Villa Rústica constituída por edifícios de arquitectura civil e infra-estruturas agro-industriais romanos.
A estação é interpretada pelo seu investigador (A. N. Sá Coixão) como "Villa rústica" ou "complexo industrial". É composta por dois edifícios definidos por um conjunto de muros em aparelho de granito, assentes em valas escavadas no afloramento granítico. O edifício de maiores dimensões orientado N./S. apresenta planta rectangular e terá funcionado como zona de celeiros e moagens, provável cavalariça, lagar de vinho, armazém de vinhos, oficina de canteiro e oficina de metalurgia, tendo em conta os materiais aí recolhidos. Situado mais a O., encontra-se o edifício de menores dimensões, de planta quadrangular, interpretado como zona de habitação. Aqui terá funcionado um forno de fundição de metais, a cozinha, possivelmente dois quartos, e uma zona ampla de serviços. Entre os dois edifícios, terá existido um alpendre que fazia a ligação entre ambos. A sul do edifício rectangular encontram-se dois fornos*1 de planta Circular, muros em aparelho de granito e compostos por dois registos. No primeiro registo situava-se a câmara de combustão*2 e no segundo a câmara de cozedura. A divisão das câmaras é feita através de uma grelha de lajetas de granito, rectangulares, dispostas em raio e assentes em coluna de granito, também circular, apoiada no centro do primeiro registo. Ambos apresentam abertura voltada para E., e as suas dimensões são diferentes. De acordo com os vestígios aí encontrados, um (o maior) servia para cozer peças de grandes dimensões como as dolia e o outro (menor) para cozer peças menores. A "Villa" era circundada por muro defensivo de blocos de granito*3.
Materiais
Granito, argila, cerâmica, metais, ossos, sementes.
Observações
Sítio descoberto e escavado pelo Arqueólogo António N. Sá Coixão. O espólio reunido nas várias escavações, é constituído maioritariamente por fragmentos de cerâmica, materiais de chumbo e ferro, grande quantidade de numismas da 2ª metade do século III d.C., uma estatueta de porco, um fragmento de mão e punho e uma estátua de figura humana. *1 - Foram encontrados alguns pesos de tear em barro, ainda não cozido no interior do forno pequeno. *2 - Foram recolhidas grainhas de uva carbonizadas e amostras de urze utilizadas no aquecimento dos fornos. *3 - Segundo o arqueólogo responsável (Sá Coixão) esta muralha "poderá indicar um certo objectivo defensivo, mais pela prevenção de investidas de animais selvagens do que das pessoas". *4 - Estes vestígios foram recolhidos fora das estruturas romanas, não tendo estas, sofrido violações anteriores. Foi também descoberto e inventariado na Carta Arqueológica do Concelho de Vila Nova de Foz Côa, a cerca de 200 metros deste local, para Sul, outro Sítio designado por Rumansil II, onde foram encontrados restos de estruturas e grande quantidade de materiais de construção do período de ocupação Romana, certamente com ligação ao Rumansil I. Segundo o arqueólogo (Sá Coixão), poderia tratar-se de uma "área habitacional onde o senhor e os artífices e artesãos tinham os seus aposentos". Facto que nunca se saberá, porque este Sitio foi destruído para plantio de vinha e destruídos praticamente todos os vestígios arqueológicos.