Conjunto arquitetónico residencial unifamiliar. Habitação económica de promoção pública municipal. Conjunto de Casas Económicas de média dimensão, composto por casas em banda unifamilaires térreas e de dois pisos, com logradouro no tardoz e junto à fachada principal, formando quarteirões.
Conjunto habitacional composto por 100 habitações térreas e de dois pisos, em banda. O bairro é formado por dois quarteirões de configuração retangular com os ângulos truncados, e por uma banda de habitações, que se implantam linearmente junto às ruas Professor José Valente e de Entrecampos. A E. apresenta uma pequena praça arborizada, utilizada como parque de estacionamento. Tipologicamente o bairro é constituído por quatro tipos diferentes de habitações. As casas apresentam volumes articulados, coberturas em telhado de duas, quatro e múltiplas águas determinadas por superfícies poligonais, beiral saliente, assente em suportes de madeira apoiados em mísulas de pedra paralelepipédicas, e alguns casos existe um aproveitamento do vão do telhado. As fachadas, rebocadas e pintadas com várias cores claras (azul, verde, branco, rosa, amarelo ou cinzento), apresentam logradouro na retaguarda e um pequeno jardim à frente, vedado por muro de cerca de um metro, são características comuns a todas as tipologias. As diferentes tipologias classificadas de A a D distinguem-se mais pelas diferentes soluções arquitectónicas que apresentam os alçados principais e posteriores, de que pelo número de divisões interiores. As variantes A e B de um só piso, colocadas duas a duas ou em banda, são marcadas pela associação de porta e janela na variante A, porta e duas janelas na variante B. A variante C, de planta triangular, pode apresentar um ou dois pavimentos, localiza-se nos ângulos do rectângulo e apresentam como característica singular alpendre, assente em coluna circular. A variante D apresenta dois pisos, porta e janela no primeiro piso e duas janelas no segundo, frisos salientes sobre os vãos de ambos os pisos e floreiras sob os vãos de janela do segundo piso. No geral as fachadas posteriores, das várias tipologias, são marcadas por acrescentos diversos adossados, e por algumas águas furtadas que irrompem da cobertura. Interiormente apresentam quarto cozinha e retrete a tipologia A, dois quartos, cozinha e retrete na topologia B, sala, cozinha e retrete no rés-do-chão e quarto no primeiro andar, na tipologia C e mais um quarto na tipologia D *1.
Materiais
Alvenaria mista rebocada e pintada; cobertura em estrutura de madeira e revestimento cerâmico; portas e janelas de madeira com vidro; grades de ferro.
Observações
A publicação do Decreto-lei n.º 4137/18, não surtiu o efeito desejado relativamente à iniciativa privada, sendo raros os casos de patrões que se preocuparam com a construção de habitações para operários. Registaram-se apenas alguns casos pontuais de empresários ligados à Industria Têxtil. É neste seguimento que surge o Bairro Sidónio Pais no Porto e o Bairro do Arco do Cego em Lisboa, que acabaram por ser promovidos pelas Câmaras Municipais do Porto e Lisboa respectivamente, dado o desinteresse dos investidores privados. No entanto, a fase de construção do Bairro Sidónio Pais que se iniciou em 1918 prolongou-se até 1930, tendo sido concluído pela Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais. *1. O projecto inicial contemplava vinte e quatro casas da tipologia A; trinta e duas da tipologia B; doze da tipologia C e trinta e duas da tipologia D. A este programa de "habitação social" considerado pelo Estado Novo de "anti-económico" dado as obras infindáveis de reparação, foi contraposto em 1933 o conceito de "casas económicas" ou "casas para famílias pobres" que devia adoptar o máximo de simplicidade e ser tipicamente portuguesa. *2 - Terreno de lavradio com entrada pela rua de Entre Campos, pertencente a Eduardo Honório de Lima. Confrontava a Norte com o terreno de Gustavo Bermester e António Joaquim Gomes de Azevedo, a Este com a serventia para o terreno de António Joaquim Gomes de Azevedo, a Sul com a Rua de Entre Campos e a Oeste Com a Viela da Arrábida, para construção do primeiro bairro de habitações económicas inicialmente designado de Bairro Sidónio Pais e posteriormente Bairro da Arrábida, cuja construção acabou por ser promovida pela Câmara Municipal do Porto, dado o desinteresse dos investidores privados.