Casa da Câmara construída no final da Idade Média, muito alterado por uma reconstrução oitocentista.
Planta composta por dois volumes rectangulares dispostos longitudinalmente formando ligeiro ângulo entre si, com coberturas diferenciadas em telhados de 2 e de 3 águas. Edifícios de 2 pisos com fachadas com vãos de diferentes tipologias em portas e janelas; pilastras nos flancos e cornija de argamassa. As fachadas aparentemente nada conservam das fachadas da antiga casa da câmara. Também não é perceptível se o volume do edifício da antiga câmara tinha correspondência com os actuais. O interior está fracionado e muito modificado, adaptado a nova e variadas funções.
Materiais
Granito (cantarias); ferro (gradeamentos); telha de canudo; madeira (caixilhos), alumínio (caixilhos).
Observações
Tinha escada exterior de pedra para acesso ao andar superior (RODRIGUES 1959: 104) e provávelmente conserva ainda no rés-do-chão, sob os rebocos da fachada, largas arcarias. Tinha no exterior do lado poente 2 marcos de pedra com a palavra SEE existinto um ainda em 1959. Na documentação relativa ao litígio de 1843 sobre a posse do edifício enumeram-se diversos móveis que o guarneciam: «dois bancos de espaldar com caixões pegados, uma cadeira em forma de púlpito para a audiência do juiz; um banco raso, tudo pintado de encarnado; uma mesa grande, aonde se faziam as audiências, umas ferropeias; um peso de arroba de ferro; duas grades de ferro de duas janelas da casa da audiência e da enxovia» (RODRIGUES 1959: 98).