Portal Nacional dos Municípios e Freguesias

Escola Primária n.º 175 de Lisboa

Escola Primária n.º 175 de Lisboa

O ponto de interesse Escola Primária n.º 175 de Lisboa encontra-se localizado na freguesia de Olivais no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Escola primária, projetada e construída entre 1958 - 1961, por Joaquim Bento de Almeida e Victor Palla, ao abrigo da quarta fase do Plano dos Centenários em Lisboa. O Plano dos Centenários foi um programa de construção em larga escala levado a cabo pelo Estado Novo a partir de 1941, em sucessivas fases, com o objetivo de constituir uma rede escolar de abrangência nacional. A partir da segunda fase do plano dos Centenários em Lisboa processa-se uma decisiva viragem para uma arquitetura moderna. Sem resquícios de monumentalidade ou regionalismo, as novas propostas arquitetónicas, encomendadas diretamente pela autarquia a arquitetos independentes, revelam uma visão humanizada e funcional do edifício, adequando-o ao universo infantil e aos critérios modernos de orientação solar. O projeto é considerado de uma forma global, abrangendo todos os detalhes do interior e do exterior da escola, num renovado interesse pela arte concebida como parte integrante do processo arquitetónico, utilizando um reportório atualizado e adaptado ao imaginário infantil. Interiormente, o seu programa funcional segue as orientações iniciais do plano dos Centenários. A unidade de construção continua a ser a sala de aula, com 3,5 metros de pé-direito, servidas por grandes janelas, e com uma capacidade máxima de 40 crianças. No entanto, a partir da terceira fase do plano, e sempre que o espaço disponível o permita, o tamanho das salas de aula é ampliado, passando a ter 7 x 9 metros ou 8 x 8,5 (ao invés dos 8 x 6 metros anteriores), como forma de se poder substituir as tradicionais carteiras por secretárias individualizadas, consideradas mais pedagógicas. Neste projeto, a estrutura modelar da sala de aula desempenha particular importância, onde, ao invés dos dois corpos simétricos destinados às duas secções, temos as oito salas de aula de cada secção distribuídas pelo espaço delimitado para a sua secção, individualizado pelo corpo dos serviços comuns e pelos recreios cobertos, de acordo com a sua melhor integração no meio envolvente, tendo em conta o aproveitamento solar e a possibilidade de criação de um espaço de recreio ao ar livre para cada sala. Esta solução (recreios individualizados para cada sala de aula) tinha já sido ensaiada no Grupo Escolar projetado por Ruy Jervis de Athouguia para a Célula VIII do Bairro de Alvalade (v. IPA.00035374). A separação entre as duas secções é conseguida através do corpo dos serviços comuns (secretaria e gabinetes) perpendicular no terreno, a partir do qual se desenvolvem em espelho as duas cantinas e um dos recreios cobertos.

Planta poligonal, composta, conseguida pela articulação de cinco corpos de um só piso que se desenvolvem em "leque", de poente para nascente, com fachada principal aberta a sul, acompanhando a grande curva da Rua General Silva Freire. Ao centro encontra-se o corpo dos serviços especiais, perpendicular aos restantes, com fachada principal orientada a oeste. As suas coberturas são maioritariamente telhadas, de uma só água, sendo as do edifício central e recreios cobertos em fibrocimento. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco e rosa, amplamente rasgadas por janelas retilíneas com moldura de alvenaria simples e caixilharia de metal pintado de branco. Acede-se ao imóvel a partir da Rua General Silva Freire, a oeste, para onde se encontram orientados os portões de acesso ao recinto e as fachadas principais do corpo central. A fachada principal deste corpo central apresenta um só pano, recuado face à empena inclinada e às paredes laterais, rasgado por uma ampla janela retangular sobre painel de azulejo de padrão, azul claro e branco desenhado pelos arquitetos, ladeado por uma porta de verga reta. Após o que faz ângulo, apresentando a sua fachada esquerda, rasgada ao centro por amplas janelas retilíneas, a fachada direita apresenta apenas pequenas frestas de iluminação. No final das fachadas laterais, este corpo central faz ângulo, de ambos os lados, com o corpo perpendicular das cantinas, cuja fachada oeste se apresenta revestida a silhar de azulejo azul claro e branco, semelhante ao anteriormente descrito. Sobre o silhar de azulejo encontram-se cinco janelas retangulares ao nível do teto. A fachada este deste corpo articula com a estrutura alpendrada sobre pilotis e parede fundeira com exterior em tijolo aparente que serve de recreio coberto à secção mais a sul. Ambas as secções têm oito salas de aula, distribuídas de forma diversa pelos cinco corpos letivos. Estes surgem como estruturas modulares, resultantes da repetição do módulo / pano de fachada da sala de aula, apresentando fachadas principais e posteriores mais ou menos longas, mas sempre semelhantes entre si. Assim, a fachada principal de cada sala de aula é delimitada por parede de betão, que, com a pala do mesmo material que protege a ampla janela retilínea com caixilhos de metal pintado de branco, cria alpendre próprio. Junto ao teto é, ainda, rasgada por pequenas janelas retangulares. Este pano de fachada repete-se, na secção mais a norte / noroeste, três vezes pelos dois corpos paralelos, idênticos, e mais duas num terceiro corpo, colocado entre os dois, mas mais a este. A secção mais a sul é formada pela articulação de dois módulos paralelos, um primeiro de três salas e o segundo (remate sul do grupo escolar) com cinco salas de aula, repetindo-se o pano de fachada tantas vezes quantas as salas de aula. As fachadas laterais esquerdas de quatro corpos letivos são formadas por paredes cegas, à exceção do segundo corpo letivo da secção norte, que articula com o corpo central a este, apresentado uma parede cega na fachada lateral direita. As fachadas posteriores, a norte, são rasgadas ao nível do teto por pequenas janelas retangulares. No limite norte da secção norte, a leste, surge uma segunda estrutura alpendrada semelhante à anteriormente descrita. INTERIOR: a escola encontra-se estruturada em duas secções idênticas, perfeitamente autónomas, a feminina e a masculina. O acesso ao interior é feito a poente, onde se encontra orientado o corpo central, onde ficam os serviços comuns (secretaria, zona de serviços) e as duas cantinas. A partir do corpo perpendicular acede-se, em cada secção, através de amplos corredores, aos diversos corpos letivos modelares. Nos corpos letivos a iluminação é unilateral, sendo os corredores iluminados a norte, e as salas de aula a sul. As salas de aula são semelhantes entre si (com 7 x 9 metros e 3,50 metros de pé-direito). Os recreios descobertos encontram-se orientados a oeste e a este, os cobertos têm parede murária a norte. Todo o recinto é vedado por cerca de arame. O breve acidentado do terreno é vencido pela existência de pequenos lanços de escadas.

Materiais

Estrutura em betão armado e alvenaria de tijolo, rebocada e pintada; socos, revestimentos, degraus e pavimentos em cantaria calcária; caixilharias em metal.

Observações