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Edifício na Rua Rebelo da Silva, n.º 2

Edifício na Rua Rebelo da Silva, n.º 2

O ponto de interesse Edifício na Rua Rebelo da Silva, n.º 2 encontra-se localizado na freguesia de Arroios no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Edifício residencial multifamiliar e comercial do século 20, de promoção privada em propriedade plena para arrendamento livre, dotado de instalações para pequeno e médio comércio em cave e piso térreo. Edifício em gaveto inserido em frente de quarteirão fechado, de média dimensão (20 fogos) e média altura (piso térreo e cinco andares). Quatro fogos por piso com disposição simétrica em esquerdo-direito duplo (dois fogos por lado), tipologias habitacionais mínimas a médias (T1 a T3). Edifício enquadrável no período histórico-construtivo dos edifícios com estrutura de betão armado da primeira fase, composição arquitectónica característica do segundo momento de difusão alargada dos princípios e léxico formal do Movimento Moderno (pós-guerra).

Edifício de habitação multifamiliar em banda, de gaveto, formando frente de rua contínua e quarteirão fechado, confrontante com rua de perfil simples (R. Rebelo da Silva) e rua de perfil duplo (ruas Aquiles Monteverde e Pascoal de Melo). Edifício consonante com os restantes imóveis do quarteirão com frentes para as mesmas ruas e com outros imóveis da R. Pascoal de Melo (coevos e semelhantes em volumetria e tratamento arquitectónico), e dissonante com os imóveis do mesmo quarteirão com frente para a R. de Arroios e com os dos quarteirões a O. - Bairro das Ilhas (com volumetria e período histórico-construtivo distintos). Lote de dimensão média grande (c. 400m2) com duas frentes sobre a via pública e duas frentes sobre os lotes adjacentes (c. 16m cada), em planta de raiz trapezoidal (quadrilátero sem lados paralelos cujos dois lados maiores, neste caso, formam ângulo agudo e são concordantes em linha curva, formando um quinto lado). Lote com ocupação total por construção em cave e, a partir do piso térreo, ocupação parcial à frente, por edifício alinhado com os planos marginais das ruas e dotado de logradouro posterior. Edifício com um piso abaixo do solo (cave para armazém e arrecadações do comércio, com pé-direito médio de 3m e pavimento ao nível do exterior na extremidade E. da fachada sobra a R. Aquiles Monteverde) e 6 pisos acima do solo, dos quais 3 são integrais (térreo, 1.º e 2.º andares) e 3 são parciais; destes, o térreo é dedicado a habitação (porteira) e comércio (duas lojas de pequena dimensão, uma de média e uma de grande dimensão) e tem pé-direito médio de 3m, e os restantes a habitação, com pé-direito médio de 2,60m. À excepção do segmento de cilindro no gaveto (c. 9m em toda a altura), a largura total das duas fachadas sobre os arruamentos varia, diminuindo em altura: c. 16m desde a base até ao 2.º andar, sobre a R. Rebelo da Silva, e até ao 4.º andar, sobre a R. Aquiles Monteverde; c. 12,50m do 3.º ao 5.º andar no primeiro caso, e apenas no 5.º andar, no segundo caso. Duas fachadas de tardoz com largura de variação semelhante, entre 7,50m e 4,50m. Duas empenas com c. 16m de largura em cave e c. 10m a partir do piso térreo. Volumetria geral simples, ainda que originada por planimetria irregular e recortada nos encontros com os lotes adjacentes (em 3 pisos no lado N., apenas no último piso no lado E.). Planta do piso-tipo composta por dois braços ou alas e quatro fachadas habitáveis, concorrentes em ângulo agudo e correspondentes aos alinhamentos das ruas, rematadas por duas empenas perpendiculares àquelas. Cobertura inclinada com quatro águas sobre cada uma das alas e com uma água curva (troço de cone) no encontro exterior daquelas. Núcleo de comunicações verticais formado por escada simples, elevador e monta-cargas separados, partilhando um patamar comum. Composição arquitectónica das fachadas assente em dois elementos principais: a afirmação da malha estrutural em alçado, evidente nos pilares do piso térreo e nas lajes que dividem o gaveto boleado em 5 painéis iguais; e o avanço dos 5 andares sobre a rua, destacando-se do plano marginal do lote (o plano vertical do piso térreo e das extremidades laterais das fachadas). Este avanço é feito por dois volumes, um sobre cada uma das ruas, correspondentes às baterias de quartos e salas dos apartamentos, e caracterizados por faixas horizontais alternadamente opacas (os peitoris e vergas dos vãos de janela) e transparentes (os próprios vãos, separados apenas pelos nembos - intervalos entre vãos). Os dois volumes são unidos, no gaveto, pelo pano cilíndrico cujas linhas horizontais assinalam as lajes referidas e prolongam, entre estas, as linhas das vergas das janelas mencionadas. Este pano é fortemente caracterizado pela grelhagem cerâmica de módulo hexagonal (favo de mel) que contribui para enriquecer o jogo de claro-escuro (sol-sombra) de todo o alçado e esconde a função principal das varandas das cozinhas (estendal). Existe neste caso uma correspondência clara entre a composição dos alçados e a orgânica funcional interior, na medida em que as áreas de modulação constante da planta - as baterias de quartos e salas, de métrica muito aproximada - têm clara tradução em alçado, nos vãos de janela em faixa horizontal; do mesmo modo, as áreas de excepção da planta - a intersecção dos dois braços, cada um com a sua geometria ortogonal bem definida, num ângulo agudo -, ocupadas pelos compartimentos de maior flexibilidade (cozinhas, despensas), são claramente apresentadas no alçado pelo tratamento excepcional dado ao gaveto. O edifício contém 4 fogos por piso, todos com acesso pelo mesmo patamar a partir de núcleo de escada, elevador e monta-cargas colocado em posição central na planta (com eixo na linha bissectriz do ângulo formado pelos dois braços). As tipologias distribuem-se da seguinte forma: um fogo T0 no piso térreo (porteira); dois fogos T2 e dois T3 nos 1.º e 2.º andares (T2+T3 em Esq., idem em Dir.); um fogo T1, dois T2 e um T3 nos 3.º e 4.º andares (T2+T3 em Esq., T1+T2 em Dir.); e dois fogos T1 e dois T2 no 5.º andar (T1+T2 em Esq., idem em Dir.). Todos os fogos são simplex de pequena dimensão (T3 com c. 80m2, T2 com c. 60m2, T1 com c. 40m2), variando o tipo de espaço de circulação interior: embora todos os apartamentos tenham entrada por vestíbulo, a circulação é feita por corredor autónomo apenas nos T2; nos T1 e T3, o acesso aos quartos (com um segundo vestíbulo, íntimo) é feito mediante o atravessamento da sala. Por esta razão, as salas (comuns, com zona de refeições incorporada) são espaços encerrados e autónomos apenas no primeiro caso. Todas as cozinhas são simples com despensa, e localizam-se em espaço independente adjacente a espaço de circulação, sendo o tratamento de roupa processado na varanda anexa. As instalações sanitárias são interiores (iluminadas por vãos superiores a partir dos quartos), em compartimentos únicos (agrupados em redor de duas prumadas gerais); todos os quartos são exteriores. Os espaços exteriores privativos resumem-se, nos fogos das extremidades de cada braço, a uma varanda com acesso pela sala e cozinha; os restantes fogos possuem apenas, como espaço semi-exterior, a referida varanda de serviço. Não existem quaisquer dependências dos fogos em espaços interiores privativos, ou espaços de utilização comum para os habitantes (para além dos óbvios compartimentos técnicos de pequena dimensão - material de limpeza sob o arranque da escada e casa das máquinas do elevador e monta-cargas sob a cobertura). Não existe uma orientação solar predominante para os diferentes sectores da habitação; com uma planta de dois braços quase simétricos, com salas, quartos e cozinhas abertos sobre as quatro fachadas, os sectores podem estar orientados a qualquer um dos pontos cardeais, variando com a posição de cada fogo.

Materiais

Observações