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Casas da Família Guerreiro

Casas da Família Guerreiro

O ponto de interesse Casas da Família Guerreiro encontra-se localizado na freguesia de União das freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago) no municipio de Tavira e no distrito de Faro.

Arquitectura residencial, do Séc. 20, tipo "Casa Portuguesa". Vivendas unifamiliares de dois pisos, isoladas e inseridas num jardim, obedecendo ao modelo mais puro de Casa Portuguesa patrocinado por Raul Lino; edifícios paradigma das teorias racionalistas e funcionais do arquitecto aplicadas a vivendas isoladas ( orientação NO. - SE., por forma a uma harmoniosa iluminação natural; quarto principal virado a E.; sanitários e banhos colocados na mesma prumada por forma a concentrar o sistema de canalizações, alçados dinâmicos em termos volumétricos, primazia da vegetação sobre o ornamento arquitectónico ). Mobiliário Art Deco dos anos 30, azulejos de Leopoldo Battistini ao gosto neo-barroco dos anos 30 do Séc. 20. Edifícios paradigmáticos das orientações estéticas que marcaram os anos 30 do Séc. 20 em Portugal. Possuem ainda a decoração e o mobiliário originais intactos em todas as divisões e no Jardim.

Duas vivendas gémeas de planta longitudinal composta, definindo um rectângulo irregular. Volumes articulados dispostos verticalmente em dois pisos com coberturas diferenciadas a duas e três águas, com embasamentos sugeridos por uma banda de cor diferente a toda a volta do perímetro edificado. Fachada principal virada a NO. composta por corpos distintos que se prolongam pelos dois registos; primeiro registo: corpo O. com tripla arcada de arco de volta perfeita formando uma galilé que antecede a entrada principal no imóvel; o acesso faz-se pelo vão colocado mais a O., precedido por cinco degraus, estando os restantes protegidos por um parapeito com decoração quadrangular seriada, com uma cruz rodeada preenchendo cada quadrado; estas arcadas são sobrepujadas por uma pequena banda lombarda, desenvolvendo-se no segundo registo uma varanda com parapeitos igualmente decorados à base de motivos quadrangulares preenchidos; o extremo O. da arcada termina em forma de torreão circular, ligeiramente saliente da caixa murária, alargando-se na sua parte superior; interior da arcada com dois vãos ( a porta principal de acesso ao interior do edifício, de arco recto com moldura em cantaria e colocada na correspondência do arco O. da arcada, e uma janela de forma quadrangular de moldura também em cantaria ), é decorada a pequena altura por painéis de azulejos azuis, amarelos e brancos formando círculos num campo horizontal delimitado por uma pequena banda superior de combinações diferentes; corpo N. composto por uma ampla janela de feição rectangular protegida por um pequeno alpendre de madeira com abundante vegetação, e com canteiro no parapeito assente em balcão com modilhões; no extremo N. deste corpo um pequeno lanço de escadas dá acesso a um terraço com alpendre de vigas de betão assente em pilares de secção quadrangular alternados com colunas de capitel liso de ábaco desenvolvido, decorado com azulejos semelhantes ao da arcada do corpo O.; segundo registo: corpo O. retraído em relação ao prolongamento do corpo N. e da arcada do primeiro registo; é composto por varanda e duas janelas idênticas de feição quadrangular e moldura em cantaria, encimadas por uma pequena cornija recta; interior da varanda com bancos pétreos nos intervalos da decoração à base de quadrados preenchidos e decorado a meia altura por painéis de azulejos de padrão mais sóbrio que os do primeiro registo, igualmente formando círculos, mas utilizando apenas o azul e branco; corpo N. com duas janelas idênticas às do corpo anterior, mas estas mantém as portadas esquarteladas em madeira. Fachada lateral NE. mantém a divisão em dois registos mas compõe-se de dois corpos; primeiro registo: corpo N. corresponde ao prolongamento do terraço que se salienta do restante edifício e comporta uma ampla vegetação superior; corpo central com uma janela ao centro idêntica às do segundo registo da fachada principal e um acesso a outro terraço no extremo E., semelhante ao que se encontra no ângulo N. do imóvel, mas de menores dimensões; corpo E. prolonga o edifício para SE. através de um alçado liso apenas interrompido por uma pequena janela de feição quadrangular mas menor que as da fachada principal. Fachada posterior, virada a SE., é a menor em dimensões e possui adossada ao primeiro registo no extremo E. uma arrecadação com acesso unicamente pelo exterior; do lado S. uma janela quadrangular gradeada e uma outra no segundo registo, na correspondência axial da primeira, protegida por cornija superior; esta fachada é a única a terminar em empena triangular, por oposição ao desenho rectangular das restantes. Fachada lateral SO. é a mais comprida e compõe-se de três corpos; primeiro registo: corpo O. a dois panos, correspondendo o primeiro à arcada e varanda da fachada principal, e o segundo ao vestíbulo de entrada no edifício; prolonga a organização em dupla arcada de volta perfeita sobrepujada por banda lombarda e terminando em torreão circular, mas apenas o primeiro vão do lado O. tem função, abrindo para a galilé da fachada principal, estando o segundo pano embebido na caixa murária; corpo central compõe-se de três janelas quadrangulares de dupla portada de madeira harmonicamente dispostas; corpo S. com acesso a um minúsculo átrio de acesso ao interior, protegido por parapeito com vegetação e tecto em telha sobre madeiramento; segundo registo: corpo O. apenas com a decoração geométrica prolongada da varanda da fachada principal e alargamento do torreão; corpo central segue a divisão tripartida do registo inferior, mas com uma porta ladeada por duas janelas, de que se tem acesso a uma pequena varanda assente sobre modilhões e parapeito com decoração geométrica ao centro idêntica à da varanda virada a NO.; corpo S. ligeiramente retraído em relação ao prolongamento da fachada, compõe-se de uma só janela idêntica a todas as outras dos segundos registos do imóvel. Articulação exterior / interior desnivelada, estando o interior a uma cota superior à do exterior. INTERIOR: espaços diferenciados em várias dependências obedecendo os dois pisos a uma hierarquia espacial de base funcional. Primeiro piso: a partir do vestíbulo de entrada situado a O. acede-se a um átrio quadrangular que se encontra precisamente a meio do primeiro piso, único espaço que não tem iluminação natural e que estabelece a comunicação com as restantes dependências do primeiro piso e com os lanços de escada de acesso ao piso superior: a NE. a Sala de Jantar que comunica com o exterior para o terraço a N. e o balcão a E.; a NO. a Sala de Estar, com lareira a SE., comunicação com o terraço a N. e a ampla janela do primeiro registo da fachada principal; a SO. uma Sala de Visitas e o Escritório: para S. desenvolvem-se as dependências domésticas: a Copa, uma Sala de Banho e a Despensa imediatamente a SE., e a Cozinha e uma dependência de apoio a S.. Segundo piso reservado aos espaços privados da casa, com acesso a partir do Átrio central por dois lanços de escada; para NE. o Quarto principal, com Casa de Banho privada e Toucador, abrindo ainda para a varanda a SE.; a NO. e SO., os cindo Quartos secundários, possuindo o virado a N. uma lareira na correspondência da lareira da Sala de Estar do primeiro piso; a S. e SE. o Quarto das Criadas com Banho privativo e uma Casa de Banho comum.

Materiais

Alvenaria mista; telha; tijoleira; azulejo; vidro simples, madeira.

Observações