Edifício residencial multifamiliar e comercial enquadrado nos códigos linguísticos e conceptuais do modernismo. Grupo de imóveis de promoção municipal, destinado a habitação e comércio, disposto horizontalmente em dois grupos paralelos ao longo da via. Os quatro edifícios formam um conjunto tipologicamente uniforme estruturado em função do traçado viário preestabelecido. A solução equacionada por Chorão Ramalho rompe com a estrutura tipológica do Bairro do Restelo, caracterizado desde o início da década de 40 por moradias de feição tradicionalista. O bairro do Restelo, que tinha sido planeado pelo arquitecto Faria da Costa, tinha previsto a construção de uma zona comercial de apoio às moradias. Quando o arquitecto Chorão Ramalho recebeu a tarefa de fazer o centro comercial, já estavam feitos os arruamentos e algumas moradias. Pretendia-se um projecto discreto, integrando-se na envolvente, sem perturbar a volumetria que já estava estabelecida. O arquitecto pretendia, contudo, distanciar-se da estética do resto do bairro, que considerava de conservadora e tradicionalista. As habitações projectadas no andar superior, recuadas, deveriam manter as características de moradias, como a existência um logradouro. De todo o complexo projectado não foram construídos os blocos que rematavam a parte sul, perpendiculares ao eixo da rua. Os prédios teriam quatro pavimentos e uma pequena cave, sendo o primeiro andar reservado para comércio, em especial para aquele que não precisasse de ligação ao r/c, como cabeleireiro de senhoras, ateliers de costura e escritórios. Apartamentos teriam duas salas, três quartos, uma casa de banho, quarto de criada e cozinha. As lojas foram projectadas para que pudessem ter utilizações diversas sem necessitarem de obras (foram projectados 38 espaços comerciais).
Edifícios sobre plataformas horizontais independentes do arruamento e separadas do passeio por placas ajardinadas. Nas plataformas assentam os pilares que suportam as varandas.
Materiais
Observações
EM ESTUDO.*1 - Nesta data a revista Arquitectura era dirigida por Alberto José Pessoa (dir.) e João Simões (ed.). Durante as décadas de 50 e 60, a revista constituiu um importante órgão de viabilização de ideias e debate disciplinar, tendo contando com a participação de uma jovem geração de arquitectos na qual se incluem Carlos Duarte, Nuno Portas e Pedro Vieira de Almeida.
