Arquitectura residencial, românica e gótica. Casa-torre românica e gótica, de planta quadrada, com acesso por portal sobrelevado, em arco de volta perfeita e fachadas rasgadas por frestas. Torre senhorial medieval remodelada provavelmente no séc. 15 / 16, altura em que se rasgaram balcões assentes em cachorros e com parapeito de cantaria e matacães, quer a meio das fachadas, quer no topo destas e nos seus ângulos.
Torre de planta rectangular, com c. de 12 metros de largura e 21 de altura, assente no afloramento rochoso. Massa simples, coberta por telhados de quatro águas. Fachadas em cantaria aparente, de três pisos, possuindo inferiormente um embasamento com chanfro, que corresponde às duas fiadas inferiores de silhares, e um "passeio" a toda a volta, em lajeado granítico recente, e sendo rematada por merlões piramidais, ritmados por frestas. Fachada principal rasgada ao centro por um portal, num nível elevado, de arco de volta perfeita, de aduelas largas, sobre pés-direitos, com arco superior de descarga quebrado e dintel aparelhado; actualmente tem acesso por uma escada em ângulo, moderna, em granito e com corrimão metálico. Sobrepuja o portal fresta e balcão, sobre cachorros, possuindo matacães e parapeito em cantaria ameado, e superiormente, duas consolas, revelando antigos cobertos que protegiam os balcões. Fachadas laterais e posterior simétricas, rasgadas por frestas e balcões centrais iguais; no topo das fachadas, dispõem-se nos ângulos balcões iguais, também com mata-cães e parapeito ameado. Em duas das fachadas, à mesma altura dos balcões, existem duas gárgulas lisas. INTERIOR: primeiro piso pavimentado com lajes de granito, possuindo apenas como abertura a porta de acesso. A ligação ao andar superior faz-se por dois lanços de uma escada em madeira situada à direita da porta de entrada. O segundo andar, com pavimento em soalho, possui, no centro de cada uma das fachadas, frestas estreitas com dintel suportado internamente por pilarete central chanfrado. O terceiro e último andar, acessível por escada de dois lanços, em madeira, situada no mesmo ângulo da anterior, constitui o espaço nobre do edifício. No centro de cada uma das quatro paredes abrem-se as portas de acesso aos balcões, que interiormente têm arco abatido. A meia altura das paredes conservam-se também consolas, talvez, de um forro desaparecido. Tecto de madeira com duas asnas suportando o telhado. O acesso ao telhado faz-se por alçapão ao qual se acede por escada de mão.
Materiais
Estrutura e pavimento do primeiro andar em granito; escadas interiores, soalhos e cobertura em madeira, de carvalho francês e pinho português tratado.
Observações
O Padre João Parente, coleccionador de numismática romana e visigótica, em protocolo celebrado com a Câmara doou em 1989 um conjunto de mais de quatro mil moedas representativas de quase todos os imperadores, que deveria ser a base de um Museu de Numismática. A Torre foi berço de um morgadio dos condes de Vimioso.