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Cantina de Bento Gomes de Morais Sarmento

Cantina de Bento Gomes de Morais Sarmento

O ponto de interesse Cantina de Bento Gomes de Morais Sarmento encontra-se localizado na freguesia de Santo Estêvão no municipio de Chaves e no distrito de Vila Real.

Arquitectura assistencial, do século 20. Cantina para escola primária de 4 salas de aula, independente da mesma, mas seguindo as mesmas linhas e características das escolas do Plano dos Centenários, com planta rectangular, composta por vários corpos térreos articulados. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento de cantaria e terminadas em beirada dupla. Fachada principal com alpendre revestido a cantaria, rasgado por arco de volta perfeita e o refeitório por cinco janelas interligadas por friso e peitoril de cantaria e com nembos também de cantaria. Na fachada lateral esquerda abre-se vão recto para o alpendre e janelas com peitoril de cantaria, a lateral direita é cega com corpo avançado da chaminé, e a posterior possui um outro alpendre, sob o qual se abre porta de verga recta.

Planta rectangular irregular, composta por vários corpos, com volumes articulados, de desenvolvimento horizontal, e coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas. Fachadas de um piso, rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, que na fachada principal é encimado por frestas de arejamento rectangulares e estreitas, e terminadas em cornija de cantaria sobreposta por beirada simples. Fachada principal de dois panos, o da esquerda, correspondente ao alpendre, mais baixo, de perfil oblíquo, revestido a placas de cantaria, rasgado frontalmente por amplo arco de volta perfeita e de aduelas dispostas em cunha, flanqueado por duas vaseiras paralelepipédicas; o da direita, correspondente ao refeitório, é rasgado por cinco vãos rectangulares, de igual dimensão, com caixilharia de madeira e formando quadrícula, interligados e enquadrados por moldura de cantaria, e tendo entre os vãos aparelho em cantaria de granito. Entre o arco e as janelas surge painel de azulejos, de perfil recortado, monocromos azuis sobre fundo branco, com a inscrição "CANTINA ESCOLAR DE BENTO GOMES DE MORAIS SARMENTO. FÁBRICA CARVALHINHO GAIA 1957", e no lado oposto das janelas, um outro painel, também de azulejos monocromos azuis sobre fundo branco, de perfil recortado, com a representação de Santo António com o Menino e segurando açucena, envolvida por elementos fitomórficos e com a inscrição ANO 1957. Fachada lateral esquerda de dois panos, o esquerdo rasgado por duas janelas, sem moldura, com peitoril de cantaria e portadas de madeira, e o direito por amplo vão recto do alpendre, precedido por dois degraus; interiormente, o alpendre tem pavimento em lajes de granito e rodapé do mesmo material, tecto plano, e, frontalmente, tem porta de verga recta. Fachada lateral direita cega possuindo corpo da chaminé, bastante elevado, revestido a placas de cantaria, com as juntas tomadas e pintadas de branco. Fachada posterior de três panos, o da esquerda, mais recuado e cego, e o da direita, avançado, seccionado em dois pelos pilares de cantaria do antigo alpendre, actualmente fechado, rasgado por pequenos vãos quadrados sob a cornija e, no pano da direita, por porta de verga recta. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco.

Materiais

Estrutura de alvenaria rebocada e pintada; placa de betão; embasamento, peitoril, frisos dos vãos, pilares, revestimento da chaminé e outros elementos em cantaria de granito; painel de azulejos; portas e caixilharia em madeira; vidro simples; pavimento em lajes de granito; cobertura de telha.

Observações

O Estado construía alguns edifícios cantinas, mas, previamente, tinha de ser assegurada, em Títulos de Crédito Público, uma renda vitalícia que cobrisse todas as despesas inerentes à futura actividade da instituição (pelo Decreto-Lei nº. 23 865, de 17 de Maio de 1934, o Ministério das Finanças assegurava a não desvalorização das rendas vitalícias que suportavam o funcionamento das Cantinas). Eram necessários 150 a 250 contos para converter em Títulos, o que, na época, constituía uma quantia avultada, impossível de obter por colecta das populações ou para a capacidade financeira das Câmaras Municipais. Assim, só doações ou legados de pessoas abastadas tornavam possível a fundação de cantinas, número que se manteve limitado até à década de 1940.