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Edifício na Rua Augusta, n.º 279 a 283

Edifício na Rua Augusta, n.º 279 a 283

O ponto de interesse Edifício na Rua Augusta, n.º 279 a 283 encontra-se localizado na freguesia de Santa Maria Maior no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Edifício residencial multifamiliar e comercial pombalino. Integrado nos planos de reconstrução da zona da Baixa, de estrutura em gaiola, com estabelecimentos comerciais no piso térreo e três pisos de habitação e águas-furtadas, desenvolvendo-se a caixa da escada ao centro. Fachada principal seguindo o esquema de uniformidade e simplificação arquitectónica, devido à necessidade de construir rapidamente, rasgada por vãos de verga recta a ritmo regular, os do segundo piso, o nobre, com janelas de sacada, e as restantes de peitoril, todas com bandeira e molduras de cantaria que, nos dois pisos superiores, se prolongam inferiormente formando falsos brincos. Na zona de habitação, desenvolvem-se interiormente dois fogos por andar, os do lado direito com duas portas de ligação à escada, com salas de estar voltadas para a fachada principal, com rodapés de azulejos de padrão fitomórfico, pombalino, e zona de serviços voltados para o saguão, nas traseiras do imóvel.

Planta rectangular, com caixa de escada central, e escada de lanços paralelos, com patamares intermédios e de acesso aos dois fogos por piso. Massa simples, disposta na vertical, com cobertura em telhado de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas a amarelo, de seis pisos, um ao nível do solo, a cave, e o último correspondendo às águas-furtadas. Fachada principal voltada a E, marcada no cunhal direito por pilastra toscana de ordem colossal, seccionada por frisos de cantaria que separam o piso térreo do segundo, e pela abertura, a ritmo regular, de vãos rectilíneos, quatro por piso, com molduras de cantaria levemente recortadas superiormente. Piso térreo, rasgado por porta central de verga recta, de acesso aos pisos superiores, de habitação, ladeada por dois espaços comerciais, com grandes vitrinas que acompanham o pé-direito e integram ao centro portas, também elas envidraçadas. No segundo piso, abrem-se quatro janelas de sacada, com guarda em balaustrada de ferro, assentes no friso separador de pisos, e com caixilharia integrando bandeira; no terceiro e quarto piso abrem-se sobrepostas janelas de peitoril, também com bandeira e com as molduras prolongando-se inferiormente formando falsos brincos, apresentando as últimas verga abatida e chave relevada. Este piso termina em cornija, sobreposta por beiral, protegido por guarda de ferro, desenvolvendo-se em plano recuado duas águas furtadas, terminadas em cornija recta com beiral, e com guarda em gradeamento de ferro. Fachada posterior, voltada a O., com piso térreo rasgado por três janelas de verga recta, as duas centrais maiores, e pisos superiores rasgados, a ritmo regular, por quatro janelas de verga recta, mais pequenas no último piso; remate beirado. INTERIOR: as duas lojas do piso térreo, são amplas, e possuem arrumos, instalações sanitárias e escada de acesso à cave, nas traseiras. Pela porta central, acede-se ao vestíbulo, que conduz às escadas de comunicação entre os vários pisos, com os primeiros degraus em cantaria e o restante em madeira, com guarda em alvenaria, corrimão em madeira e rodapé revestido a azulejos pintados a preto. Cave ampla. Pisos de habitação de planta semelhante, excepto o das águas furtadas, com corredor a articular e, ao mesmo tempo, autonomizar áreas de permanência, a E., e de serviços, a O.; a primeira, tem duas salas, paralelas, intercomunicantes, com uma janela, voltada para a R. Augusta, e rodapé revestido com azulejos de padrão, com motivos vegetalistas e ferragens, pintados a azul ou manganês; a segunda, tem instalações sanitárias e cozinha, com duas janelas, pequenas, e chaminé integralmente revestida a azulejos de padrão, com flores unidas por linhas diagonais, pintados a azul ou manganês; possuem portas em madeira, de verga recta, com bandeira; os andares do lado direito do imóvel têm duas portas para a escada e, do lado oposto, apenas uma; entre as duas áreas descritas, surge quarto interior que comunica com uma das salas voltadas a E.. As águas furtadas têm planta irregular, com corredor, quatro assoalhadas, sendo três interiores e uma voltada a E., com uma janela que abre para a R. Augusta (trapeira), cozinha, com duas janelas pequenas, e chaminé idêntica à dos pisos inferiores, e instalações sanitárias a O..

Materiais

Estrutura de gaiola preenchida a alvenaria, rebocada e pintada; pilastra e molduras dos vãos em cantaria calcária; vidros simples; caixilharias de madeira; pavimento cerâmico e de madeira; rodapés e revestimento das paredes de chaminés em azulejos; cobertura de telha.

Observações

A construção dos edifícios nas ruas principais, ditas nobres, tinha de obedecer aos requisitos exigidos relativamente ao alinhamento, simetria, altura dos edifícios e largura de cinquenta palmos para a serventia pública.