Arquitectura recreativa, modernista. Fonte ornamental e monumental, compondo uma ampla estrutura de cantaria, com cobertura em terraço, protegido por balaustrada, possuindo espaldar recto, rasgado por três grupos de vãos rectilíneos, de onde sai a água, que cai pelas taças, a que se adossam figuras femininas, para um lago, de perfil recortado, ao qual se anexa um segundo lago, de bordo curvo, contendo, no interior, figuras escultóricas, figurando alegorias ao Tejo. Lateralmente, dois maciços, que constituem o acesso aos mecanismos, duas escadaria de acesso ao terraço e duas alas, de perfis curvos, correspondendo a local de armazenamento e instalações sanitárias. Fonte ampla, a maior que se construiu em Lisboa, para comemorar a construção do Canal do Tejo e o abastecimento regular e sem problemas de água à cidade. O espaldar possui uma interessante forma, dando a ideia de um paredão de barragem, rasgado por olhos de água rectilíneos, que caem para taças duplas, com uma invulgar forma de um papiro. Possui dois tanques, o exterior com um tipo de jogos de água em repuxo, onde surgem alegorias ao Tejo, com a figura equestre do mesmo, rodeado por várias Tágides, integradas em pequenos tanques individualizados. Nos maciços, surgem placas cerâmicas, de pasta branca, a imitar a pedra, constituindo alegorias à água, à sua abundância e à Cidade de Lisboa. Constituiu uma fonte moderna, com vários jogos de água, com caudais distintos, acompanhados de iluminação, que lhe viria a dar o nome de Fonte Luminosa.
Estrutura em betão armado, revestido a placas de cantaria de calcário, de planta rectangular, flanqueada por dois maciços, entre os quais se desenvolve um enorme tanque trilobulado, com cobertura em terraço pavimentado a lajeado de cantaria, formando um miradouro sobre a Alameda, protegido por guarda balaustrada do mesmo material, ritmada por acrotérios. Fachada principal, virada a O., com espaldar rectilíneo, marcado por três conjuntos de saída de água, os "olhos de água", rectilíneos, os laterais em número de três e o central com sete; a água verte para três taças duplas, papiriformes, a central de maior dimensões e todas elas rodeadas por figuras femininas desnudas, sete na central e três nas laterais. Esta água verte para tanque de perfil recortado, a que se adossa um segundo tanque trilobulado, de bordo curvo, surgindo, no interior, a figura equestre do Rio Tejo, flanqueado por várias Tágides, também elas desnudas e individualizadas em pequenos tanques rectangulares, de ângulos curvos. O espaldar é flanqueado por dois maciços semelhantes, em cantaria, rasgados por porta de verga recta na zona inferior, encimada por inscrições, flanqueadas pelo escudo português e pelo municipal, e por painéis cerâmicos, a imitar pedra, figurando dois conjuntos alegóricos, que descrevem o ciclo de Vida da Água, actividades agrícolas e as imagens da "Abundância" e da "Cidade de Lisboa". O conjunto é ladeado por escadas de cantaria, que acedem à zona superior da Alameda e ao terraço, as quais se prolongam por dois braços dispostos de forma côncava, constituindo um local de armazenamento e acesso à maquinaria subterrânea e as instalações sanitárias, o primeiro rasgado por três portas de verga recta e seis janelas jacentes e o segundo por sete janelas jacentes e duas portas de verga recta. A Fonte permite em cada uma das zonas dois efeitos cénicos, em cascata, a partir das taças e dos olhos de água, os quais são alimentados por dois canais, o primeiro situado na zona superior e o segundo na zona inferior das taças, ambos saindo sob pressão, através da acção de duas bombas eléctricas. Na zona do tanque, surge o efeito de pulverização ou repuxo, garantido por duas bombas existentes no corpo da taça central e numa cabine subterrânea existente na zona frontal ao lago. Ambos os efeitos *1 são acompanhados por jogos de iluminação.
Materiais
Estrutura em betão armado, revestido a cantaria de calcário de Sintra e Pêro Pinheiro, azul e branca; baixos-relevos em cerâmica vidrada; portas em metal.
Observações
*1 - os jogos de água foram estudados pelo engenheiro espanhol Carlos Buigas, tendo quatro composições hidráulicas possíveis. A primeira com pleno caudal e todos os efeitos; a segunda, também com todos os efeitos, mas só com metade do caudal das cascatas; a terceira, com todos os efeitos, mas só utilizando o caudal superior; cascata alimentada com baixo caudal da alimentação inferior; o caudal podia variar, nos vários efeitos, entre 8800 a 1100 m3 por hora.