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Casa dos Plátanos

Casa dos Plátanos

O ponto de interesse Casa dos Plátanos encontra-se localizado na freguesia de Areeiro no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitectura educativa, ecléctica. Creche de planta predominantemente centralizada, composta por corpo rectangular desenvolvido à volta de pátio central e com dois corpos perpendiculares formando uma cruz enquadrada incompleta. Fachadas de um piso, para prescindir das escadas interiores e evitar as quedas, e de dois apenas na fachada principal, com vários panos definidos por pilastras em silharia fendida, as das fachadas laterais com motivos fitomórficos nos cunhais, rasgadas por vãos rectilíneos e em arco abatido, de molduras recortadas, e terminadas em cornija e beirado simples. A fachada principal tem três panos, o central com átrio em arco de volta perfeita e portal de acesso ao interior, com arco de volta perfeita e moldura recortada e volutada, encimado por cartela sobreposta por frontão e cornijas, terminando em platibanda plena; os laterais são rasgados por janela de peitoril, de diferente modinatura e terminam em balaustrada. Nas fachadas laterais, abrem-se amplas janelas com varandim ou galeria de recreio, para admirar a vista e aproveitar a exposição solar. Interiormente, o espaço desenvolve-se à volta do pátio central, que servia de recreio e pretendia proteger as crianças e mantê-las sob vigilância, circundado por corredores e com todas as salas rasgadas por janelas voltadas ao exterior, de modo a proporcionar um bom arejamento e iluminação natural, consideradas indispensáveis ao bom desenvolvimento humano. O logradouro é amplo para proteger as crianças do ruído e conceder-lhe ar puro.

Planta composta por corpo central rectangular, estruturado em torno de pátio central, com ângulos torreados e salientes, e com dois outros corpos dispostos perpendicularmente a meio da fachada principal e posterior, no sentido SE. / NO., sendo o primeiro mais longo. Volumes articulados, dispostos na horizontal com cobertura em telhado de duas, três e quatro águas*1. Fachadas simétricas, rebocadas e pintadas a rosa velho, com embasamento de cantaria, pilastras nos cunhais e a separar os panos, em silharia fendida, rasgadas por janelas de peitoril molduradas a cantaria e terminadas em friso relevado pintado de branco, cornija de cantaria e beirado simples, à excepção da fachada principal. Fachada principal voltada a SE., com corpo central, avançado e mais elevado, formando um torreão, com dois pisos e três panos separados por pilastras. O pano central, antecedido por lanço de degraus, é rasgado por arco de volta perfeita sobre mísulas volutadas, de acesso a átrio, encimado por cartela recortada ladeado por elementos fitomórficos enrolados *2, e sobrepujada por frontão de volutas com folha de acanto ao centro; este é sublinhado por duas cornijas sobrepostas, formando empena de ângulos horizontais, a superior mais larga e fazendo já parte da platibanda plena que remata este pano e nos ângulos superiores dos quais surgem elementos poligonais relevados pintados de branco; átrio quadrado, com silhar de azulejos monocromos azuis sobre fundo branco, de albarradas, tendo lateralmente bancos em pedra de liós; frontalmente, abre-se portal de acesso ao interior, em arco de volta perfeita com moldura superiormente recortada e ornada por volutas e acantos em cartela central, assente em pilastras de fuste liso e capitel coríntio, com porta em ferro, envidraçada, com a data 1921. Os panos laterais, idênticos, são rasgados por uma janela de peitoril por piso, no térreo rectilínea, com moldura de ângulos rectos salientes, e no superior mainelada, com espelho vazado por óculo trilobado; terminam em friso dórico, com triglifos e métopas, coroado por balaustrada e, na divisão dos panos, acrotérios rematados por elementos curvos; no alinhamento do frontão e cornijas do pano central, as pilastras unificam-se e são sobrepostas nos ângulos por festões. Fachadas laterais de seis panos definidos por pilastras iguais às da fachada principal, mas sobrepostas por elementos fitomórficos na zona do capitel, e um piso, excepto o pano do torreão da fachada principal, que tem dois pisos, rasgados por uma janela rectilínea com moldura de ângulos rectos no primeiro e de perfil curvo, recortado e cornija inferior sobre duas falsas mísulas no segundo. Os restantes panos são rasgadas por janelas de verga curva e moldura recortada, terminada em pequena cornija, com chave relevada, brincos laterais e inferiormente terminadas em ângulos rectos; as janelas do corpo avançado da fachada posterior têm moldura recortada, mas mais simples. Os torreões dispostos nos ângulos do corpo central quadrangular e terminados em telhados piramidais, enquadram pano central recuado, rasgado por três arcos de volta perfeita, tendo frontalmente varandim sobrelevado, com guarda em ferro, intercalado por acrotérios de cantaria, de almofadas côncavas, coroados por esfera. Nos ângulos N., S., E. e O., entre os corpos salientes, rasgam-se portais, em arco abatido, encimado por espaldar curvo rematado em cornija contracurvada, com chave saliente, vazada por vão em forma de campânula, gradeado. A fachada lateral esquerda, volta-se a SO., apresentando sob a mesma uma estrutura em betão com contrafortes, acompanhando o forte desnível do terreno na zona. O pátio central apresenta as fachadas NE. e SO. rasgadas por três arcos de volta perfeita, com molduras em cantaria, e portas envidraçadas de acesso ao interior do imóvel; as fachadas SE. e NO. são rasgadas, respectivamente, por três janelas e por uma porta ladeada por duas janelas, todos com moldura semicircular. INTERIOR com espaço estruturado em torno do pátio central, rectangular; o corpo mais extenso desenvolvido no sentido SE. / NO., define um eixo que atravessa longitudinalmente o edifício a partir do vestíbulo, a SE., e ao centro do qual se encontra o pátio interno, este contornado por corredor para o qual abrem as dependências do imóvel, e no topo dos quais apresentam vãos de acesso ao exterior. No corpo SE., dispõe-se o vestíbulo, de planta rectangular, tendo à esquerda, escadas em caracol, em madeira, de acesso ao piso superior, e do lado oposto, uma sala com um painel de azulejos, monocromos azuis sobre fundo branco, com moldura de concheados e volutas, recortada, e uma grinalda, ao centro. No seguimento do vestíbulo, desenvolve-se um pequeno corredor para o qual abrem, três dependências de cada lado. As alas laterais do corpo rectangular que ladeiam o pátio interno, têm sete dependências voltadas NE. e cinco a SO., amplamente iluminadas pelos vãos, os centrais dando para o varandim. No corpo a NO. fica o refeitório, as instalações sanitárias e uma sala de trabalho. Nos topos SE. e NO. do pátio fica a zona de serviços (lavandaria, engomadaria) e instalações sanitárias. Segundo piso de menor área, limitando-se à zona sobre o vestíbulo e dependências adjacentes, apresentando duas salas e umas instalações sanitárias. Os pavimentos são em tijoleira nos corredores, áreas de serviço, instalações sanitárias e salas de trabalho; em madeira nos gabinetes e em vinil nos quartos. Tectos falsos em pladour. As paredes do corredor que contorna o pátio e as do refeitório apresentam silhares de azulejos de padrão, monocromos azuis sobre fundo branco.

Materiais

Estrutura de alvenaria rebocada e pintada; molduras dos vãos em cantaria; silhar de azulejos no átrio e paredes do corredor, do refeitório, de uma das dependências do piso térreo; portas e caixilharia em madeira; vidros simples; estores; pavimento em tijoleira; tectos falsos em pladour; cobertura de telha.

Observações

*1 - Em fotografias antigas verifica-se que os telhados dos torreões, actualmente de quatro águas, terminavam em coruchéus piramidais, integrando vãos moldurados, rematados por pináculo e enquadrados por fogaréus. *2 -Em fotografias antigas, lê-se neste medalhão: "MISERICÓRDIA DE LISBOA / CRECHE DO ALTO DO PINA 1921".