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Bairro de Costa Cabral

Bairro de Costa Cabral

O ponto de interesse Bairro de Costa Cabral encontra-se localizado na freguesia de Campanhã no municipio de Porto e no distrito de Porto.

Sector urbano. Conjunto de habitação económica de promoção pública estatal decorrente do programa de "Habitação económica" desenvolvido pelo Estado Novo.

Bairro constituído por 240 moradias unifamiliares, de grande homogeneidade, distribuídas por onze quarteirões retangulares, delimitados a NO. pela via principal, a Avenida Fernão de Magalhães, importante via de acesso ao centro da cidade, e intercalados por arruamentos secundários e pedonais, praças e jardins, de toponímia ligada a nomes de freguesias do Concelho de Lisboa, como a Rua dos Anjos, Rua de Alcântara, Rua de Belém, Rua da Ajuda, Rua de Benfica, Rua dos Arroios, Rua de Carnide, Rua da Encarnação, Rua de Santa Justa, Praça do Campo Grande e Jardim de Belém. As moradias, em banda, geminadas quatro a quatro ou duas a duas, integram-se nas classes A e B, tipologia I, II e III*1, com dois pisos, jardim, logradouro e garagem. O tratamento dos alçados, diferente nas duas classes, também varia dentro das classes de tipologia para tipologia. A classe A, de linguagem mais simples e menores dimensões, apresenta vãos retos, em número variável, destacados por bordadura de tonalidade diferente, apresentando as janelas do piso superior, parapeito saliente. A classe B, destaca-se pela porta principal, que apresenta moldura em cantaria de granito aparente, rematada por arco de volta perfeita. Interiormente, a estrutura funcional varia entre as duas classes, e as várias tipologias, sendo na classe A, o primeiro piso ocupado pela cozinha, pequena sala que serve também de hall de entrada, despensa sob a caixa de escadas de acesso ao segundo piso, podendo ainda apresentar um quarto; no segundo piso concentram-se os quartos e casa de banho; na classe B, apresenta duas salas, a sala de estar e a sala de jantar, e dependendo da tipologia pode apresentar duas casas de banho uma em cada piso, sendo a do primeiro piso de serviço.

Materiais

Alvenaria de pedra rebocada e pintada de cores variadas; cobertura com estrutura de madeira, revestida a telha cerâmica; muros de vedação, degraus de acesso à entrada principal e molduras de portas, em cantaria de granito aparente na classe B, tipo III; caixilharias de janelas e portas de madeira e alumínio; pavimentos de madeira e cerâmica; paredes interiores e tectos estucados.

Observações

*1 - Bairro inicialmente constituído por 144 casas da classe A, sendo 18 do tipo I, 78 do tipo II e 48 do tipo III, e 96 da classe B, sendo 12 do tipo I, 48 do tipo II e 36 do tipo III. *2 - O arquiteto Luís Amoroso Lopes prestou serviço na Secção de Estudos e Projetos da DENN de 1937 a 1945. Trabalharam ainda na elaboração dos "Projectos-Tipo" de casas económicas, outros arquitetos como: Raul Lino, Eugénio Correia, Rebelo de Andrade, Couto Martins, Alberto Cruz e Rogério de Azevedo. Cabia ao governo promover a construção dos bairros de casas económicas através do Ministério das Obras Públicas e Comunicações, em colaboração com as Câmaras Municipais, corporações administrativas e organismos corporativos. A habitação social teria de ser a moradia individual, como forma de conservação da ordem social e moral, como se pode ler no artigo 14º da constituição de 33. Só tinham direito a estas habitações os "chefes de família" com idade entre os 21 e os 40 anos, empregados, operários ou outros assalariados, membros dos sindicatos nacionais, funcionários públicos, civis e militares, e outros operários dos quadros permanentes dos serviços do Estado e das Câmaras Municipais. A forma jurídica adotada definia-se pela "propriedade resolúvel" que consistia no pagamento de um determinado número de prestações mensais, nunca inferior a 240, passando a propriedade plena depois do pagamento da última prestação. A partir de 1933 o Estado passa a ter uma intervenção direta na construção de casas económicas, construídas um pouco por todo o país, tendo construído doze bairros de casas económicas no Porto entre 1935 e 1965, num total de 2.378 alojamentos.