Arquitectura militar. Castelo gótico erguido no topo de um monte, de planta irregular alongada e adaptada à morfologia do terreno, com torre de couraça e restos da antiga alcaçova. Conserva apenas alguns troços, um deles com porta entre 2 torres quadrangulares e com cubelo também quadrangular; panos de muralha coroados por merlões quadrangulares e adarve protegido por parapeito. Frente à porta fica a torre da couraça quadrangular com corredor protegido por muralha.
Castelo de planta irregular alongada, conforme depreendemos pela morfologia do terreno e pela organização urbana, com restos da antiga alcaçova. Do seu perímetro subsiste apenas um troço a NO, um outro a N. e, fronteiro, a torre da couraça. O troço virado A N. conserva 3 torres de planta quadrangular, avançando 2 delas sobre porta, de arco pleno. A torre da esquerda, com forte esbarro inferior, bem como a que lhe fica mais a NE., são encimadas por terraço com parapeito, e a da direita por construção quadrangular com telhado de 4 águas e pequena sineira; tem acesso por vão de arco pleno, frente ao qual a muralha faz sensível ressalto. Panos de muralha coroados por merlões quadrangulares e corridos por adarve, em alguns troços protegido por parapeito. A torre da couraça ( A. 18,60 m ) ergue-se num plano mais baixo, perto do rio, com planta quadrangular a que se ligava corredor defendido por muralha; ambas foram reaproveitadas para habitação, tendo-se levantado sobre os seus muros várias construções*1. No interior existe uma fonte. Da alcaçova restam apenas alguns panos de muro.
Materiais
Estrutura de cantaria em aparelho "Mixtum Vittatum: cobertura de telha em construção; alvenaria de tijolo; ferro; madeira de castanho.
Observações
Segundo Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues, as muralhas que envolviam a parte alta da vila tinham 3 portas e alguns postigos, designavam-se: Porta da Vila (na praça), de Santo António (inicialmente designado de Carvalho por ir para a ponte do mesmo nome) e Porta de São Tiago. Uma lenda atribuí a construção da Torre da Couraça aos mouros com o objectivo de proteger a fonte e menciona a existência de uma passagem subterrânea de ligação à vila, utilizada pelos habitantes para abastecimento de água em caso de cerco. No entanto, e segundo João Pedro Ferro, a sua construção parece datar do séc. 14, tomando em conta a transcrição de Guilherme Henrique de uma inscrição encontrada na parede oriental, datada de 1383 e referindo Lançarote Pessanha partidário de D. Leonor Teles. João Ferro enquadra a construção da torre no conflito entre D. Leonor e o Mestre de Avis, sendo que o objectivo deveria ser a ligação da fonte à muralha, o que parece não ter acontecido, pois não apresentam qualquer vestigío de ligação entre elas. *1 as casas construídas no cimo da torre, também designadas por Casas de D. João I, pertenceram à Companhia da Fábrica de Papel, passaram depois para a Companhia Portuguesa de Fiação e por falência desta, para o Banco de Portugal.