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Escola Primária n.º 165 de Lisboa

Escola Primária n.º 165 de Lisboa

O ponto de interesse Escola Primária n.º 165 de Lisboa encontra-se localizado na freguesia de Campo de Ourique no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Escola primária, projetada e construída entre 1957 - 1961, por Júlio do Nascimento Casais, João Sousa Araújo e Luís Fernandes Pinto, ao abrigo da quarta fase do Plano dos Centenários em Lisboa. O Plano dos Centenários foi um programa de construção em larga escala levado a cabo pelo Estado Novo a partir de 1941, em sucessivas fases, com o objetivo de constituir uma rede escolar de abrangência nacional. A partir da segunda fase do plano dos Centenários em Lisboa processa-se uma decisiva viragem para uma arquitetura moderna. Sem resquícios de monumentalidade ou regionalismo, as novas propostas arquitetónicas, encomendadas diretamente pela autarquia a arquitetos independentes, revelam uma visão humanizada e funcional do edifício, adequando-o ao universo infantil e aos critérios modernos de orientação solar. O projeto é considerado de uma forma global, abrangendo todos os detalhes do interior e do exterior da escola, utilizando um reportório atualizado e adaptado ao imaginário infantil. Interiormente, o seu programa funcional segue as orientações iniciais do plano dos Centenários. A unidade de construção continua a ser a sala de aula, com 3,5 metros de pé-direito, servidas por grandes janelas, e com uma capacidade máxima de 40 crianças. No entanto, a partir da terceira fase do plano, e sempre que o espaço disponível o permita, o tamanho das salas de aula é ampliado, passando a ter 7 x 9 metros ou 8 x 8,5 (ao invés dos 8 x 6 metros anteriores), como forma de se poder substituir as tradicionais carteiras por secretárias individualizadas, consideradas mais pedagógicas. No caso deste projeto esta situação não se verifica, muito condicionado pelas particularidades do terreno, muito exíguo e acidentado, o projeto para a Travessa de Santa Quitéria não só mantem as anteriores dimensões para as salas de aula, como reduz o seu número, das dezasseis totais para doze. É o único projeto do Centenários construído na capital com apenas um bloco letivo, desenvolvendo-se em altura, no entanto, retirando partido do declive natural do terreno, consegue manter as duas secções completamente separadas e com os recursos habituais (dois recreios, cobertos e descobertos, salas de aula em secções autónomas, autonomia das cantinas/refeitório).

Planta poligonal, composta, conseguida pela articulação de um corpo principal, retangular, alongado, de quatro pisos, ao qual se adossa, a partir de uma estrutura alpendrada, a nordeste, um outro corpo, mais pequeno, também de quatro pisos, de planta levemente trapezoidal. As coberturas são de uma só água, em placa de fibrocimento. As fachadas são rebocadas e pintadas de amarelo e branco, sendo, os terceiro e quarto pisos da fachada principal revestidos a tijolo aparente. As fachadas são rasgadas por janelas retilíneas, sendo as principais do corpo letivo de ambas as secções rasgadas por amplos janelões envidraçados servidos de porta, a todo o comprimento. O acesso ao imóvel é feito a nordeste pela Travessa de Santa Quitéria, para onde se encontra orientada a única face do imóvel visível a partir do exterior. Esta, de quatro pisos, é composta por um só pano, sendo o primeiro piso rasgado por duas janelas de peitoril retilíneas, a que se segue a porta principal, de verga reta, e o vão por onde se acede, num plano mais recuado, a uma segunda porta de acesso ao interior. O segundo piso é composto por um varandim fechado com marquise onde, hoje, se encontra inscrito o letreiro EB1 / JI RAINHA SANTA ISABEL, ladeado por duas janelas retilíneas de peitoril. Os terceiro e quarto pisos, com parede revestida a tijolo, são rasgados por duas janelas folhas, retilíneas, de peitoril corrido em cantaria. Deste corpo partem os acessos ao corpo letivo. Com quatro pisos, apresenta a fachada principal orientada a nascente, rasgada por três amplos janelões em todo o pé-direito, servidos de porta e com caixilharia metálica, precedidos por varandim assente em pilotis e com guarda metálica. Antigamente eram, igualmente, servidos por palas de proteção solar em fibrocimento. A fachada poente, numa cota superior do terreno, apresenta os dois primeiros pisos encobertos pelo talude do terreno, os dois visíveis respeitam à fachada traseira da antiga secção masculina, traseiras da antiga secção masculina, rasgada por três grupos constituídos por uma estreita porta de verga reta e três pequenas janelas retilíneas ao nível do teto. Em cada piso uma varanda coberta assente em pilotis e com guarda metálica percorre toda a largura piso. INTERIOR: dada a exiguidade do lote onde foi edificada, a escola, de apenas doze salas de aula, encontra-se estruturada em altura, com acessos independentes, que permitiam a separação entre as duas secções, feminina e masculina, em dois corpos perfeitamente autónomos. O acesso ao interior do corpo letivo inícia-se, em cada secção, por um amplo átrio de onde partem os espaços de circulação, corredor do rés-do-chão, escadaria e corredor nos restantes pisos (todos os corredores com iluminação unilateral), que dão acesso a três salas de aula semelhantes entre si (com 8 x 6 metros e 3,50 metros de pé-direito), em cada piso. Os corpos principais comportam ainda a existência de gabinete para docentes, biblioteca escolar e instalações sanitárias. A ligar este corpo ao da entrada encontra-se uma rampa alpendrada. No corpo de entrada, com entrada independente, surgem as cantinas/refeitórios e pequena copa/cozinha. Todo o recinto é vedado por cerca de arame.

Materiais

Estrutura em betão armado e alvenaria de tijolo, rebocada e pintada; socos, revestimentos, degraus e pavimentos em cantaria calcária; caixilharias em metal.

Observações