Arquitectura residencial, barroca. Casa nobre barroca, de carácter arcaizante e local. O frontespício, de linhas sóbrias e formando ângulo suave, é regularmente fenestrado, surgindo a pedra de armas precisamente nesse ângulo; e tendo escadaria de acesso ao andar nobre a desenvolvida interiormente. Jardim, geometricamente organizado, com espaços de lazer e descanso, e de aproveitamento agrícola, com fontes barrocas de espaldar. Boa manutenção dos encanamentos de água a céu aberto, contemporâneos das fontes, e que a estas forneciam água desde a mina da Quinta da Mó. Fontes decorativamente mais ou menos exuberantes. Uma delas é datada, outra, a maior e mais rica, implantada no centro do jardim, tem nicho e pedra de armas e a 3ª, a mais simples e arcaizante, é protegida por alpendre sobre colunas.
Casa de planta irregular formando gaveto composta por vários corpos, com alçados de 2 / 3 pisos, de volumes articulados e coberturas diferenciadas a 4 águas e águas furtadas. Frontespício de 2 pisos, com pilastras nos cunhais sobrepujadas por gárgulas de canhão sobre a alta cornija. No 1º com alto embasamento marcado, rasgam-se 3 portas de verga recta, de larguras desiguais, e 1 janela de guilhotina gradeada. No 2º, em cada face, janela de sacada com balaústres de cantaria ladeada por 2 janelas de guilhotina moldurada; no ângulo de ligação, pedra de armas, esquartelada, com decoração envolvente e elmo como timbre. Num plano mais recuado é visível o 3º piso da fachada posterior, rasgado por janelas de guilhotina e águas furtadas. No átrio de entrada, desenvolve-se escada com lambril inferior recortado e coluna estriada sobre volutão apoiando travejamento do 2º piso. Quinta com jardins de buxos, exploração agrícola e árvores de fruto, vedada por muro alto que num dos cunhais posteriores tem mirante. Nela se distribuem 3 fontes com água fornecida por encanamentos a céu aberto, ao nível do solo ou apoiadas em pedras. Tem ainda espaço central com mesa e bancos de pedra. Uma das fontes adossa-se a 1 muro junto à fachada posterior. É de espaldar decorado por enrolamentos, com bica em torneira e concha, ladeado por pilastras, com folhas e volutas, suportando frontão interrompido com folhagem, volutas e cartela com inscrição "1764. Fonte que ao povo (...) António de Oliveira Rego só enquanto ele e seus herdeiros quiserem". Coroa-o cruz sobre "mundo". Ao lado uma outra com espaldar recortado, bica concheada envolvida por 2 volutas, rematado em frontão triangular e com tanque quadrado. A 2ª fonte é enquadrada por murete com bancos de pedra. Tem espaldas organizado em 3 níveis divididos por frisos e com volutas invertidas laterais, tendo no 1º bica envolvida por vegetação e concha, no 2º nicho com imagem de resplendor, no 3º pedra de armas encimada por coroa; a 3ª fonte é também de espaldar, ladeado por pilastras apoiando frontão triangular, volutas invertidas, bica em carranca encimada por concha e tanque rectangular. É coberta por alpendre quadrangular com cobertura de telha a 4 águas apoiado em colunas jónicas.
Materiais
Granito, madeira.
Observações
Durante a construção do bairro moderno por detrás da quinta, a proprietária mandou proceder ao levantamento o do troço de encanamentos que por ali passava, mantendo-o actualmente na quinta. A proprietária conserva ainda em seu poder o tombo da casa.