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Edifício Pombalino na Rua dos Sapateiros, n.º 129 a 133

Edifício Pombalino na Rua dos Sapateiros, n.º 129 a 133

O ponto de interesse Edifício Pombalino na Rua dos Sapateiros, n.º 129 a 133 encontra-se localizado na freguesia de Santa Maria Maior no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Edifício residencial multifamiliar e comercial pombalino, integrado nos planos de reconstrução da zona da Baixa, de estrutura em gaiola, com estabelecimento comercial no piso térreo, cinco pisos de habitação e águas-furtadas, com caixa de escada encostada à empena lateral direita. Fachada principal seguindo o esquema de uniformidade e simplificação arquitectónica, devido à necessidade de construir rapidamente, rasgada por vãos rectilíneos e molduras simples a ritmo regular, os dos dois últimos pisos com guarda em ferro, contínua. Implantado numa rua secundária da Baixa, apresenta lote estreito, de pequenas dimensões, apenas com um fogo por piso, com três assoalhadas, uma das quais interior, as outras duas, intercomunicantes, dispostas ao longo da fachada principal, e com cozinha e instalações sanitárias, voltadas a saguão, nas traseiras.

Planta rectangular, com o lado mais estreito coincidindo com as fachadas principal e posterior, caixa das escadas encostada á empena lateral direita, com escada de lanços paralelos, sem patamares intermédios, de acesso ao fogo único por piso. Massa simples, disposta na vertical, com cobertura em telhado de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas a amarelo, de sete pisos, o térreo de lojas e o último de águas-furtadas. Fachada principal voltada a E., marcada pela abertura, a ritmo regular, de vãos rectilíneos, três por piso, com molduras de cantaria simples. Piso térreo, rasgado por três vãos de porta, os laterais com verga trapezoidal e moldura recta, e o central, em arco abatido, mais largo; o vão lateral direito faculta o acesso aos pisos superiores, de habitação, enquanto os outros dois, a estabelecimento comercial. Os segundos, terceiro e quarto pisos são rasgados por três janelas de peitoril, com caixilharia integrando bandeira. Em plano recuado, desenvolvem-se dois outros pisos, o quinto rasgado por três janelas de sacada e o sexto por uma janela de sacada ladeada por duas de peitoril, com caixilharia em guilhotina, ambos com guarda em ferro contínua assente em cornija de massa, o inferior com papagaios de ferro; o último piso termina em cornija sobreposta por beirado simples. Ao nível do telhado, abrem-se duas trapeiras. Fachada posterior, voltada a O.; o primeiro piso encontra-se tapado por anexo, dos segundo ao quinto pisos a fachada é rasgada por três janelas de peitoril, rectilíneas, de molduras simples, a central ligeiramente maior que as laterais; o último piso, de águas furtadas, possui apenas uma janela, de vão quadrado, inscrita em corpo saliente do telhado. INTERIOR: No piso térreo tem loja de planta rectangular, com uma única dependência, marcada por dois arcos de volta perfeita, dispostos paralelamente á fachada principal, com duas instalações sanitárias independentes, em anexo nas traseiras. Encostado à empena lateral direita, dispõe-se o vestíbulo, rectangular de eixo interior longitudinal, com alto silhar de azulejos de padrão, monocromos azuis sobre fundo branco, pavimento em mármore e tecto plano; em frente, abrem-se dois arcos de volta perfeita, em mármore, com fecho saliente, assentes em pilastras, parcialmente cortadas pelas paredes laterais do vestíbulo, que conduzem, o da esquerda, à loja, e o outro, à escada de acesso aos pisos de habitação; esta tem lanços paralelos e patamares intermédios, o primeiro lanço de escadas em cantaria e os restantes em madeira, com guarda em alvenaria, corrimão em madeira e rodapé de azulejos pintados a preto. Os pisos de habitação têm planta semelhante, excepto o das águas furtadas. O acesso é facultado por duas portas, uma de acesso a sala voltada para a fachada principal, com duas janelas, e, a outra, de acesso a corredor perpendicular à fachada principal que articula e, ao mesmo tempo, autonomiza a área de permanência, disposta ao longo da fachada principal, e a de serviços, nas traseiras; a primeira tem duas salas intercomunicantes, e a segunda, instalações sanitárias e cozinha, esta com duas janelas pequenas e chaminé. Ao centro da planta dos pisos, entre as duas áreas descritas, uma dependência interior abre para a sala principal. Águas furtadas de planta ampla, com duas janelas a abrirem para a Rua dos Douradores (trapeira). As portas são em madeira, de verga recta, com bandeira, os pavimentos em soalho e cerâmico nas instalações sanitárias e os tectos planos, decoradas com estuques, simples, nas salas principais, as quais apresentam, igualmente, vestígios de pinturas murais, com ornatos geométricos, simples; os rodapés são revestidos com azulejos de padrão.

Materiais

Estrutura de gaiola preenchida a alvenaria, rebocada e pintada; pilastra e molduras dos vãos em cantaria calcária; vidros simples; portas e caixilharia de madeira; pavimento cerâmico e de madeira; rodapés e silhares das paredes de chaminés em azulejos, monocromos e policromos; grades de ferro; cobertura de telha.

Observações