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Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade da Esperança

Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade da Esperança

O ponto de interesse Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade da Esperança encontra-se localizado na freguesia de Estrela no municipio de Lisboa e no distrito de Lisboa.

Arquitetura religiosa, seiscentista e setecentista. Mosteiro de Clarissas Urbanistas, da Província de Portugal, composto por igreja, antecedida por terreiro fechado, e zona regral, desenvolvida em torno de amplo claustro e dois pátios. Igreja de planta retangular, composta por nave com eixo longitudinal interno e acesso lateral, e por capela-mor. Portal lateral de estrutura maneirista, rematando em tabela, tendo, adossados os coros, baixo e alto, a sacristia exterior e a casa dos capelães. Claustro quadrangular com dois andares, possuindo quatro capelas angulares, e para onde abrem os coros, a casa do Capítulo, casa do lavor, refeitório e demais oficinas.

Planta poligonal irregular, composta por igreja e zona regral adossada ao lado esquerdo, desenvolvido em torno de amplo claustro e dois pátios, tendo a cerca a desenvolver-se a E. e O.. IGREJA antecedida por pequeno terreiro, fechado por grades de ferro, flanqueadas por pilares de cantaria, sendo o templo de planta retangular, com eixo longitudinal interno e entrada lateral, composta por nave e capela-mor, com anexos adossados ao lado direito (FOLQUE, planta 41). Fachada lateral da igreja com o corpo da nave seccionado em três panos, por quatro pilastras, em duas ordens, encimadas por pináculos, um rasgado por janela retilínea em capialço, surgindo no do lado esquerdo, portal em arco de volta perfeita, sobrepujado por tímpano decorado, estando enquadrado por duas colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, que sustentam friso, cornija e tabela retangular vertical, formando janela, rematada por frontão triangular e flanqueada por aletas. Tem adossado um corpo quadrangular com cobertura a quatro águas, rasgado por porta e janela. O corpo da capela-mor possui janela retilínea (PEREIRA, p. 299). INTERIOR com as paredes revestidas a azulejo de padrão seiscentista, encimada por painéis pintados com molduras douradas, com a nave coberta por abóbada de laçaria, pintada e dourada (COSTA, p. 517). A nave possui teia de madeira de pau-santo, com marchetados de bronze dourado e acrotérios em embutidos de pedra; capela-mor lajeada a cantaria de calcário (Livro da Fundação). As capelas laterais são dedicadas a Santo António, São Miguel e São Jerónimo (Evangelho) e a São João Evangelista (Epístola) (COSTA, p. 517). Arco triunfal em cantaria, revestido a talha dourada, flanqueado por duas capelas colaterais, dedicadas ao Amor Divino, de talha e com frontal de altar em prata (História dos Mosteiros, p. 322), e a Nossa Senhora da Esperança (COSTA, p. 517). Capela-mor com cimalha de talha dourada, silhares de azulejo e a zona superior com 10 painéis pintados a óleo, com molduras em talha dourada. Retábulo-mor, também de talha dourada, com três eixos definidos por colunas, com tribuna central e, nos laterais, dois nichos sobrepostos (História dos Mosteiros, p. 322), com as imagens de São Domingos e São Francisco (Evangelho) e de São José e Santa Clara (Epístola), surgindo, sobre a tribuna a de Nossa Senhora da Piedade (COSTA, p. 517). No lado do Evangelho, está adossada a sacristia de fora, com as paredes revestidas a azulejo, possuindo um lavabo em cantaria, arcaz de madeira de jacarandá com 12 gavetas e um bufete de pedra para os cálices (Livro da Fundação). ZONA REGRAL desenvolvida em torno do claustro grande, tendo uma série de dependências a rodear um claustro mais pequeno, situado a N., ambos com colunas de cantaria, e um pátio posterior, que abre para a cerca (FOLQUE, planta 41). O coro-baixo, abrindo para a igreja por grade em madeira de pau-santo e marchetados de bronze dourado, possui duas capelas, a de Santa Maria Madalena e a de Nossa Senhora do Paraíso (História dos Mosteiros, p. 325). Esta tem retábulo de madeira de carvalho pintada de branco e dourado, com anjos em baixo-relevo e as portas da tribuna relevadas (transferidas para a Academia Nacional das Belas-Artes) (Inventário, 1888, caixa 1959, capilha 10), com imagem do orago em pedra (História dos Mosteiros, p. 325). Fronteiro à grade, um retábulo de talha dourada, que ocupa toda a parede, de talha dourada (História dos Mosteiros, p. 325), contendo doze mísulas, que encerram bustos-relicários, oito nichos com imaginária e dois anjos que centram uma custódia em prata dourada, com a relíquia do Santo Lenho (Inventário, 1888, caixa 1959, capilha 10); na base, surge um presépio com figuras em tamanho natural. Nas paredes laterais, dois painéis pintados, com molduras de talha dourada (Livro da Fundação). O coro-alto, que abre para a igreja por uma grade semelhante à anterior (Livro da Fundação), possui, a ladear a mesma, dois retábulos de talha pintada e dourada, dedicados a São Francisco e Nossa Senhora da Soledade, estando, sobre a grade, uma estrutura de talha dourada com a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte (Inventário, 1888, caixa 1959, capilha 10). O ante-coro possui azulejo azul e branco, encimado por sete painéis pintados. A portaria, a ligação do Mosteiro ao exterior, é composta por duas casas, uma consistindo na ante-portaria, ambas com pavimento em ladrilho, tetos pintados e as paredes revestidas a azulejo (Livro da Fundação). A ante- portaria possui retábulo em madeira de carvalho com anjos e a Portaria uma maquineta, dois nichos e um altar (Inventário, 1888, caixa 1959, capilha 10). Junta a esta, a Casa da Roda interior com retábulo pintado e dourado. O claustro principal é com canteiros angulares, cortados por quatro caminhos que ligam ao chafariz (FOLQUE, planta 41), ladrilhados a tijolo, sendo os canteiros revestidos a azulejo (Livro da Fundação). Em cada ângulo do claustro, uma capela, as inferiores em pedraria e com imagens estofadas; as superiores possuem capelas com painéis pintados (História dos Mosteiros, p. 325), duas dedicadas às Onze Mil Virgens e aos Anjos (Inventário, 1888, caixa 1959, capilha 10). A casa do Capítulo tem as paredes revestidas a azulejo (Livro da Fundação), encimadas por quadros em meio-relevo e florões de gesso, com colunas de jaspe encarnado com veias brancas (História dos Mosteiro, p. 325); tem o teto pintado e retábulo de madeira (Inventário, 1888, caixa 1959, capilha 10), dedicado à Descida da Cruz, de figuras em relevo, com altar onde surge a imagem de Cristo morto, em tamanho natural (História dos Mosteiro, p. 325). Existem vários dormitórios, o principal com escadas de acesso em cantaria, no topo da qual surge um oratório de madeira com anjos (Inventário, 1888, caixa 1959, capilha 10). Possui Casa de Lavor, enfermaria, com cozinha privada, possuindo água corrente, canalizada a partir da mina, e o refeitório, com as paredes revestidas a azulejo, encimados por oito quadros pintados a óleo, teto rebocado e com molduras policromas, possuindo mesas de madeira, assentes em pés de pedra, iluminado por quatro janelas e acesso por uma porta, com ministra de madeira de bordo (Livro da Fundação). A Casa das Madres encontra-se revestida a azulejo (Livro da Fundação), tendo, fronteiras, três capelas, dedicadas a Santa Clara, a Nossa Senhora dos Prazeres e a Cristo atado à coluna (História dos Mosteiros, p. 326). O jardim com caminhos ladrilhados e vários alegretes revestidos a azulejo (Livro da Fundação), situado a O. do claustro pequeno, abre para várias oficinas e para a cerca (FOLQUE, planta 41), murada e composta por vinha e horta (Livro da Fundação), pontuada por anexos agrícolas. No espaço da cerca, existem sete ermidas, todas com embrechados de loiça oriental (História dos Mosteiros, p. 326).

Materiais

Não aplicável

Observações

*1 - existem azulejos provenientes do local, no Museu Nacional do Azulejo e no Museu Alberto Sampaio, em Guimarães. *2 - segundo esta planta, a igreja era antecedida por um terreiro com pequeno jardim, tendo, do lado esquerdo, os coros e, adossada à capela-mor, a sacristia de fora e um pátio, sobre os quais se desenvolvia o corpo do mirante. O claustro grande era envolvido prla casa da roda com acesso por um pátio no lado esquerdo, a partir do Largo da Esperança, ficando a casa do Capítulo na ala oposta à igreja e adossada às escadas regrais. Perpendicular à sacristia, sucediam-se o refeitório e a cozinha, antecedida por um pátio. Na face anterior do mosteiro, o claustro pequeno, com acesso para várias dependências, incluindo dormitórios, a um jardim e à Cerca de Cima.