Muralha medieval da cerca da vila de Guimarães concluída no reinado de D. Dinis. A parte alta da vila, a Vila do Castelo, teria sido a primeira a cercar-se de muralhas, talvez ainda no reinado de D. Sancho I. Posteriormente, a muralha iniciada durante o reinado de D. Afonso III e concluída por D. Dinis, uniu a Vila do Castelo à Vila de Sta. Maria, a parte baixa. No interior do espaço amuralhado, porém, vai manter-se o antigo muro da vila alta como uma muralha transversal, apenas demolida em data próxima de 1420.
Existem os dois arranques que ligavam a muralha à cerca do Castelo. A partir da Praça de Mumadona e ao longo da Avenida Alberto Sampaio, pode observar-se o troço mais extenso que se conserva da Muralha, ainda que a cota do pavimento do passeio ande perto de 3 m acima da sua base. Junto da Praça do Toural conserva-se a Torre da Alfândega, que constituía o ponto mais a S. da Muralha. Na Rua de Santo António resta ainda um pequeno troço visível entre o casario.
Materiais
Estrutura em cantaria de granito.
Observações
O circuito das Muralhas de Guimarães tinha início no Castelo, onde ainda existem os dois arranques que as ligavam à cerca daquele. Do lado E. descia para S, em direcção à Porta de Freiria ou de Sta. Cruz, que era defendida por uma torre, e das quais não se conservam quaisquer vestígios. Era aqui que o circuito primitivo da vila alta começava a fechar, inflectindo para O. o qual apresentava um pouco mais adiante outra porta e torre, de nome Santa Bárbara. A manutenção deste troço primitivo depois da ampliação da muralha nos reinados de Afonso III e D. Dinis, criou um muro interno transversal só demolido c. de 1420. A muralha dionisina, continuava depois a descer para S. em direcção à Porta do Postigo e à Torre da Sra da Guia. A meio deste troço, existia uma torre, chamada dos Cães, que se localizava na actual Pça. de Mumadona. A partir desta Pça. e ao longo da Av. Alberto Sampaio, pode observar-se o troço mais extenso que se conserva da Muralha, ainda que a cota do pavimento do passeio ande perto de 3 m acima da sua base. Da Sra da Guia, o circuito começava a inflectir para O. encontrando-se hoje completamente encoberta por construções. Existiam aí a Torre Velha, a Porta da Torre Velha e a Torre da Alfândega, que ainda se conserva, já junto da Pça. do Toural, com acesso pelo Postigo de S. Paio ou Porta Nova. A Torre da Alfândega constituía o ponto mais a S. da Muralha que começava depois a tomar a direcção N. No extremo da Pça. do Toural existiam a Porta de S. Domingos e a Torre da Sra. da Piedade, que contituía a entrada principal da vila sendo por isso também chamada a Porta de Vila. A Muralha seguia depois ao longo da actual R. de Santo António onde resta ainda um pequeno troço visível entre o casario. No local onde está hoje o edifício dos C.T.T., ficava a Torre de S. Bento e a Porta de Sta. Luzia ou da Sra. da Graça. Era aqui que vinha terminar o muro transversal já referido do circuito primitivo. Seguia depois ao longo da actual Av. General Humberto Delgado, onde se conservou até, muito recentemente (1943), ser completamente demolida. Na continuação, até se encontrar novamente com o Castelo, existiam ainda a Porta de Sto. António e a Torre da Garrida. Deste último troço, à excepção do encontro com a cerca do Castelo, nada se conserva. As muralhas pertencem a três freguesias: Oliveira do Castelo, São Paio e São Sebastião.