia.
Materiais
Ferro, cimento, pedra lioz, pedra mármore, vidro, madeira.
Observações
*1- a sua acção de apoio ao Fomento nacional foi assinalável, tendo efectuado empréstimos ao governo, à Câmara Municipal de Lisboa e, à Família Real; Miguel Ventura Terra projectou um edifício com uma fachada absolutamente lógica e com um aproveitamento interno em conformidade com a sua função e com o seu fim preciso e determinado. Facilmente se destaca na sua envolvente, com o impacto desejável num edifício do público e que para o público se destina.O aspecto da função levanta a questão da influência das instituições bancárias no desenvolvimento e transformação da cidade, pelos interesses económicos que arrastam, realçando que as principais alterações da Baixa Pombalina foram, precisamente, protagonizadas principalmente por instituições bancárias.A localização do edifício é propositada e insere-se numa política de fixação de comércio especializado numa rua determinada, correspondendo a Rua do Ouro à zona de implantação do comércio de ouro