Fonte gótica, do tipo nicho, rasgado por arcos quebrados, descarregando sobre colunas com capitéis vegetalistas; cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas. Na vila antiga de Ourém existe uma fonte idêntica, mandada construir por D. Afonso, conde de Ourém, em 1435. Destacam-se as diferenças de aparelho entre o corpo da fonte, de cantaria, e o remate, em alvenaria *1, bem como as dimensões e forma anómalas dos merlões que coroam tanto o alpendre da fonte como a muralha à qual se adossa.
Planta quadrangular; massa simples coberta por terraço. As 3 faces da fonte são rasgadas por arcos quebrados, com uma arquivolta assente em meias colunas de capitéis vegetalistas; em 2 das enjuntas das faces O. e S. 2 pedras de armas - o escudo português e as armas antigas de Santarém; uma cachorrada em forma de quilha de barco, encimada por renque de merlões ponteagudos, remata o conjunto. No interior, na parede fundeira, um nicho em arco quebrado com molduração idêntica à dos arcos que rasgam as faces da fonte, de onde jorra a água para um tanque que ocupa todo o seu interior; cobertura em abóbada de cruzaria sobre colunas embebidas de capitéis vegetalistas. Do tanque interior a água passa a um tanque exterior, de planta rectangular e de maiores dimensões, também encostado à muralha.
Materiais
Alvenaria de pedra e cantaria.
Observações
*1 CANCIO (1938) sugere que o remate ameado seria de uma campanha de obras posterior. A fonte estava inicialmente adossada a uma muralha da antiga cinta, em local estratégico de subida para a vila, próximo das portas de Atamarma, entre a Ribeira e o bairro de Marvila; junto a ela passava uma via pública.