Arquitectura assistencial, do século 20. Cantina escolar construída na década de 1940, independente da escola primária, com planta rectangular irregular, composta por vários corpos térreos articulados. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com silhares de cantaria dispostos regularmente e terminadas em cornija recta, por vezes formando empena. Fachada principal com corpo do vestíbulo avançado, rasgado por portal em arco de volta perfeita e moldura convexa e o do refeitório, mais recuado, por três janelas de verga aparente e interligadas por friso inferior. As restantes fachadas têm diferente tratamento, a lateral direita cega e com chaminé saliente a meio, a oposta rasgada por janelas, óculo circular e frestas e a posterior com janelas de peitoril, a iluminar os vários espaços interiores.
Planta rectangular irregular, composta por vários corpos, com volumes articulados, de desenvolvimento horizontal, e coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachadas de um piso, rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, na fachada lateral direita e posterior assente num soco nivelador do terreno, com aparelho irregular e as juntas tomadas e pintadas de branco, marcadas a ritmo regular por silhares de cantaria aparente, e terminadas em cornija de cantaria sobreposta por beirada simples. Fachada principal, voltada a S., com corpo avançado, formando ligeiro alambor no cunhal direito, correspondente ao vestíbulo e, à esquerda, os lavabos, terminado em empena irregular, tendo inferiormente painel de azulejos com a inscrição CANTINA ESCOLAR BERNARDINA BREIA; é rasgado, à direita, por portal em arco de volta perfeita, de moldura convexa irregular. O pano recuado, à direita, correspondente ao refeitório, é rasgado por três janelas de peitoril, rectangulares, de igual dimensão e verga em cantaria aparente, interligados por friso inferior em cantaria. Fachada lateral esquerda de três panos, de remate e fenestração distinta; o pano direito é rasgado por duas janelas de peitoril, sem moldura, e por um óculo circular, gradeado, com moldura de cantaria na metade superior; no pano central, mais avançado, correspondente à cozinha, abrem-se três frestas, bastante altas, sem moldura e tendo superior e inferiormente friso de cantaria; o pano esquerdo possui pequeno alpendre, com vão de verga recta, precedido por dois degraus. Fachada lateral direita com o pano do vestíbulo, mais recuado, rasgado por óculo circular e moldura quadrangular irregular, e o do refeitório cego, marcado a meio por chaminé saliente e bastante sobrelevada. Fachada posterior de dois panos, o da esquerda, correspondendo ao refeitório, rasgado por três janelas de peitoril, rectangulares, de igual dimensão, e interligados por friso inferior e superior de cantaria; no da direita, abrem-se duas janelas de peitoril quadrangulares, com friso inferior, correspondendo à antiga despensa e à sala da lenha. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco; vestíbulo central com porta frontal de ligação ao refeitório; a meio da parede esquerda deste, possui vestíbulo de distribuição, à direita, para a cozinha e, desta, para a dispensa e alpendre, e, à esquerda, para um antigo quarto.
Materiais
Alvenaria rebocada e pintada; embasamento, peitoril, frisos dos vãos e outros elementos em cantaria de granito; portas e caixilharia em madeira; vidro simples e martelado; placa de betão; cobertura exterior de telha; grades de ferro.
Observações
O Estado construía alguns edifícios cantinas, mas, previamente, tinha de ser assegurada, em Títulos de Crédito Público, uma renda vitalícia que cobrisse todas as despesas inerentes à futura actividade da instituição (pelo Decreto-Lei nº. 23 865, de 17 de Maio de 1934, o Ministério das Finanças assegurava a não desvalorização das rendas vitalícias que suportavam o funcionamento das Cantinas). Eram necessários 150 a 250 contos para converter em Títulos, o que, na época, constituía uma quantia avultada, impossível de obter por colecta das populações ou para a capacidade financeira das Câmaras Municipais. Assim, só doações ou legados de pessoas abastadas tornavam possível a fundação de cantinas, número que se manteve limitado até à década de 1940.