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Igreja de Nossa Senhora do Rosário

Igreja de Nossa Senhora do Rosário

O ponto de interesse Igreja de Nossa Senhora do Rosário encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Enxara do Bispo no municipio de Mafra e no distrito de Lisboa.

Igreja paroquial rural, de primitiva fundação quinhentista, foi alvo de posteriores campanhas construtivas, que lhe conferiram a atual aparência barroca, de alguma erudição, de certo influenciada pela contemporânea Basílica de Mafra (v. IPA.00006381). Integra-se no conjunto de edifícios religiosos da denominada região saloia, dos quais se distingue pela sua imponente fachada principal, de forte impacto cenográfico, que contrasta com a habitual feição austera. Desenvolve-se em dois registos, sendo o primeiro vazado por três arcos, separados por dupla pilastra lisa de ordem monumental com capitéis compósitos. Em cada uma das faces laterais abre-se, no piso térreo, um arco de volta inteira. Todos os arcos são encimados por janelões retangulares sobrepujados por áticas. Em 1755, terá sofrido grandes danos com o terramoto, ainda hoje visíveis no deslocamento de cantarias de pilares, pilastras, vergas e arcos consolidados da fachada principal, que permanece inconclusa, faltando-lhe grande parte da cornija e um possível frontão triangular o que permite supor ser parte de um projeto arquitetónico mais vasto. Interiormente, apresenta, contudo o habitual esquema planimétrico básico, composto por nave única e capela-mor, de orientação canónica, iluminação bilateral, cobertura em abóbada de berço (decorada, neste caso, com um medalhão central figurando a entrega do rosário a São Domingos pela Virgem Maria), coro-alto adossado à parede fundeira (aqui sobre a galilé), assente em estrutura de madeira. Púlpito adossado à parede murária do lado do Evangelho, confrontante com porta travessa. Arco triunfal de volta perfeita, ladeado por dois retábulos confrontantes em talha dourada, que chanfram os ângulos da nave. Capela-mor com cobertura em abóboda de berço, ostentando um painel evocativo da lenda fundadora, parede testeira revestida com retábulo de talha dourada, tardobarroco, de corpo reto e três eixos verticais.

Planta poligonal, resultante da articulação longitudinal e escalonada de dois corpos retangulares, a nave única e a capela-mor profunda, desenvolvidos em dois registos, a que se adossam, lateralmente, a norte e a sul, dois pequenos volumes retangulares de um só registo. A este conjunto encontra-se apostada uma galilé, retangular, transversa, em dois registos. As coberturas são maioritariamente telhadas a duas águas, sendo a do corpo adossado a norte de uma só água. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco, rasgadas, as laterais, por janelas retilíneas com molduras de cantaria, à exceção das da galilé, integralmente de cantaria. Fachada principal (galilé) orientada a poente, desenvolve-se em dois registos, sendo o primeiro vazado por três arcos, dois de volta inteira ladeando o central em asa de cesto, separados por dupla pilastra lisa de ordem monumental com capitéis compósitos. Em cada uma das faces laterais abre-se, no piso térreo, um arco de volta inteira. Todos os arcos são encimados por janelões retangulares sobrepujados por áticas. A fachada está inconclusa, faltando-lhe grande parte da cornija, e um possível frontão triangular. Do lado direito da galilé, a sul, acima da cornija, reconhece-se o arranque de uma torre sineira de secção quadrada, que não chegou a concluir-se. Na fachada principal, abaixo das abóbadas de aresta (de construção posterior) que cobrem os três tramos da galilé, é visível o portal da igreja, de verga reta, e em cujo emolduramento calcário se reconhece como motivo decorativo um rosário de rosas. À esquerda do portal encontra-se um painel de azulejos policromos de temática alusiva à fundação do templo. A fachada lateral esquerda, de dois registos, é composta por três panos, o primeiro apresenta uma parede cega, faz ângulo com o corpo saliente da sacristia, rasgado em cada registo por uma janela retangular, de verga reta no primeiro registo, e com frontão triangular de linhas curvas no segundo, igual às duas do segundo registo do terceiro pano, que encimam um pequeno anexo de um só piso rasgado por três portas de verga reta e uma só bandeira e uma pequenas janela quadrangular. Fachada lateral direita apresenta, ligeiramente ao centro um pequeno anexo, com porta de verga reta na sua parede oeste, e é rasgado por três janelas retangulares com frontão triangular de linhas côncavas no segundo registo. A fachada posterior, de dois registos, empena angular e parede cega. INTERIOR: nave única de iluminação bilateral, coberta por abóbada de berço decorada com um medalhão central figurando a entrega do rosário a São Domingos pela Virgem Maria. Na parede fundeira, eleva-se o coro-alto delimitado por guarda de balaústres de madeira. Na parede murária a norte, observa-se o púlpito, com base de mármore rosa e avental de madeira pintada. Ladeando o arco triunfal encontram-se dois retábulos confrontantes em talha dourada, chanfrando os ângulos da nave, que albergam trono com as imagens de Nossa Senhora do Rosário e de Santa Comba. Capela-mor com paredes revestidas a pintura decorativa de marmoreados e cobertura, em abóbada de berço, com um painel figurando uma aparição de Nossa Senhora do Rosário ao pastor Fernando. Retábulo-mor em talha dourada, de corpo reto e três eixos verticais, separados entre si por colunata geminada, com fuste estriado numa imitação de pedra mármore e capitéis compósitos revestidos a folha de ouro, sotobanco e banco de madeira almofadada. Espaldar curvo rematado por frontão semicircular ladeado por dois anjos de vulto. Corpo central vazado com tribuna com trono piramidal e maquineta com imagem de vulto do orago, e os laterais com edículas com imagens de vulto de São Domingos e do Santo Cristo.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, estuque, madeira pintada e dourada

Observações