Arquitectura religiosa, manuelina. Igreja paroquial típica de um vasto universo da arquitectura religiosa regional do Séc. 16, que tem sido associada aos cânones do manuelino - mudéjar, com soluções paradigmáticas em Viana do Alentejo (v. PT040713020001), Alvito e Pavia (v. PT040707040004), mas que recentemente J C V da Silva integrou numa análise mais compreensiva sob a nomenclatura de "arquitectura tardo-gótica", estabelecendo-lhe como referência a Igreja de São Francisco de Évora (v. PT040705210017). Merlões em forma de palmeta, com um recorte muito semelhante aos de Mértola.
Planta sensivelmente rectangular, centralizada, composta pela articulação horizontal, sobre o eixo E-O, de nártex, corpo de nave e ábside. Cobertura diferenciada para cada um dos elementos, em terraços, de duas águas de ténue pendente sobre a a nave. Com o cunhal NO da nave articula-se ainda a torre sineira, de três pisos, com o paramento N. articula-se a sacristia, e com o paramento S. a capela baptismal. A fachada principal é composta pela projecção da articulação do nártex, com três vãos de arco de volta perfeita abertos a O., N. e S. e remate triangular definido pelos beirados, coroado de merlões e reforçado com contrafortes diagonais nos cunhais, com a frontaria da nave, definindo um segundo registo vertical, rasgada de ampla luneta rectangular e com frontão triangular coroado de merlões; no topo N, a fachada principal articula ainda a esguia torre sineira, com alto paramento cego até ao registo supremo, onde se rasgam os vãos sineiros, rematada por coruchéu cónico. As fachadas N. e S. são definidas pela articulação do nártex, corpo da nave e ábside, em três segmentos de altura diferenciada, rematados por merlões. A fachada E., é definida pela articulação do paramento testeiro com o telhado radial que envolve a cúpula. INTERIOR: definindo uma articulação em tudo coincidente com o exterior, com um sistema misto de coberturas, em abóbada ogival com eixo estruturante transversal para o nártex, em abóbada ogival de três tramos, de profundas penetrações e complexa enervação, para a nave, em cúpula hemisférica para a ábside. O pórtico, sob o nártex, é obra maneirista de frontão triangular e ombreiras apilastradas.
Materiais
Alvenaria, cantaria de granito, cantaria de mármore
Observações