Portal Nacional dos Municípios e Freguesias

Convento dos Vimiosos

Convento dos Vimiosos

O ponto de interesse Convento dos Vimiosos encontra-se localizado na freguesia de Estrela no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura religiosa, renascentista, maneirista, barroca. Mosteiro feminino de Dominicanas com igreja de planta centralizada, apoiada em arcarias que definem uma cruz grega de linhas serlianas, influenciada tardiamente pela Renascença Italiana.

Planta composta por 4 corpos articulados, dispostos horizontalmente com 2 pisos cada e coberturas diferenciadas de 2 e 4 águas e cúpula. IGREJA de nave única e planta quadrada, orientada a E.. Cunhais de pedra aparelhada, iluminada por 6 janelas laterais; 2 ao nível do piso térreo, 2 nas galerias e 2 óculos no arranque do zimbório, rematado por 4 janelas da cúpula em arco abatido. Capela-mor com 2 aberturas a nascente. Eleva-se sobre 8 arcos estruturais maneiristas de volta perfeita e travejam o corpo central através de 2 galerias laterais independentes com uma abertura central no piso térreo e 3 arcos de volta perfeita ao nível do primeiro. Estas abraçam a igreja a N. e a S., decoradas com pilastras contratravadas com friso em anel, apoiado nos arcos, de onde arranca o zimbório. Acesso às galerias feito por 2 escadas que arrancam dos cantos SO. e NE.. Torre Sineira orientada a N.. com pequena janela a meia altura, e remate com aberturas de ressonância em arcos de volta perfeita. Acesso por Portal maneirista, em mármore, apoiado à esquerda por cunhal, e encimado por frontão em arco abatido, interrompido por custódia. Corredor lateral de acesso que percorre a igreja no sentido N. / S., revestido com silhares de azulejos do início do séc. 18 com influências do 17. Ao fundo uma pia de água benta em mármore, datada de 1703, inserida num painel de azulejos de 1720 - ciclo dos mestres - representando serafins segurando em reposteiros, encimados por barra representando brocados. O corredor abre para a igreja, por arco de volta perfeita, outrora com portadas. Capela-mor recuada, rematada por cúpula heptagonal com estuques. Sacristia sob a capela-mor, em abóbada de cruz rematada com as armas dos dominicanos, iluminada por 2 pequenas janelas, forrada com silhares de azulejos azuis e brancos dos finais do séc. 17. Coro Alto, por cima do corredor de entrada, separado da igreja por 2 grades com picos em ferro. DORMITÓRIO: corpo rectangular com espaços diferenciados que percorre a área entre a igreja, a E., e o claustro, a O.. Engloba no piso inferior: Cozinhas abobadadas, actual portaria, das quais subsistem os azulejos de figura avulsa, com o esponjado por cima de uma barra de padrão; Confessionários e Refeitório, actual museu, recheado com colecção de azulejos de figura avulsa, tanto da fase inicial da azulejaria rococó como da pombalina. Piso superior - dividido longitudinalmente por corredor distributivo com acesso à igreja, e serve a S. uma sequência de celas estreitas. A N. encontra-se as escadarias, o ante-coro e o coro-alto, ambos iluminados por 2 grandes janelas rectangulares, elevadas e gradeadas. Ante-coro com tectos abobadados. Porta de acesso ao coro-alto encimada por nicho, tendo à direita, uma pequena pia de água benta em mármore encarniçado. Paredes forradas a azulejos azuis de padrão de camélias dos finais do séc. 17. Cercadura da mesma época mas já com movimento barroco. Coro-Alto actualmente compartimentado em 2. Pintura do Joanino tardio no tecto e um silhar de azulejos seiscentistas, com cercadura de sanefa a envolver o pano de fundo branco. CLAUSTRO de 2 pisos, implantado a poente com 5 tramos por ala. Abre para a quadra por 40 arcos de volta perfeita intercalados por aberturas rectangulares. Envolvido a N. e E. por acrescento oitocentista. Entrada do convento por antigo alpendre com silhar Joanino da primeira metade do séc. 18, cujo pano interior representa golfinhos e jarros floridos com carrancas, separados por palmitos, adaptado a uma moldura de composição arquitectónica, recolocada invertidamente. Porta conducente ao claustro através de corredor revestido por silhares de azulejos de padrão azuis e brancos dos finais do séc. 17, que tem ao centro uma fonte octogonal em mármore branco com 4 carrancas. Piso Térreo: Casa Mortuária ( actual bar ) anexa ao que foi uma pequena capela (actual balcão do bar), abre para o claustro, revestida com azulejos Joaninos e vestígios de pinturas no tecto; Escadarias de acesso ao Claustro Superior revestidas a silhares de azulejos ilustrativos da transição do período Joanino para a 1ª fase rococó. No topo do 1º lanço, 2 emblemas de forma oval, compostos por azulejos flamejantes azuis e brancos, do segundo período da azulejaria rococó. Claustro Superior composto por varandas, hoje envidraçadas, com rodapés revestidos por azulejos de xadrez azul e branco do início do séc. 17. No beiral está encastrado um relógio de Sol com carranca em relevo, datado de 1710. SALA DO CAPÍTULO: resulta do alargamento para S. decorrido por volta de 1750. Destaca-se das dependências conventuais, com as quais comunica por pequeno passadiço. No piso superior funcionam as secretarias. Tem 3 janelas a poente, 2 elevadas a nascente, e 2 rasgadas a S.. Revestida por albarradas do final do séc. 17, transição para o 18. Tectos de masseira barrocos, pintados com representações iconográficas. A nascente, um nicho em consola iluminado por 2 pequenas janelas laterais. Piso assente em viga e pilar de madeira escorado, que descarrega no piso térreo, de estrutura auto-portante semelhante ao superior.

Materiais

Alvenaria, mármore, calcário, madeira ferro, tellhas, vidro ladrilhos, estuques, betão armado.

Observações

*1 - a pedra tinha grande inscrição gravada, dando conta do acto e invocando a Divindade do Senhor Jesus; talvez entaipada ou parte integrante das fundações, não foi encontrada. *2 - integra o espólio do Museu Nacional de Arte Antiga.