Arquitetura de comunicações, do séc. 20. Estação de correios que resulta da colaboração entre Amílcar Pinto e Adelino Nunes, tratando-se da implementação do tipo 4.
Edifício de planta rectangular simples *1. Observações
EM ESTUDO *1 - O antigo edifício tinha, no piso térreo, duas escadas simétricas, em forma semicircular, que partiam de um pequeno átrio no gaveto da entrada dando acesso à sala do público. As portas de entrada ostentavam a mesma decoração estilizada, cujo modelo se vinha aprimorando. De facto, em Santarém já são utilizadas as letras metálicas "CTT", nas portas conforme os estudos para portas elaborados por Amílcar Pinto. A "sala do público" era dotada de um extenso balcão, todo construído em madeira e sem decoração de maior. Os motivos geométricos também dominavam o aspecto interior, exceptuando a presença da tela "Os Transportes" de autor não identificado. O espaço dedicado ao público resumia a uma divisão vestibular. O resto do edifício estava organizado em duas alas laterais de acordo com a disposição do terreno e com o projecto de implantação. Na ala esquerda localizavam-se: um arquivo, a secretaria e vários armazéns. Na ala direita, existiam salas destinadas a equipamentos técnicos, uma divisão ampla para manipulação postal, algumas salas de arquivo e de armazém ou ainda vestiários para os funcionários. Sensivelmente a meio do vasto corredor desta ala, existam um vestíbulo de entrada dando acesso directo ao exterior. Esta porta lateral, permitia o acesso diferenciado dos funcionários e por meio de uma escada também ao segundo piso. Para o segundo piso, como habitual nos projectos de estação de CTT estava prevista a habitação do Chefe de Estação. Esta habitação disponha-se na ala direita, no lado norte de um corredor transversal que também dava acesso ao refeitório, às cantinas e a sala de convívio dos funcionários. A "casa" do chefe de estação era perfeitamente autónoma possuindo cozinha, casas de banho e "hall" de entrada próprios. Estava dotada de cinco quartos, de uma sala de jantar e de um terraço interior. Na ala esquerda do edifício, o segundo piso era ocupado pela estação telefónica, por um arquivo, pelo gabinete médico e por uma enfermaria. Esta ala também possuía um acesso autónomo ao exterior no topo sul da estação. No centro do edifício, por detrás do "escritório" de atendimento ao público, localizava outra caixa de escada permitindo o trânsito entre os dois pisos. Na planta do segundo edifício existiam, ainda, nesta área central duas "salas de aulas", provavelmente destinadas ao estágio ou ensino dos funcionários. A estação possuía ainda na cave um vasto e amplo espaço de arquivo e de armazenagem. Por detrás do edifício existia um amplo estacionamento de viaturas de onde chegavam e partiam os veículos carregando a correspondência. Neste espaço foi construído um pequeno anexo, na altura aberto ao público e destinando à expedição de encomendas. Na fachada, desenhada em gaveto, o dinamismo das curvas definia formalmente o espaço. No interior, bastante marcado pelas formas decorativas, a iluminação era preferencialmente natural e o mobiliário foi feito por encomenda e poderá ter sido desenhado por Amílcar Pinto.