Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Igreja paroquial.
De planta rectangular, o edifício apresenta volumetria escalonada, sendo a cobertura efectuada por telhados diferenciados a 1 e 2 águas. O alçado principal (N.) organiza-se em 3 corpos separados por pilastras de cantaria, destacando-se (em planta) o central, no qual se abre a eixo, portal em cantaria encimado por ática e articulado superiormente com janelão rectangular guarnecido por malheiro de ferro. Cornija e beirado, precedem 2º nível em pano de muro triangular rematado por cruz. A O. eleva-se torre sineira de secção quadrada, rematada por cúpula *1. Os alçados laterais (E. e O.) apresentam-se ritmados por contrafortes entre os quais se reconhecem contruções (capelas) de alturas e coberturas diferenciadas. No interior, de nave única (cujos muros apresentam pinturas simulando mármore) e cobertura em abóbada de berço com ornamentação pictórica, reconhece-se coro-alto adossado à face interna do alçado principal guarnecido por balaustrada de cantaria. Na nave abrem-se, por arcos de volta perfeita, 2 capelas laterais rectangulares e cobertas por abóbadas de berço (a do lado do Evangelho, capela de Nossa Senhora de Lourdes ostenta brasão da família Alpoim). Antecede a capela-mor, arco triunfal em cantaria ladeado por 2 altares inscritos em arcos de volta inteira, com retábulos de talha dourada e pintada. A capela-mor, de planta rectangular e cobertura em abóbada de berço ornada com pintura, ostenta panos de muro laterais animados por 2 portas encimadas por janelas de verga recta com guarda de madeira, ladeando painel azulejar e composição pictórica sobre tela de temática mariana. No muro de topo observa-se o altar-mor com retábulo de talha dourada vazado por camarim albergando trono. Ao nível da predela reconhece-se ornamentação de embutidos marmóreos polícromos.
Materiais
Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira dourada e pintada, azulejos.
Observações
*1 - os sinos estão datados e têm inscrições. 2 - a lenda da criação da igreja fala numa aparição da Virgem no tronco oco de uma oliveira, ficando para o futuro como Santa Maria dos Olivais. Durante cerca de 300 anos, esse tronco foi guardado como relíquia no altar-mor até desaparecer por volta de 1700. 3 - uma bula emitida em 1 de Junho de 1400 pelo Papa Bonifácio IX confirmou a existência da freguesia, justificada pela presença de um número elevado de habitantes do lugar.