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Forte de Nossa Senhora da Guia

Forte de Nossa Senhora da Guia

O ponto de interesse Forte de Nossa Senhora da Guia encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Cascais e Estoril no municipio de Cascais e no distrito de Lisboa.

Arquitectura militar, seiscentista. Forte seguindo as características gerais dos fortes da costa de Cascais construídos depois da Restauração, quando o Conde de Cantanhede era Governador das Armas de Cascais, apresentando pequenas dimensões, planta rectangular com uma bateria voltada ao mar e os alojamentos virados a terra, interiormente abobadados e encimados por terraço, formando plataforma com parapeito. Cortinas em talude, a virada a terra tendo nos ângulos flanqueados guaritas cilíndricas e terminada em parapeito liso, alteado ao centro, onde se abre portal em arco, encimado por lápide e escudo real, entre gigantes. Forte pouco alterado até ao séc. 20, já que as obras realizadas no séc. 18, entre 1793 / 1796, apenas alteraram sensivelmente a planta inicial mas mantiveram as suas características gerais e volumetria. No entanto, a adaptação a Museu Oceanográfico alterou significativamente a planimetria e volumetria, visto ter-se ampliado o corpo dos aquartelamentos quase para o dobro, reduzindo a bateria, e alterado as cortinas, modificando o ritmo da abertura das canhoneiras e rasgando-as por uma série de vãos. A plataforma quadrangular adossada a O., actualmente fechada, deveria fazer parte da linha de fuzilaria que foi destruída pelo Conde de Moser.

Planta rectangular, composta pelo corpo dos antigos alojamentos, entretanto ampliados, virado a terra, sensivelmente a NE., encimados por plataforma com parapeito, e pela plataforma rectangular, tipo bateria, encurtada, virada a SO., tendo adossado a O. plataforma quadrangular. Volumes escalonados de tendência horizontal, com coberturas planas em cantaria. Cortinas baixas com paramentos em talude, rebocados a argamassa tradicional de cal e areia, possuindo nos ângulos flanqueados virados a terra, guaritas cilíndricas, assentes em mísulas de anéis escalonados, cobertas por cúpula e rasgadas lateralmente por frestas de tiro. Cortina virada a terra com remate em parapeito liso, alteado na zona central, onde se rasga o portal, em arco de volta perfeita, sobre pilastras, enquadrado por dois gigantes em cantaria, que avançam dos paramentos; sobre o portal surge lápide rectangular inscrita e escudo real. Cortina virada a SE. de dois panos, o maior com "costura" central, denotando a ampliação dos antigos alojamentos, terminado em parapeito liso, actualmente rasgado com janelas de peitoril, sem moldura e formando capialço, as da zona acrescentada encimadas por gárgulas da plataforma superior; a plataforma baixa remata em parapeito com merlões e canhoneiras e tem rasgado portal em arco de volta perfeita sobre pilastras. A SO., ambos os volumes terminam em parapeito com merlões e canhoneiras, sob as quais se rasgam janelas de peitoril ou portas, sem moldura, em número de três no corpo superior e de cinco na plataforma inferior. A plataforma adossada a O. encontra-se actualmente fechada, abrindo-se a SO. janela de peitoril. INTERIOR: *2 actualmente dispõe de áreas de investigação comuns, seis gabinetes, um laboratório de química e bioquímica, um laboratório de raio-X, uma sala de conferências com capacidade para 25 lugares, estando dotado de infra-estruturas para cultura marinha e respectivos equipamentos.

Materiais

Estrutura revestida a argamassa tradicional de cal e areia; cunhais, molduras de alguns vãos lápides e frisos em cantaria calcária; estores plásticos; coberturas planas em cantaria.

Observações

*1 - DOF:...a 3 Km. a Oeste da Cidadela de Cascais. *2 - Esta ficha tem correspondência às fichas de inventário do Laboratório Marítimo da Guia e respectivas colecções: UL_FC_IM002; UL_FC_COL001; UL_FC_COL002. *3 - A designação de Forte de Nossa Senhora da Guia deve estar ligada à Capela de Nossa Senhora da Guia existente um pouco mais a ocidente. Era já assim conhecida em 1693, contudo parece que inicialmente se chamava Baluarte da Lajem do Ramil ou do Romel, pelo menos assim era designada em 1646. Actualmente é também conhecido como Forte de São Jacinto. *4 - O forte tinha inicialmente dois amplos compartimentos virados a terra, ocupados pelo quartel, armazém e o paiol, um deles seccionado em quatro, ladeando o trânsito, por onde se acedia à bateria e ao exterior. A bateria era percorrida a E., S. e O. por um parapeito liso, de onde se disparava artilharia à barla, integrando uma guarita a E. e O.; neste lado tinha ainda escada adossada de acesso ao terraço sobre os aquartelamentos, que servia para fazer fogo a fuzil. *5 - O laboratório Marítimo da Guia dedica-se predominantemente à investigação no âmbito da ecologia e ecofisiologia marinha. Promove, também, actividades para o público em geral, como conferências, sendo visitado por escolas e diversas instituições, bem como por investigadores de outras Universidades, nacionais e estrangeiras, com as quais coopera.