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Jardim da Quinta das Lágrimas

Jardim da Quinta das Lágrimas

O ponto de interesse Jardim da Quinta das Lágrimas encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas no municipio de Coimbra e no distrito de Coimbra.

Espaço verde de recreio. Jardim romântico. Destaca-se a raridade e porte de alguns exemplares botânicos. Forte valor histórico e paisagístico testemunho do gosto pelo coleccionismo botânico que ocorre em Portugal a partir do início do século 19. Destacam-se as colecções de Araucárias e de Palmeiras, bem como os raros exemplares de Podocarpus, Figueiras, Plátanos e Sequóias.

Espaço murado, cuja acesso é permitido por imponente portão a partir do qual se desenvolve uma alameda de orientação N. / S., sobreelevada e contida por muro de suporte relativamente aos talhões que situam a E. e O.; essa alameda culmina numa escadaria de dois lanços de acesso ao edifício, adossada à fachada principal e encimada por frontão com pedra de armas. No topo da ala da direita, encontra-se uma capela com pequeno adro; entre este e a referida escadaria um pequeno jardim, com sebes de buxo talhadas é centrado num elemento de água, oferecendo-se como cenário para quem deambula pela arcaria que nasce da fachada do edifício. Lateralmente à capela desenvolve-se um caminho, inicialmente encimado por um caramanchão, que permite o acesso ao jardim histórico, onde se encontra a mais rara árvore da quinta - o Podocarpus (Podocarpus spinulosus); junto a este encontram-se outras espécies igualmente importantes - um abeto (Abies Alba Miller) e um Incenso ou Pitósporo (Pittosporum undulatum). Fronteiro à ala esquerda do edifício abre-se um pequeno terreiro que permite aceder ao actual parque de estacionamento, ao pomar e a um terraço onde foi instalada uma estrutura amovível, de grandes dimensões, para apoio às actividades da Quinta. O talhão a O. da alameda, correspondente ao antigo olival, encontra-se em preparação para instalação de um campo de Golfe. O talhão que lhe é simétrico desempenha ainda as funções iniciais de espaço agrícola. O Jardim, apresenta duas partes distintas, uma primeira em que a cobertura arbórea se apresenta bastante densa, e onde ao nível do estrato arbustivo se desenham sebes de buxo talhadas em canteiros geométricos, enquadrados por elementos de água; uma segunda, apresenta, sob um relvado iluminado por uma clareira e pontuado por espécies de porte arbóreo e arbustivo, é delimitado por uma sebe de buxo talhada, a E. do caminho que circunda o talhão relvado surge uma cortina de bambús (Phyllostachys bambusoides), que nos separa de um outro patamar onde foi instalada uma plantação de oliveiras e onde a modelação do terreno permitiu que este espaço se isolasse visualmente do exterior. O caminho de acesso ao jardim, percorre-o lateralmente, alheando-se dele, seguindo em direcção à Mata, caminhamos junto à quelha dos amores, caleira que levava o correio de D. Pedro para D. Inês, até ao Mosteiro de santa Clara. É a copa de uma monumental Figueira da Austrália (Ficus macrophylla) que protege a Fonte dos Amores, atravessando as suas raízes caminha-se em direcção à Fontes das Lágrimas, passando por duas esguias Sequóias (Sequoia sempervirens) *2, várias Olaias, Palmeiras da China e Lódãos. Dominando a fonte e o tanque de rega de grandes dimensões que se desenvolve ligeiramente sobreelevado em relação ao nível do pavimento, encontra-se um Plátano (Platanus x hispanica). As relações visuais com a envolvência encontram-se comprometidas desde o quadrante O . a E., rodando a N. pelo desordenamento que a caracteriza, comprometendo a vivência plena da Quinta, enquanto espaço exterior à cidade mas que a podia contemplar. Para S. as relações visuais com o exterior são praticamente inexistentes pelo desenvolvimento da Mata e pela própria topografia que oferece uma pequena pendente onde a referida mata se instala.

Materiais

Vivos: colecção de Araucárias e Palmeiras, exemplares de Podocarpus, Figueira da Austrália (Ficus macrophylla), Plátanos (Platanus x hispanica) e Sequóias (Sequoia sempervirens), Canforeira; cedros do Bussaco (Cedrus lusitanica) cedros dos Himalaias (Cedrus deodora) Lódãos, Ulmeiros, Loureiros, Pinheiros e Aveleiras. Inertes: alvenaria, saibro

Observações

*1 - A classificação é referente aos elementos mais representativos existentes na Quinta. Cenário da vida amorosa de D. Pedro com D. Inês de Castro e da morte desta. O seu interesse poético e económico está relacionado com o grupo de nascentes do sopé da colina, que emergem de um mesmo lençol freático. Inicialmente era conhecida por Quinta do Pombal, mudando de nome no início do séc. 18. *2: Estas Sequóias terão sido plantadas pelo Duque de Wellington o que lhe deu a denominação de wellingtonias. O Professor Jorge Paiva, fez o levantamento do arvoredo da Quinta das Lágrimas.