Portal Nacional dos Municípios e Freguesias

Casa do Cipreste

Casa do Cipreste

O ponto de interesse Casa do Cipreste encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel no municipio de Sintra e no distrito de Lisboa.

Casa construída no séc. 20, de planta em L, irregular, composta pela articulação de corpos de diferentes áreas e alturas, de planta rectangular e poligonal, em redor de jardim. Volumetria escalonada, coberturas diferenciadas em telhados de 2, 4, 6 e 8 águas, desenvolvida em 5 pisos. Exemplar da aqruitectura residencial integrada na tipologia da denominada Casa Portuguesa, na expressão do próprio arquitecto Raul Lino. Trata-se, porém, de um exemplar único, onde o arquitecto, ao projectar uma casa para si próprio, se permitiu a opções particulares e excepcionais. De salientar: relação da arquitectura com a envolvência natural, traduzida na organicidade da casa, que se articula com a natureza e a integra na própria arquitectura (caso dos afloramentos rochosos); a recuperação / reinvenção de elementos decorativos tradicionais, que surgem integrados num contexto inovador. Acerca desta casa escreveu Raul Lino: "Por essa época, gente que se prezasse ainda fazia casa manuelina ou estilo D. João V; na nossa, como estilo houve a preocupação de nada fazer de que mais tarde me viesse a arrepender" (in Vida Mundial: p. 31).

Planta irregular, composta pela articulação de corpos de diferentes áreas e alturas, desenvolvida em cinco pisos e com coberturas escalonadas e diferenciadas, efectuadas por telhados de 2, 4, 6 e 8 águas. A casa, implantada em terreno de elevado declive, tem cinco pisos, incluindo a cobertura e as caves (2), com um destes parcialmente enterrado e traçado de forma desnivelada ao longo da fachada O.. Em reboco pintado, o edifício tem panos de muro rasgados por vãos de verga recta com emolduramento simples de cantaria, podendo reconhecer-se alçado principal a O. SO.. Este, dada a implantação e organização da edificação de molde a viabilizar um melhor aproveitamento da irregularidade do terreno, ao qual acresce uma concepção marcadamente orgânica, é definido por toda a frente da edificação, sendo esta caracterizada por uma estrutura, em planta, em zigue-zague, como resultado da articulação de volumes, de diferentes pisos e morfologias. Com acesso principal localizado na fachada NE., ao nível do piso térreo (2º andar da fachada O.), observa-se INTERIOR marcado por vestíbulo, a partir do qual se desenvolve escadaria conducente aos dois pisos superiores e corredor sensivelmente em L, que assegura a comunicação com todas as partes da casa, e ao longo do qual se distribuem os principais compartimentos. Em termos de distribuição encontramos: no piso térreo, a zona de serviços concentrada no extremo N. e a zona social orientada a O. e SO., compondo-se esta por sala de refeições de planta oval e sala de estar de planta octogonal, sob a qual se localiza, no piso inferior, uma outra sala com o mesmo perímetro, articulada através de janelas de sacada, com pérgola. No 1º piso reconhece-se a zona privada, distribuída ao longo da fachada S. (orientada para o jardim), também com acesso por meio de corredor e com compartimentos genericamente comunicantes entre si. A edificação articula nos seus extremos (zona de vestíbulo e sala octogonal) com espaços que delimitam o jardim, nomeadamente uma arcada em L, definida por arcos de volta perfeita, e uma varanda de planta rectangular, também com vãos em arco de volta perfeita, alguns com parapeito ou preenchimento em adufa.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado e madeira.

Observações

*1 - a classificação inclui a cerca.