Arquitectura infraestrutural e arquitectura religiosa, moderna e barroca. Ponte de arco, com tabuleiro em cavalete, assente em três arcos de volta perfeita, com pilares protegidos por talhamares. O tabuleiro tem pavimento em lajeado de granito. O cruzeiro é barroco, assente em embasamento e plataforma quadrangulares, onde assente dupla ordem de plintos e cruz latina. Na ponte, estabelecia-se o entroncamento de duas importantes vias romanas, a que ligava Viseu a Celorico e a que ligava Braga a Mérida, tendo, nos topos, um cruzeiro e uma pedra de armas reais. A ponte possui talhamares a proteger os pilares, a jusante e montante, e mantém o pavimento em lajeado de granito. O cruzeiro possui duas ordens de plintos, o inferior emoldurado, com a face principal tripartida e ornada, enquadrando um nicho de "alminhas". O segundo plinto é galbado e ornado por elementos decorativos característicos do período barroco joanino, como volutas e elementos fitomórficos.
PONTE de tabuleiro em cavalete medianamente pronunciado, com estrutura em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo, assente em três arcos de volta perfeita, o central de grandes dimensões, assentes em pilares protegidos por talhamares prismáticos, a jusante e montante. No intradorso dos arcos, no arranque da abóbada, existem cavidades talhadas que serviram de suporte a baldoeiros de armação das cambotas. O tabuleiro está pavimentado em lajeado de granito, com uma faixa larga, protegido porguardas altas e estreitas em cantaria aparelhada. No extremo S. da ponte, à esquerda, um marco monolítico com as armas reais portuguesas, com escudo cuja terça de terno é rematada em vértice e coroa real aberta (ou estilizada), aparecendo, na parte inferior, elemento epigrafado, talvez uma data ilegível. Na rampa lançada no extremo oposto, a N., um CRUZEIRO assente em embasamento de alvenaria granítica, sobrelevado do solo cerca de 60 cm., onde assenta uma plataforma de planta rectangular com dois degraus e um soco baixo, em cantaria, onde se apoia a face posterior do cruzeiro. Sobre a plataforma, surgem duas ordens de plintos, o inferior paralelepipédico, moldurado, tendo a face central tripartida por frisos lisos, com o centro marcado por nicho de volta perfeita, flanqueado por volutas; o plinto superior é de perfil convexo, ornado por volutas, com decoração vegetalista na reserva frontal e definida superiormente por cornija. Sobre estes, uma cruz latina, de secção quadrangular, face guarnecida a friso rectilíneo e reserva interior inteiramente preenchida com folhagens.
Materiais
Estrutura em cantaria de granito.
Observações
*1 - é tradição designar esta ponte por "Ponte Romana", apesar da que existe ser de período posterior. A hipótese é corroborada pelo facto da ponte estar próxima e na cota de trânsito de um troço de estrada romana e ainda porque, ao tempo de D. João III, no séc. 16, se ter construído uma ponte dita "Ponte Nova", a montante desta; a necessidade de se construir uma nova ponte no séc. 16, talvez se tenha devido ao facto da ponte primitiva da Lavandeira estar em mau estado. *2 - apesar de existir um documento de contrato na Chancelaria de D. João IV, citado por VITERBO (p. 557), não há prova da construção da referida ponte "com pilares de pedra e o mais de madeira"; é, contudo, possível que a obra tenha sido executada inteiramente em pedra ou que a mesma tenha sido reconstruída no seu estado actual no reinado de D. João V, o que lhe confere outra das denominações conhecidas.